Tenho que admitir que não tive
muitas expectativas quando entrei para assistir a este Sob Pressão, já que parecia não ter muito a acrescentar ao
subgênero do drama médico, tão vigorosamente explorado por séries de televisão
estadunidenses, além de situá-lo no contexto brasileiro, em especial o de
comunidades periféricas. A verdade é que embora não chegue a ser inovador, o
filme funciona bem graças a sua habilidade em manejar a tensão e seu grupo de
personagens que constantemente se encontra diante de dilemas e escolhas
dificílimas.
O filme segue o médico Evandro
(Júlio Andrade), chefe da unidade de cirurgia de um hospital situado em um
morro carioca. Evandro está a mais de um dia trabalhando sem parar e quando
pensa que terá algum momento de descanso, ambulâncias chegam ao hospital
trazendo um policial e um traficante feridos em um recente tiroteio. Além de
ser pressionado pela polícia para cuidar primeiro do policial, embora seu
estado seja menos grave que o do traficante, ele também precisa lidar com
outros feridos que chegam ao hospital e tomar decisões em relação ao uso dos
recursos limitados (materiais e humanos) que tem ao seu dispor.