A primeira temporada de Magnífica 70, série brasileira produzida
em parceria com o canal a cabo HBO, foi uma grata surpresa com seu ritmo ágil,
personagens interessantes e uma trama que se passava nos bastidores de uma
produtora de cinema na chamada "Boca do Lixo" na São Paulo dos anos
setenta, período duro da ditadura militar brasileira. A temporada construía um
tenso jogo de gato e rato a partir da jornada de Vicente (Marcos Winter), um
censor que se envolvia com a equipe da Magnífica Cinematográfica e passava a
ajudá-los na produção de filmes, ao mesmo tempo que ocultava isso de seus
superiores e tentava convencê-los a aprovar os "filmes subversivos"
que fazia por lá.
A segunda temporada começa um
tempo depois do término da primeira. Apesar de estarem no controle da
Magnífica, Vicente, Manolo (Adriano Garib) e os demais não estão exatamente no
controle da situação. Sueli (Juliana Galdino), a chefe de Vicente na censura, o
vem chantageando desde o fim da temporada anterior para que ele faça filmes com
a ideologia do governo para poder lucrar com eles. Isso fere a integridade
artística de Vicente que pensa em maneiras de se livrar de Sueli, ao mesmo
tempo que começa a ser consumido pela culpa pela morte de um colega cineasta,
que se suicidou depois que Vicente remontou seu filme, removendo o conteúdo
político dele, para que fosse possível passar pela censura.