sábado, 15 de abril de 2017

Crítica - Sandy Wexler

Análise Sandy Wexler


Review Sandy Wexler
O ator Adam Sandler já admitiu mais de uma vez que a escolha dos projetos que faz na sua produtora Happy Madison é muitas vezes motivada pelo lugar no qual ele queria passar férias com sua família. Assistindo esse Sandy Wexler, nova produção da parceria dele com a Netflix, fica a impressão de que seus motivos para realizar chamar seus amigos de Hollywood para grandes festas e mandar a conta para a empresa de streaming sob a desculpa de que estava fazendo um filme.

A trama se passa nos anos 90 e segue o personagem título Sandy Wexler (Adam Sandler), um agente de talentos de quinta categoria que tenta se dar bem em Hollywood. Sua sorte parece mudar quando seu caminho cruza com a cantora Courtney (Jennifer Hudson), sua primeira cliente realmente talentosa e com potencial para se tornar uma grande estrela. Sandy acaba se apaixonando por ela, mas percebe que ele talvez não seja o melhor agente para torná-la famosa.

Sem ritmo, o filme demora a engrenar, apresentando os vários clientes de Wexler em cenas descoladas da narrativa principal do filme e que mais parecem esquetes soltas. Mesmo quando ele e Courtney finalmente se encontram e percebemos que este será o fio condutor do filme, ainda assim a narrativa insiste em longas interrupções no fluxo da trama para mostrar esses mesmos clientes repetindo as mesmas situações que já vimos antes (e que não eram tão engraçadas assim), inchando o filme em uma longuíssima minutagem de mais de duas horas. Quando ele e Courtney se separam, imaginamos que o foco irá mudar para o astro de luta livre (Terry Crews) que ele agencia, mas a cantora volta à sua vida em um completo deus ex machina e mais uma vez vai embora de modo totalmente gratuito. Aqui e ali o filme nos mostra várias celebridades em uma grande festa narrando o que acontece com Sandy, na maioria dos casos as narrações são completamente redundantes, dizendo o que as imagens já estão nos mostrando, e cuja graça é simplesmente apontar e dizer "olha, é celebridade x".

quarta-feira, 12 de abril de 2017

Crítica - Persona 5

Análise Persona 5


Review Persona 5
O último Persona que joguei foi Persona 2: Eternal Punishment, lá nos idos tempos do primeiro Playstation e lembro de ter sido atraído pela ambientação contemporânea (poucos RPGs faziam isso na época) e pelo sistema de combate por turnos que permitia, entre outras coisas, conversar com os monstros para obter seus poderes ou mesmo itens e dinheiro. De lá pra cá a franquia recebeu mais dois jogos e alguns spin-offs (um de luta, um de dança e um crossover com Fire Emblem) e eu acabei passando batido por todos eles, mas assim que vi os primeiros trailers para este Persona 5 fui pego pelo design estiloso das dungeons e personagens, pela nova mecânica de furtividade e várias outras coisas. Depois de muitos atrasos (o jogo saiu em setembro de 2016 no Japão) Persona 5 finalmente chega no ocidente e devo dizer que valeu a espera, é um excelente JRPG e possivelmente um dos melhores jogos do ano.

A narrativa começa quando o protagonista, que recebe o apelido de Joker, chega a uma nova cidade depois de ser preso por agressão ao bater em um sujeito que tentava abusar de uma mulher. O adolescente tenta se adaptar à sua nova escola quando um misterioso app aparece em seu celular e ele é transportado para um mundo de sombras no qual pode entrar nos "palácios mentais" das pessoas e invocar o poder de seres sobrenaturais chamados Personas. Ao lado de outros estudantes e da criatura-gato Morgana, eles decidem usar suas habilidades para transformar os corações de malfeitores, invadindo seus palácios e roubando seus tesouros para forçar uma espécie de "recalibração cognitiva" que os faz se arrependerem por seus atos. Além de serem ladrões sobrenaturais à noite, os personagens são estudantes comuns de dia, precisando frequentar aulas e desenvolver amizades com outros.

terça-feira, 11 de abril de 2017

Crítica - Velozes e Furiosos 8

Análise Velozes e Furiosos 8


Review Velozes e Furiosos 8
Se você não vem acompanhando a franquia de ação protagonizada por Vin Diesel e carros tunados, saiba que desde os últimos dois ou três filmes praticamente se tornou  uma narrativa de super heróis. Com nenhuma obrigação em aderir a algum tipo de naturalismo e verossimilhança, os últimos Velozes e Furiosos abraçam sem medo o exagero e a estupidez e se tornaram melhores e mais divertidos por isso. Esse Velozes e Furiosos 8 não é exceção e entrega mais uma aventura cheia de excessos e liberdades com o mínimo funcionamento genuíno do corpo humano que é muito divertida de assistir.

A narrativa começa quando a misteriosa ciberterrorista Cipher (Charlize Theron) força Dominic Toretto (Vin Diesel) a colaborar com seus planos e ajudá-la a roubar armas nucleares. Com Dom contra eles, Letty (Michelle Rodriguez) e o agente Luke Hobbs (Dwayne The Rock Johnson) acabam recrutando Deckard Shaw (Jason Statham), vilão do filme anterior, para deterem Dom e Cipher.

terça-feira, 4 de abril de 2017

Crítica - Smurfs e a Vila Perdida

Análise  Smurfs e a Vila Perdida


Review  Smurfs e a Vila Perdida
Quando uma narrativa permanece por muito tempo no imaginário popular é inevitável que alguns de seus atributos comecem a soar datados ou anacrônicos com o passar do tempo. A cultura se transforma, o olhar sobre certas coisas muda, as preocupações de cada tempo também. Esse Smurfs e a Vila Perdida tem como principal gancho a necessidade de atualizar algumas coisas da mitologia desses personagens e é essa decisão que eleva o filme acima do banal.

A narrativa é focada na Smurfette, que tenta encontrar seu próprio talento ou habilidade que a torne única entre os outros smurfs além do fato de ser a única menina da vila. Também busca um propósito para si, já que diferente dos outros, ela fora originalmente criada pelo bruxo Gargamel para ajudá-lo a capturar os smurfs, mas acabou se integrando às criaturinhas. Sua oportunidade vem quando ela descobre que existem outros smurfs além daqueles que habitam em sua vila e, com o auxílio do Gênio, do Robusto e do Desastrado, parte para tentar encontrar a vila antes que o Gargamel o faça.

segunda-feira, 3 de abril de 2017

Crítica - 13 Reasons Why: 1ª Temporada

Análise 13 Reasons Why: 1ª Temporada


Review 13 Reasons Why: 1ª Temporada
"Precisamos ser melhores uns com os outros" diz um personagem em certa altura desta primeira temporada de 13 Reasons Why. Uma frase que sintetiza de forma concisa e sensível todas as ideias que temporada tenta passar ao longo de seus treze episódios. Há um ditado que prega que "é preciso uma vila para educar uma criança" e essa série nos lembra com dureza como também é preciso uma vila para destruir alguém ao ponto do suicídio. Isso não é algo que vem do nada, tampouco é meramente uma questão de fraqueza ou covardia, é um processo, existem sinais, etapas. A questão é que ninguém pensa em como aquilo que dizemos e fazemos pode impactar o outra.

A trama começa quando Clay (Dylan Minette) recebe em sua casa um conjunto de fitas cassete aparentemente gravadas por Hannah (Katherine Langford), sua paixão de escola que recentemente cometeu suicídio. Ao começar a ouvir, Clay descobre que as fitas são uma espécie de carta de suicídio na qual ela lista os 13 motivos que teve para tirar a própria vida e como foi constantemente abusada e magoada pelos colegas.

quarta-feira, 29 de março de 2017

Crítica - A Vigilante do Amanhã: Ghost in the Shell

Análise A Vigilante do Amanhã: Ghost in the Shell


Review A Vigilante do Amanhã: Ghost in the Shell
Uma pessoa sofre um atentado violento e está à beira da morte. Ela é salva por uma grande corporação que lhe dá um poderoso corpo cibernético, transformando-a em uma arma para combater o crime e defender seus interesses corporativos. Essa é a trama de Robocop (1987) e seu remake. Porque a estou citando em um texto sobre a adaptação do mangá Ghost in the Shell de Masamune Shirow e seu longa animado de mesmo nome lançado em 1995 (sob o título de O Fantasma do Futuro no Brasil) sob a direção de Mamoru Oshii? Bem, porque essa é basicamente a trama deste A Vigilante do Amanhã: Ghost in the Shell, o que deve deixar muitos fãs da obra original decepcionados. O que não significa, no entanto, que seja um filme ruim.

Avaliar uma adaptação não é simples. Por um lado tenho a clara ciência de que uma adaptação não precisa ser uma reprodução ipsis litteris do material original e precisa se sustentar com as próprias pernas. Por outro lado, espera-se que, por mais que hajam mudanças nos eventos da narrativa, seja de algum modo fiel às ideias e temas transmitidos pelo produto no qual se baseia, caso contrário não faz sentido fazer uma adaptação. Ser bem sucedido como adaptação também não vai implicar necessariamente que o filme é bom, assim como o fracasso enquanto adaptação não é implica exatamente que o filme é ruim. A Vigilante do Amanhã: Ghost in the Shell tem muito pouco do material no qual se baseia e foge das discussões existenciais mais complexas do mangá e do anime, mas ainda assim tem sua parcela de qualidades.

segunda-feira, 27 de março de 2017

Crítica - Mass Effect: Andromeda

Análise Mass Effect: Andromeda


Review Mass Effect: AndromedaA trilogia original de Mass Effect conquistava com seu universo rico, personagens cativantes e narrativa complexa, cujas escolhas eram carregadas a cada novo jogo e resultavam em experiências diferentes para cada jogador. O fim da saga do (ou da) comandante Shepard no terceiro jogo dividiu os fãs por causa do que muitos consideraram um desfecho frustrante, mas com esse novo jogo a franquia literalmente tenta ir em novas direções neste Mass Effect: Andromeda, que leva os jogadores a uma nova galáxia a ser colonizada.

A Narrativa


A trama começa mais ou menos no mesmo período de Mass Effect 2 quando a Iniciativa Andromeda lança suas naves em direção à longínqua galáxia de mesmo nome. As principais raças da Via Láctea estão divididas em "arcas", cada uma liderada por um Explorador (Pathfinder) responsável por capitanear a missão de encontrar um novo planeta para seu povo. Seiscentos anos depois as arcas finalmente chegam à nova galáxia e os tripulantes são acordados de seu sono criogênico para descobrirem que os planetas habitáveis se tornaram tóxicos e são atacados por uma raça hostil chamada Kett. Os jogadores controlam um dos gêmeos Sara ou Scott Ryder, filhos do Explorador Alec Ryder, nessa missão de colonizar novos planetas e desvendar o mistério dos Kett.

quarta-feira, 22 de março de 2017

Crítica - Power Rangers

Análise Power Rangers


Review Power Rangers
Quando saíram as primeiras imagens desse novo Power Rangers com os personagens vestindo os novos trajes, temi que ele pudesse cometer o equívoco de tentar tornar tudo sério e sisudo demais, já que o senso pueril de aventura e uma inerente cafonice faziam parte do charme da franquia. Afinal, há um limite do quanto se pode levar a sério uma narrativa sobre adolescentes usando roupas coloridas e pilotando dinossauros robôs para lutarem contra monstros gigantes. Felizmente essa nova versão consegue compreender a essência do que tornava os Rangers tão especiais e o resultado é bem melhor do que eu achava que seria.

A trama é bem similar à série. Cinco adolescentes recebem as "moedas do poder" que lhes permite se transformar em Power Rangers. Sob a tutela do alienígena ancestral Zordon (Bryan Cranston) e do robô atrapalhado Alpha 5 (voz de Bill Hader) eles precisam deter Rita Repulsa (Elizabeth Banks), que ameaça toda a vida na Terra. É também um típico filme de origem, não muito diferente em sua estrutura do que os filmes de super heróis que chegam às telas, apresentando um grupo que é reunido por acaso e precisa aprender a trabalhar em equipe.

Crítica - T2 Transpotting

Análise Trainspotting 2


Resenha T2 Transpotting
Ainda hoje o primeiro Trainspotting: Sem Limites (1996) é um dos filmes mais marcantes da carreira do diretor Danny Boyle. Há anos se fala em uma continuação, principalmente depois que Irvine Welsh, autor do livro homônimo que inspirou um filme, lançou em 2002 uma continuação intitulada Porno. Parecia uma questão de tempo até que os personagens voltassem aos cinemas, mas uma série de problemas (incluindo uma briga entre o ator Ewan McGregor e Danny Boyle, que ficaram anos sem se falar) seguraram o desenvolvimento do projeto. Com esse T2 Trainspotting chegando aos cinemas cerca de quinze anos depois das primeiras tentativas, ficava a questão se ainda havia algo de relevante a ser dito com aqueles personagens.

Depois de deixar seus amigos e o país no fim do primeiro filme, Renton (Ewan McGregor) retorna à sua cidade Natal e reencontra os antigos amigos Spud (Ewen Bremner) e Simon "Sick Boy" (Jonny Lee Miller). Depois de vinte anos Spud continua viciado em heroína e enfrenta problemas por causa disso, tendo se distanciado da esposa e do filho. Simon ainda tenta viver de pequenos golpes, consumindo drogas e ainda agindo e se achando um jovem descolado e imaturo apesar de já ter passado dos quarenta. Renton parece estar com a vida no lugar, mas na verdade não está tão bem assim e decide ajudar Simon em seu esquema para montar um bordel. Ao mesmo tempo, o perigoso Begbie (Robert Carlyle) foge da cadeia e busca vingança contra Renton.

terça-feira, 21 de março de 2017

Crítica - Fragmentado

Análise Fragmentado


Review Fragmentado
A carreira do diretor M. Night Shyamalan tem sido uma montanha russa. Depois de um excelente começo em O Sexto Sentido (1999) e Corpo Fechado (2000) para depois descer a coisas indefensáveis como A Dama na Água (2006) e Depois da Terra (2013) e então começou a se recuperar no bacana A Visita (2015). Esse Fragmentado parecia ser o próximo passo do diretor em retornar aos seus tempos áureos e prometia ser tão bom quanto seus dois primeiros filmes. Certamente é melhor do que as bombas que ele fez de 2006 a 2013 e talvez seja um pouco melhor do que A Visita, mas, lamentavelmente, passa longe dos melhores momentos de sua carreira.

Na trama, a jovem Casey (Anya Taylor-Joy, do excelente A Bruxa) e suas amigas Claire (Casey Lu Richardson) e Marcia (Jessica Sula) são sequestradas por um homem misterioso que as tranca em um porão e diz que elas serão alimento para uma entidade chamada de A Besta. O estranho parece se comportar de maneira errática, mudando suas roupas e modo de falar de tempos em tempos. Aos poucos, descobrimos através de sua terapeuta que ele se chama Kevin (James McAvoy) e tem transtorno de personalidade múltipla, possuindo nada menos que três personalidades.