Quando escrevi sobre o recente Passageiros, mencionei como Hollywood
tem a falsa impressão de que é possível ter um produto de sucesso e qualidade
apenas por juntar duas ideias diferentes que isoladamente já tinham se mostrado
bem sucedidas. Este horrendo Dominação
ajuda a sedimentar essa ideia. Provavelmente originado em alguma reunião de
produtores e executivos de estúdio quando pediram ideias originais para um
filme de terror e alguém sugeriu "que tal um terror que misture O Exorcista (1973) com A Origem (2010)?", o filme não
funciona em absolutamente nenhum nível e sua premissa é a única coisa que tem
de interessante.
O Dr. Ember (Aaron Eckhart) é
capaz de entrar no subsconsciente de pessoas possuídas por demônios para
expulsá-los de dentro de suas mentes (e consequentemente de seus corpos). Um
dia ele é procurado por uma emissária do Vaticano para tentar expulsar um
poderoso demônio do corpo do menino Cameron (David Mazouz), mas só resolve
pegar o caso quando fica sabendo que este pode ser o mesmo demônio que matou
sua família e o deixou paraplégico.
A narrativa demora muito a
engrenar, se estendendo mais do que deveria nas explicações de como o
"poder" de Ember funciona e quais as regras. As explicações em
excesso acabam apenas revelando a fragilidade daquilo tudo (não é a toa que A Origem nunca se detém nos pormenores
de como a máquina funciona). Para piorar posteriormente muito do que acontece
contradiz diretamente o que é falado no início, o que dá a impressão de que nem
o próprio roteirista estava prestando atenção naquilo que estava fazendo.