O troféu Framboesa de Ouro, "premiação" que celebra os piores filmes do ano, finalmente divulgou os seus "vencedores". Batman vs Superman: A Origem da Justiça (2016) tinha sido o maior indicado da noite, com oito indicações em sete categorias, mas levou somente quatro prêmios, dividindo o pódio de maior vencedor da noite com o documentário Hillary's America: The Story of The Democratic Party. Juntos, os dois filmes levaram praticamente todos os prêmios da noite, à exceção do de pior atriz coadjuvante que ficou com Kristen Wiig de Zoolander 2 (2016). Confiram abaixo a lista com os vencedores destacados em negrito.
sábado, 25 de fevereiro de 2017
Vencedores do Framboesa de Ouro 2017
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Notícias

sexta-feira, 24 de fevereiro de 2017
Crítica - Logan
Mais de uma vez ao longo de sua
duração Logan faz referências
(inclusive o exibe na televisão em uma cena) ao clássico western Os Brutos Também Amam
(1953). Um filme que, de certa forma, fala sobre como a violência, independente
para qual fim seja usada, acaba também afetando aquele que a comete. A mácula
da violência desumaniza, afasta do resto da humanidade literal e metaforicamente.
A jornada do Wolverine (Hugh Jackman) no filme é exatamente essa, um homem que
levou uma vida de violência e vive solitário, afastado do mundo, lamentando
tudo o que foi, tudo o que fez e imaginando se algum dia encontrará paz.
A trama do filme se passa no
futuro, com um Wolverine mais velho. Logicamente, a violência acaba
eventualmente retornando à vida do protagonista depois que ele encontra a
menina Laura (Dafne Keen), que está sendo caçada por um grupo de mercenários
liderados pelo sádico Pierce (Boyd Holbrook). Logan então tenta fugir da
perseguição, levando consigo a menina e um combalido professor Xavier (Patrick
Stewart), que está perdendo o controle de seus poderes por culpa de uma doença
degenerativa.
Hugh Jackman é preciso ao
construir Logan como um homem assombrado pelas coisas que fez e não suporta
mais a própria existência nem vê nela um propósito além de cuidar de Xavier e
manter seus poderes sob controle. O filme entende que alguém com uma vida tão
longeva e marcada por trauma e violência não tem como levar uma vida como a das
demais pessoas, ele está danificado demais. A novata Dafne Keen se sai muito
bem ao convocar a selvageria nata de Laura, alguém que não tem a menor ideia de
como o mundo funciona e pouco conhece além de violência. Mesmo sem falar nada
durante boa parte do filme, a garota consegue dizer muito com seu olhar e
linguagem corporal e é possível perceber que por trás de sua conduta bruta, ela
é em essência uma garotinha solitária em busca de afeto e conexão humana.

quarta-feira, 22 de fevereiro de 2017
Crítica - A Lei da Noite
Desde que estreou como diretor na
adaptação do romance de Dennis Lehane Medo
da Verdade (2007), Ben Affleck vem engatando um sucesso atrás do outro na
função. De Atração Perigosa (2010) ao
vencedor do Oscar Argo (2012),
Affleck vinha se mostrando um diretor competente. Seu retorno a uma adaptação
da obra de Dennis Lehane neste A Lei da
Noite, no entanto, marca a primeira bola fora de Affleck na cadeira da
direção.
A trama se passa no período da
Lei Seca nos Estados Unidos e acompanha o pequeno criminoso Joe Coughlin (Ben
Affleck). Depois de quase ser morto por um chefão da máfia irlandesa de Boston,
Joe se alia a um líder da máfia italiana para poder se vingar. Ele então é
mandado para a Flórida para cuidar da produção e distribuição de bebida ilegal
e lá tenta construir seu império de contrabando.
Com uma narrativa que se desdobra
ao longo de décadas, o filme tem dificuldade em fazer todos os eventos
"caberem" dentro de sua duração e muita coisa acontece ou é revelada
somente nas narrações em off do
protagonista e isso acaba conferindo um tom episódico ao filme. Quando ele
chega na Flórida, imaginamos que veremos a construção de seu império de
contrabando, mas depois de alguns poucos encontros com os figurões da cidade a
trama faz um salto temporal e apenas via narração ficamos sabendo que Joe já
está com seu empreendimento criminal consolidado.

terça-feira, 21 de fevereiro de 2017
Crítica - A Grande Muralha
Eu imaginaria que um filme com
Matt Damon e Willem Dafoe enfrentando monstros em uma China medieval fosse ao
menos ser divertido. Seu diretor, Zhang Yimou, de Herói (2002) e O Clã das
Adagas Voadoras (2004), é célebre por seu apuro estético, então também era
de se esperar visuais criativos e impressionantes. Nada disso, no entanto, está
presente em A Grande Muralha, um
filme tão derivativo e sem personalidade que jamais o ligaria a Yimou se não
tivesse visto seu nome nos créditos.
A trama acompanha um grupo de
mercenários europeus liderados por William (Matt Damon) que tenta viajar à
China na esperança de conseguirem comercializar o famoso pó negro (pólvora)
produzido pelos orientais. O grupo acaba chegando na Grande Muralha, na qual o
exército chinês se prepara para uma invasão iminente. A muralha foi criada para
proteger o país e o mundo de demônios esverdeados chamados Tao Tei, que
chegaram em nosso mundo através de um meteoro (mas isso não faria deles alienígenas?
Bem, sim, mas o filme não explica muito bem o que de fato são essas criaturas,
nem o motivo delas atacarem de tempos em tempos ao invés de continuamente).
Testemunhando o poder dos monstros em primeira mão, William e seu amigo Tovar
(Pedro Pascal), decidem ficar e ajudar, pelo menos até conseguirem por as mãos
na pólvora dos chineses com a ajuda de Ballard (William Dafoe).

segunda-feira, 20 de fevereiro de 2017
Crítica - Moonlight: Sob a Luz do Luar
A busca por identidade e/ou afeto
é algo com o qual praticamente qualquer um pode se identificar. É justamente o
entendimento da universalidade e, arrisco dizer, atemporalidade de sua
narrativa, mas sem perder as particularidades dos personagens ou ambiente que
retrata, que este Moonlight: Sob Luz do
Luar funciona tão bem.
O filme é centrado em Chiron
(Alex R. Hibbert/Ashton Sanders/Trevante Rhodes), um jovem da periferia que
precisa lidar com sua mãe ausente, Paula (Naomie Harris), e viciada em crack e com uma constante sensação de
inadequação em relação aos demais garotos de sua idade, em especial pelo fato
deles constantemente lhe direcionarem insultos que o garoto não faz ideia de
que se tratam de ofensas homofóbicas. Fugindo da perseguição de colegas, ele
acaba topando com Juan (Mahershala Ali), com quem desenvolve uma relação
paternal.
É um daqueles filmes que poderia
facilmente descambar para o exagero dado o cotidiano de violência e drogas no
qual o garoto vive desde muito novo, mas o roteiro escrito pelo diretor Barry
Jenkins trata a jornada de autodescoberta e busca por afeto (parental e
romântico) de Chiron com bastante equilíbrio, sobriedade e também lirismo,
conseguindo encontrar o sublime mesmo em momentos que parecem extremamente
banais.

sexta-feira, 17 de fevereiro de 2017
Crítica - O.J: Made in America
Com mais de sete horas de duração,
a primeira pergunta que surge ao nos aproximarmos deste documentário (na verdade uma série documental) O.J: Made in America é: ele tem estofo
para sustentar essa longuíssima duração? A resposta é um sonoro sim. Isso
porque o documentário não trata apenas da trajetória de vida do atleta e ator
O.J Simpson, ele também aborda todo o contexto que circula sua ascensão e
queda. Das profundas desigualdades raciais e repressão policial que permeavam a
cidade de Los Angeles, ao culto às celebridades da mídia estadunidense,
passando pelo ambiente de privilégio e riqueza no qual o atleta se inseriu
desde muito jovem quando se tornou uma estrela do esporte universitário e lhe
dava a sensação de estar imune aos problemas do mundo.
O filme vai aos poucos
deslindando essas múltiplas linhas e como elas se desenvolvem em paralelo até
culminarem na grande tempestade que foi o assassinato de Nicole Brown Simpson, separada de O.J na época em que foi assassinada, e seu então
namorado Ron e todo o julgamento televisionado de O.J Simpson. Através de
entrevistas com amigos, conhecidos, parceiros de negócios, além do uso de
imagens de arquivo, o documentário faz do julgamento de O.J um julgamento da
própria sociedade americana e como as ilusões de grandeza construídas por ela e
o lado feio que tentam ocultar (como a brutalidade policial) contribuíram para
transformar o que deveria ser um procedimento jurídico sério em entretenimento
de massa e um fórum de discussões para uma miríade de outras questões, que,
embora importantes e necessárias para a esfera política, não eram exatamente
centrais ao caso.
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Crítica,
Documentário

quarta-feira, 15 de fevereiro de 2017
Crítica - Aliados
Histórias sobre espiões e
sabotadores nazistas eram uma grande tendência em Hollywood no final da década
de 1930, quando eclodiu a Segunda Guerra Mundial, e durante o início dos anos de
1940. O diretor Robert Zemeckis (do subestimado A Travessia) vai beber na fonte desses filmes neste Aliados, mas o que deveria ser uma
mistura entre Casablanca (1942) e Sr. e Sra. Smith (2005), acaba não
alcançando o potencial de sua premissa.
No ano de 1942 um oficial
canadense trabalhando para os Estados Unidos, Max Vatan (Brad Pitt), vai à
cidade marroquina de Casablanca, então ocupada pelos nazistas, para encontrar a
membro da inteligência francesa Marianne Beauséjour (Marion Cotillard). Juntos
eles posam como marido e mulher para se infiltrarem em um evento nazista e
matarem um importante diplomata do Reich. O filme então salta para tempos
depois, ambos estão casados e morando na Inglaterra, ainda durante a guerra.
Max é avisado pelo comando militar que sua esposa pode ser uma espiã nazista e
recebe instruções sobre como lidar com a questão, mas Max resolve investigar
tudo por conta própria ao invés de deixar a cargo dos militares.

terça-feira, 14 de fevereiro de 2017
Crítica - Lion: Uma Jornada Para Casa
Lion: Uma Jornada Para Casa é dividido em duas partes bem claras. A
primeira mostra um garoto sozinho vagando pelas ruas da Calcutá na Índia depois
de se perder da família. A segunda mostra o personagem já adulto tentando
encontrar o lar do qual não se lembra tão bem. É uma história sobre como nossas
origens moldam quem somos e a importância em saber de onde viemos. A questão é
falta equilíbrio entre as duas partes e a segunda não funciona tão bem quanto a
primeira.
A trama é baseada na história
real de Saroo Brierley (Dev Patel), que quando era criança (interpretado por
Sunny Pawar) entrou em um trem e se separou de sua família, saltando dias
depois na cidade de Calcutá. Perdido, sem saber falar o dialeto local e sem
saber dizer o nome de sua mãe ou da sua cidade natal, acaba sendo levado para
um orfanato. Como ninguém vai procurá-lo, Saroo é posto para adoção e é adotado
pelo casal australiano John (David Wenham) e Sue (Nicole Kidman). Anos depois,
já adulto, Saroo mora com sua namorada, Lucy (Rooney Mara), quando aos poucos
começa a se lembrar da infância e resolve procurar sua cidade natal com a ajuda
da internet.

segunda-feira, 13 de fevereiro de 2017
Crítica - John Wick: Um Novo Dia Para Matar
O primeiro De Volta ao Jogo (2014) pegou todo mundo de surpresa com suas
excelentes cenas de ação e a criação de um universo bastante singular habitado
por assassinos profissionais. Com um padrão tão alto de comparação, era natural
duvidar de este John Wick: Um Novo Dia
Para Matar conseguiria ser tão bom quanto o antecessor, mas o resultado é
bastante satisfatório.
A trama começa um pouco depois do
fim do primeiro filme, com John (Keanu Reeves) perseguindo o resto dos mafiosos
russos em busca de seu carro. Ao recuperá-lo, ele poupa a vida do novo líder da
máfia russa e propõe uma trégua, que é aceita. Isso, no entanto, não significa
o fim dos dias de luta de John, já que ao saber de seu retorno, um antigo
conhecido de seus dias de profissional, Santino (Riccardo Scamarcio) aparece em
sua porta para cobrar uma antiga dívida de sangue. Segundo as regras da
sociedade de assassinos, John é obrigado a honrar a dívida, caso contrário será
considerado traidor e caçado sem perdão. Como de costume, o protagonista é
traído e resolve ir atrás daqueles que o prejudicaram, o que o coloca na mira
de vários assassinos.

quarta-feira, 8 de fevereiro de 2017
Crítica - Cinquenta Tons Mais Escuros
Eu sou um sujeito muito ingênuo.
Imaginei que este Cinquenta Tons Mais
Escuros poderia corrigir ou ter aprendido alguma coisa com os erros do
primeiro (ao menos a franquia Crepúsculo tentava
melhorar ao longo dos filmes), poderia ter uma visão menos conservadora no modo
como trata a relação do casal protagonista, poderia fazer escolhas estéticas que
não resultassem em humor involuntário. Ledo engano. O filme é mais do mesmo,
não tendo aprendido nada com o anterior e faz questão de repetir o que já não
tinha funcionado antes.
A narrativa começa no mesmo lugar no
qual anterior parou. Anastasia Steele (Dakota Johnson) deixou o bilionário
Christian Grey (Jamie Dornan). Sem saber lidar com o abandono, Grey continua a
perseguir seu objeto de desejo e eles tentam se reaproximar. A questão é que os
traumas do passado do protagonista o impedem de se abrir para sua amada.
Basicamente tudo que já tinha
sido dito sobre Cinquenta Tons de Cinza (2015) continua
valendo aqui. Se eu fosse tão preguiçoso quanto as pessoas envolvidas nesse
filme eu poderia simplesmente copiar e colar o texto de dois anos atrás aqui,
mas diferentemente dos responsáveis pela franquia, prefiro me esforçar para
fazer meu trabalho.

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