O título original deste Paixão Obsessiva é Unforgettable, que em inglês significa inesquecível. A titulação
original acaba soando como um grande paradoxo, já que é provavelmente um dos
filmes mais esquecíveis que vi esse ano. Um suspense genérico que poderia
tranquilamente ter sido dançado diretamente em vídeo ou no Supercine da Globo.
A trama é centrada em Julia
(Rosario Dawson), que se afastou do trabalho para casar com David (Geoff
Stults). Tess (Katherine Heigl), ex-mulher de David e mãe de sua filha, não vê
a união com bons olhos e tem dificuldade em aceitar o término do
relacionamento. Aos poucos ela começa a impor sua presença e criar problemas
para o casal.
É aquele suspense padrão de
"mulher rejeitada que tenta tornar a vida do ex um inferno", mas
contado sem qualquer sutileza e muitos furos na trama. Já em sua primeira cena,
mostrada se maquiando em sua casa, o filme já deixa claro que Tess é uma
psicótica obsessiva e assim não há tensão ou incerteza em relação ao que ela
irá fazer porque seu desequilíbrio já fica escancarado para o público. O
suspense também é prejudicado por começar com um flashfoward de Julia numa delegacia, acusada de um crime que não
cometeu, o que já entrega o plano da vilã. Assim, quando o filme nos mostra,
através do uso de câmera em primeira pessoa, Tess invadindo a casa de Julia
sabemos não só o que ela vai fazer (roubar seus objetos pessoais), como também
já sabemos que ela será bem sucedida e que nesse momento não fará nada com
Julia. Deste modo, o que deveria ser uma cena de tensão, perigo e incerteza é
reduzida a um mero exercício de paciência conforme esperamos que a narrativa
alcance as informações que já tinha previamente nos dado sobre o andamento da
trama.