O primeiro Nier, lançado em 2010, não era um jogo perfeito, mas cativava por
sua mistura de estilos, narrativa complexa e música marcante. Não vendeu muito
bem, mas acabou virando cult e gerou
essa "continuação" (ou seria spin
off?) Nier: Automata, que traz em
si as principais qualidades do jogo original.
A trama se passa séculos no
futuro quando uma espécie alienígena usou máquinas para atacar a humanidade. A
raça humana se refugia na Lua e cria androides para combaterem as máquinas. A
androide 2B é enviada para a Terra para investigar máquinas que estão se
comportando de maneira diferente. Com a ajuda do androide 9S (Nines), ela
descobre que as máquinas se libertaram da rede alienígena que as controlava e
passaram a desenvolver uma inteligência própria. A partir daí a narrativa
levanta questões éticas e morais sobre identidade, consciência, racionalidade e
o que faz de nós humanos conforme a dupla tenta desvendar o que está
acontecendo.
O jogo é esperto de não tentar
responder as questões que levanta (afinal séculos de filosofia não conseguiram)
deixando elas em aberto para o público. A trama muitas vezes se desenvolve de
maneira bem bizarra, mas o jogo consegue usar a esquisitice em benefício
próprio, ainda que alguns provavelmente não irão se agradar com isso. Assim
como o primeiro Nier, esse aqui
também traz múltiplos finais, sendo necessário terminar o jogo ao menos três
vezes para ver o final completo, sendo necessárias cerca de quarenta horas para
ver todos os caminhos. Cada vez há uma nova rota e um novo ponto de vista sobre
a história, além de também alterar o personagem com o qual se joga, mudando um
pouco a jogabilidade.