Muitas histórias já foram
contadas sobre a Guerra Civil americana e os conflitos causados pela tentativa
do sul do país em se separar do resto da União. Nesse sentido Um Estado de Liberdade conseguia se
destacar ao resgatar uma história pouco conhecida de dissidência dentro do
movimento de secessão que mostrava como mesmo no racista sul haviam pessoas
progressistas. A questão é que mesmo com suas boas intenções, o filme tem
muitos problemas que o impedem de ter o impacto que deveria.
A trama segue a história real de
Newt Knight (Matthew McConaughey) um soldado do sul que resolve desertar depois
de presenciar inúmeras mortes e se dar conta de que estão lutando apenas para
que os ricos fazendeiros donos de escravos possam manter seus privilégios.
Voltando à sua cidade natal, Newt percebe como a população é constantemente
oprimida e saqueada pelos militares, que cobram abusivos "impostos de
guerra". Cansado da exploração, ele decide resistir aos militares e acaba
criando uma comunidade dentro dos pântanos composta por outros cidadãos
descontentes e escravos fugidos.
Um dos principais problemas do
filme é o ritmo. A trama demora a engrenar e se perde em vários segmentos
episódicos de Newt ajudando pequenos camponeses. Só com quase uma hora de
projeção é que finalmente se desenha o conflito principal que é a formação de
sua "comunidade alternativa". A partir daí imaginei que a narrativa
finalmente tomaria corpo, mas estava enganado, ela se torna ainda mais fragmentada
e episódica. A cada uma ou duas cenas há um salto de anos (o filme inteiro se
passa ao longo de uns quinze anos) sem que haja a devida contextualização para
situar o espectador no que aconteceu nesse tempo.