O ator Adam Sandler já admitiu
mais de uma vez que a escolha dos projetos que faz na sua produtora Happy
Madison é muitas vezes motivada pelo lugar no qual ele queria passar férias com
sua família. Assistindo esse Sandy Wexler,
nova produção da parceria dele com a Netflix, fica a impressão de que seus
motivos para realizar chamar seus amigos de Hollywood para grandes festas e
mandar a conta para a empresa de streaming
sob a desculpa de que estava fazendo um filme.
A trama se passa nos anos 90 e
segue o personagem título Sandy Wexler (Adam Sandler), um agente de talentos de
quinta categoria que tenta se dar bem em Hollywood. Sua sorte parece mudar
quando seu caminho cruza com a cantora Courtney (Jennifer Hudson), sua primeira
cliente realmente talentosa e com potencial para se tornar uma grande estrela. Sandy
acaba se apaixonando por ela, mas percebe que ele talvez não seja o melhor
agente para torná-la famosa.
Sem ritmo, o filme demora a
engrenar, apresentando os vários clientes de Wexler em cenas descoladas da
narrativa principal do filme e que mais parecem esquetes soltas. Mesmo quando
ele e Courtney finalmente se encontram e percebemos que este será o fio
condutor do filme, ainda assim a narrativa insiste em longas interrupções no
fluxo da trama para mostrar esses mesmos clientes repetindo as mesmas situações
que já vimos antes (e que não eram tão engraçadas assim), inchando o filme em
uma longuíssima minutagem de mais de duas horas. Quando ele e Courtney se
separam, imaginamos que o foco irá mudar para o astro de luta livre (Terry
Crews) que ele agencia, mas a cantora volta à sua vida em um completo deus ex machina e mais uma vez vai
embora de modo totalmente gratuito. Aqui e ali o filme nos mostra várias
celebridades em uma grande festa narrando o que acontece com Sandy, na maioria
dos casos as narrações são completamente redundantes, dizendo o que as imagens
já estão nos mostrando, e cuja graça é simplesmente apontar e dizer "olha,
é celebridade x".