terça-feira, 4 de outubro de 2016

Crítica - A Maldição da Floresta

The Hallows Crítica


Crítica The Hallows
Filmes de terror costumam lançar mão de julgamentos morais sobre seus personagens. A franquia Pânico brincava com isso, lembrando que transar ou usar drogas em um filme de terror era morte certa. Este A Maldição da Floresta também traz noções de moral para seu filme e elas são bem simples: se mexer com a natureza, a natureza mexe com você.

O conservacionista Adam (Joseph Mawle) aceita um trabalho no interior da Irlanda para realizar uma pesquisa em uma floresta. Ele vai para lá com sua esposa Clare (Bojana Novakovic) e seu filho ainda bebê na esperança de começar uma nova vida, mas o povo do local não vê com bons olhos seu trabalho na floresta, crendo que a presença de Adam irá chamar a atenção de criaturas que vivem ali.

A trama começa devagar dando pequenos indícios de que há algo errado naquele lugar, como o morto que Adam encontra no início ou os barulhos noturnos que acometem os arredores da casa, tudo indica que há algo muito errado ali. Inicialmente fica ambíguo se é a população local que está tentando assustá-los ou se realmente existe uma ameaça sobrenatural, algo que só fica claro no terço final. Apesar de necessária, toda a construção inicial soa lenta e morosa demais, principalmente se considerarmos que o filme só tem certa de 95 minutos.

sábado, 1 de outubro de 2016

Crítica - Luke Cage: 1ª Temporada

Luke Cage Temporada 1


Luke Cage série Netflix
Depois de ter sido introduzido na primeira temporada de Jessica Jones, agora o personagem Luke Cage ganha sua própria série seguindo a parceria da Marvel com a Netflix. A série de Jessica Jones e as duas temporadas de Demolidor foram amplamente elogiadas, assim havia muita expectativa para que esta primeira temporada de Luke Cage mantivesse o alto padrão estabelecido dentro do universo Marvel trabalhado pela Netflix e a série entrega o que promete. Possíveis SPOILERS a seguir.

A trama começa meses depois dos eventos vistos em Jessica Jones, com Luke se mudando para o Harlem e tentando manter-se discreto depois de ter sido obrigado a usar seus poderes para enfrentar Kilgrave. Suas tentativas de se manter longe de problemas caem por terra quando a barbearia onde trabalha se vê no caminho do gângster Cottonmouth (Mahershala Ali, da série House of Cards) depois que um dos garotos que trabalha para Pop (Frankie Faison) rouba dinheiro do mafioso. Com as pessoas de quem gosta ameaçadas, Cage se vê obrigado a agir.

A temporada extrai o máximo de sua ambientação na região do Harlem em Nova Iorque, trazendo a baila todo o legado cultural do lugar. A série entende que o Harlem não é apenas um bairro, mas um espaço de resistência e ascensão da cultura e dos movimentos sociais negros dos Estados Unidos e assim este é um lugar mais do que apropriado para a jornada de Luke Cage. Dialogando com as figuras políticas do local, com sua tradição musical de funk, rap e hip-hop, com as gírias e o modo de falar da área e do movimento dos filmes blaxploitation dos anos 70, a série nos faz entender o que é viver no Harlem e o que ele representa para seus moradores. O roteiro também não se intimida em tratar de questões de preconceito, brutalidade policial e direitos civis, abordando os temas com o cuidado que merecem e sem cair em soluções fáceis.

terça-feira, 27 de setembro de 2016

Crítica - O Lar das Crianças Peculiares

O Lar das Crianças Peculiares filme


Resenha O Lar das Crianças Peculiares
Já faz algum tempo que o diretor Tim Burton se reduziu a uma paródia de si mesmo. O razoável Grandes Olhos (2015) indicava que o diretor estava disposto a sair de sua zona de conforto e este O Lar das Crianças Peculiares trazia a impressão de que poderia ser seu retorno à boa forma. O resultado, no entanto, parece mais um piloto automático do diretor como Sombras da Noite (2012).

A trama acompanha Jake (Asa Butterfield), um garoto que cresceu ouvindo o avô (Terence Stamp) contando histórias sobre um fantástico orfanato no qual passou a infância e habitado por crianças com habilidades singulares. Durante boa parte da sua vida Jake achou que eram apenas histórias de ninar, mas quando seu avô é morto em circunstâncias estranhas, ele resolve investigar as histórias. Assim, ele acaba indo parar no orfanato dirigido por Miss Peregrine (Eva Green) que fica em um loop temporal que só pode ser acessado por "peculiares", pessoas com habilidades especiais que resolveram se isolar da humanidade com medo de serem perseguidas (pensem nos mutantes da franquia X-Men).

Tudo soa excessivamente similar a uma série de outras narrativas voltadas para o público jovem como Harry Potter, Percy Jackson ou Instrumentos Mortais, com um jovem que sempre se sentiu deslocado descobrindo que está no centro de uma disputa entre seres como poderes especiais e é levado a um local onde outros jovens como ele vivem e aprendem. A trajetória de Jake segue à risca o arquétipo da "jornada do herói", oferecendo um protagonista que não é nada além da repetição de fórmulas pré-prontas.

segunda-feira, 26 de setembro de 2016

Crítica - O Bebê de Bridget Jones

Bridget Jones


poster o bebê de bridget jones
Feito doze anos depois de Bridget Jones: No Limite da Razão (2004), este O Bebê de Bridget Jones podia ser mais uma dessas continuações tardias que não demonstra ter nada a oferecer além da nostalgia pelos antecessores como Jurassic World (2015) ou Debi e Lóide 2 (2014). Felizmente essa nova história de Bridget Jones não se enquadra nesta categoria, conseguindo trazer uma história que demonstra dialogar com os dias atuais, mas sem esquecer o que torna sua protagonista tão interessante.

Na trama, depois de passar seu aniversário sozinha (na hilária abertura com a canção All By Myself) Bridget decide dar uma guinada em sua vida. Ela vai com uma amiga a um festival de música e conhece Jack (Patrick Dempsey) com quem passa a noite e dias depois reencontra o ex-namorado Darcy (Colin Firth) e também passa a noite com ele. O tempo passa e ela percebe estar ganhando peso e colegas de trabalho sugerem que ela pode estar grávida. Agora, além de ter que lidar com seus novos chefes e sua recém-descoberta gravidez, precisa também encontrar um modo de descobrir quem é o pai, já que tanto Jack quanto Darcy são candidatos possíveis.

terça-feira, 20 de setembro de 2016

Crítica - Sete Homens e Um Destino

Resenha Sete Homens e Um Destino


Sete Homens e Um Destino
Sete Homens e Um Destino (1960) é ainda hoje um dos mais icônicos westerns já feitos, então a ideia de refazer algo tão marcante (ainda que ele fosse basicamente uma versão ocidentalizada de Os Sete Samurais de Akira Kurosawa) me deixava temendo por outra bomba baseada em um filme seminal como foi o caso do recente (e indefensável) Ben-Hur. Felizmente, este novo Sete Homens e Um Destino é bem apreciável, ainda que não tenha muito a dizer que já não tinha sido dito antes.

Na trama, o rico empresário Bartholomew Bogue (Peter Sarsgaard) oprime uma pequena vila no velho oeste dos Estados Unidos para tomar as terras dos habitantes. Cansados da violência perpetrada por Bogue, alguns habitantes liderados pela viúva Emma (Haley Bennett), decidem contratar pistoleiros para ajudá-los a enfrentar seu algoz. A viúva encontra o pistoleiro Chisolm (Denzel Washington) e o contrata para ajudar, mas ele sabe que não será suficiente e recruta outros seis capazes combatentes, entre eles o atirador Robicheaux (Ethan Hawke), o jogador Faraday (Chris Pratt) e o lutador Billy (Byung-hun Lee, o ninja Storm Shadow dos filmes dos G.I Joe).

segunda-feira, 19 de setembro de 2016

Crítica - How to Get Away With Murder: 2ª Temporada

Crítica Como Defender um Assassino temporada 2


Como Defender um Assassino 2ª Temporada
Depois de uma primeira temporada muito boa, a série How To Get Away With Murder (Como Defender um Assassino na tradução brasileira) retorna para o seu segundo ano mantendo a mesmo formato de uma trama que se desenvolve paralelamente em dois tempos. Ainda que mantenha as qualidades da temporada anterior, também repete alguns de seus problemas. Aviso que o texto a seguir tem SPOILERS

A trama começa exatamente onde a primeira temporada terminou com o misterioso assassinato de Rebecca (Kate Findlay), a única que podia contar sobre o acobertamento da morte do marido de Annalise (Viola Davis). Ao mesmo tempo, a trama salta para o futuro mostrando baleada e agonizando em uma poça de seu próprio sangue, nos deixando em suspense sobre como a situação chegou àquele ponto e o que irá realmente acontecer com a personagem.

A temporada não perde tempo em revelar a pessoa culpada pela morte de Rebecca, já que demorar muito em um mistério remanescente da temporada anterior poderia travar o progresso da temporada. Com essa resposta obtida, a narrativa foca em colocar Annalise e seus alunos para lidar com as consequências de tudo que aconteceu na temporada anterior, o que coloca a lealdade do grupo à prova, ao mesmo tempo em que eles precisam lidar com um novo e complicado caso de dois irmãos que podem ter matado os pais e talvez tenham um caso incestuoso.

Vencedores do Emmy 2016



A Academia de Artes e Ciências Televisivas de Hollywood entregou ontem, 18 de setembro os prêmios da 68ª edição dos Emmy, a mais importante premiação da televisão estadunidense. Entre os maiores vencedores da noite ficaram Game of Thrones, que se sagrou como a série que mais venceu Emmys na história, e American Crime Story: The People v. O.J Simpson, série de antologia produzida por Ryan Murphy (de Glee e American Horror Story) que a cada temporada deve trazer a história de um crime real, sendo esta primeira temporada baseada no julgamento de O. J Simpson. Confiram abaixo os indicados e vencedores (destacados em negrito).

sexta-feira, 16 de setembro de 2016

Crítica - Quantico: 1ª Temporada

Quantico 1ª Temporada


Review Quantico Season 1
Eu não esperava muita coisa quando comecei a ver esta 1ª temporada da série Quantico. Imaginei que seria só mais um procedural envolvendo agentes do FBI investigando casos de terrorismo e talvez um arco maior interligando. Felizmente o que encontrei foi uma série que criava um mistério envolvente e cheio de intrigas, com personagens carregados de ambiguidade e um ritmo que te deixava na ânsia por mais um episódio.

A trama é centrada em Alex (Priyanka Chopra) uma agente novata no FBI. Quando um atentado terrorista destrói a Grand Central Station em Nova Iorque e ela é encontrada entre os destroços, as autoridades começam a suspeitar que a novata pode estar envolvida no atentado. Acusada de um crime que não cometeu, Alex decide investigar por conta própria e começa a suspeitar que quem tramou contra ela pode ter sido um de seus colegas na academia do FBI em Quantico. Assim, enquanto tenta provar a sua inocência, ela também tenta lembrar dos seus dias de treinamento, na esperança de localizar culpado.

Os episódios misturam os eventos presentes com flashbacks do treinamento de Alex em uma dinâmica que lembra a metade inicial da primeira temporada de How to Get Away With Murder. A série é bastante hábil em nos colocar em um constante estado de incerteza, criando personagens que nunca parecem o que aparentam e constantemente tem segundas (e até terceiras) intenções e colocando dilemas de ordem ética e moral que fazem nossa adesão aos personagens mudar constantemente. Em um instante podemos estar do lado de alguém para no seguinte considerarmos a mesma pessoa deplorável por causa de alguma atitude. Em um trabalho como o desses agentes certo e errado não são simples de delimitar e a série é inteligente o bastante para não dar respostas fáceis a essas questões.

quarta-feira, 14 de setembro de 2016

Crítica - Bruxa de Blair

Bruxa de Blair


Bruxa de Blair 2016
Não fiquei exatamente empolgado com o anúncio de um novo filme da franquia A Bruxa de Blair. Apesar do primeiro filme ter iniciado o atual ciclo de filmes de terror estilo found footage (embora não tenha sido o primeiro), sua continuação, A Bruxa de Blair 2: O Livro das Sombras (2000), que abandonava o formato, foi simplesmente um desastre. Nem mesmo o anúncio de que este novo filme retornaria ao formato de found footage me empolgou, afinal a maioria dos produtos desse formato como A Forca (2015) ou A Possessão do Mal (2015) eram porcarias insuportáveis e poucos filmes desse estilo, como A Visita (2015), realmente valiam ser conferida. Assim chegamos a este Bruxa de Blair, que ignora os eventos do segundo filme e funciona como uma continuação do primeiro, embora seja funcionalmente um remake, já que a estrutura da trama, situações, sustos, modo de filmar e tudo mais são quase idênticos. Pensem no inútil remake quadro a quadro de Psicose feito por Gus Van Sant em 1998 e vocês vão ter uma ideia clara do que acontece aqui.

A trama segue James (James Allen McCurrie), irmão de uma das personagens do primeiro filme. Anos depois da fita de sua irmã ter sido achada na floresta, ele se pergunta o que realmente aconteceu. Quando uma nova filmagem é encontrada e ele pensa ter visto a irmã nas imagens. Assim, ele junta um grupo de amigos e parte para uma expedição na mesma floresta que a irmã sumiu e obviamente leva consigo um amplo aparato de filmagem.

segunda-feira, 12 de setembro de 2016

Crítica - Blindspot: 1ª Temporada

crítica Ponto Cego


crítica Ponto Cego primeira temporada
Uma sacola é deixada no meio de uma rua movimentada em Times Square, Nova Iorque, com uma etiqueta que pede para chamarem o FBI. Imediatamente se pensa em um atentado terrorista, todas as ruas são fechadas e uma unidade anti-bombas é chamada. Ao se aproximarem da sacola, percebem que algo se move dentro dela. A sacola é aberta e de dentro dela sai uma mulher completamente nua, com o corpo coberto por tatuagens que parecem ser recentes e sem nenhuma memória de quem é ou como foi parar ali. As tatuagens parecem conter mensagens sobre crimes e conspirações em progresso ou prestes a acontecer, então o FBI resolve manter a mulher, apelidada de Jane (Jamie Alexander), por perto, principalmente quando ela demonstra experiência em combate, dando a impressão de que ela pode ter sido militar ou membro de alguma agência de inteligência. É com essa premissa cheia de mistério e intriga que inicia a primeira temporada de Blindspot. SPOILERS a partir deste ponto.

Tudo bem, a ideia do indivíduo sem memórias que descobre ser um super agente envolvido em conspirações que mal consegue entender não é exatamente novidade, A Identidade Bourne (2002) que o diga. Ainda assim Blindspot consegue criar um jogo de intrigas que realmente consegue manter a atenção. A trama consegue nos manter incertos quanto ao que está realmente acontecendo quais são os planos para as tatuagens de Jane, tanto os que o FBI tem para ela, quanto os da misteriosa organização que as fez.