segunda-feira, 15 de maio de 2017

Crítica - Rei Arthur: A Lenda da Espada

Análise Rei Arthur: A Lenda da Espada


Review Rei Arthur: A Lenda da Espada
Há uma máxima da escrita de roteiro que diz "mostre, não conte". O público não precisa meramente ser informado do que acontece, mas ver as coisas acontecendo, quer ver personagens se transformando, evoluindo amadurecendo, formando ou rompendo laços uns com outros. Este Rei Arthur: A Lenda da Espada parece ignorar isso ao se apoiar em longas seções de narrações expositivas que falam e informam, mas não deixa espaço para as coisas serem vistas.

A trama segue Arthur (Charlie Hunnam) um órfão criado em um prostíbulo que vê sua vida mudar depois que tira a lendária Excalibur da pedra em que se encontrava e é reconhecido como real herdeiro do trono britânico. Obviamente o cruel rei Vortigern (Jude Law) não aceita muito bem a ideia de que seu sobrinho perdido reapareceu e tem condições de reclamar o trono.

É a típica "jornada de herói", com um sujeito aparentemente comum descobrindo um destino grandioso para si e seu percurso para se tornar esse herói que todos esperam e salvar o mundo (ou o reino, nesse caso). Isso por si só não é um problema, Star Wars por exemplo consegue remeter a esses moldes narrativos familiares e ainda assim criar um universo e personagens interessantes. A questão aqui é a maneira como o filme trabalha isso.

quinta-feira, 11 de maio de 2017

Crítica - Corra!

Análise Corra!


Review Corra!
Quando o comediante Jordan Peele anunciou sua estreia como diretor, não imaginaria que ele exploraria o gênero do terror. Claro, este Corra! traz o mesmo tipo de comentário social contundente e inteligente que ele estava habituado em seu programa de televisão Key and Peele, que fazia ao lado do também comediante Keegan Michael Key, mas também traz um domínio da construção de um clima de pavor e tensão que, confesso, não esperava encontrar em alguém vindo da comédia.
                                
A trama é centrada em Chris (Daniel Kaluuya), um jovem negro que viaja ao sul dos Estados Unidos ao lado de sua namorada, Rose (Allison Williams, a Marnie de Girls), para finalmente conhecer os pais dela. Já nos primeiros minutos na cidade natal da amada Chris percebe que há algo de racista no local. Os pais dela, no entanto, se comportam como pessoas abertas e progressistas, mas ele não deixa de notar que há algo estranho na conduta dos empregados da propriedade, todos negros por sinal, que parecem estranhamente dóceis. Quando a família dá uma festa, Chris começa a se sentir incomodado com o modo como os convidados falam com ele e também com a conduta estranha do único outro negro que encontra na festa. Aos poucos, vai descobrindo que os parentes de sua namorada tem intenções sinistras em relação a ele.

terça-feira, 9 de maio de 2017

Drops - Handsome e Sete Minutos Depois da Meia Noite

Vamos a mais uma rodada de críticas breves. Hoje falamos sobre Handsome: Um Filme de Mistério da Netflix. cujo título é praticamente autoexplicativo e o drama fabulesco Sete Minutos Depois da Meia Noite.

Handsome: Um Filme de Mistério da Netflix

Análise Handsome Um Filme de Mistério Netflix


segunda-feira, 8 de maio de 2017

Crítica - Alien: Covenant

Resenha Alien: Covenant



Análise Alien: Covenant
Prometheus (2012) foi lançado sob a ideia de que funcionaria como uma espécie de prelúdio de Alien: O Oitavo Passageiro (1979), mas o resultado final deixava mais perguntas do que respostas. Este Alien: Covenant surgiu como uma continuação de Prometheus para aparentemente responder tudo que ficava solto no filme anterior e embora as respostas de fato venham, tem muito pouco a acrescentar ao que tinha sido dito e mostrado no filme de 2012 ou mesmo na série Alien como um todo.

A trama segue a tripulação da nave espacial Covenant, que viaja para colonizar um novo planeta. Quando uma erupção solar atinge a nave, os tripulantes são acordados de seu sono criogênico pelo androide Walter (Michael Fassbender) para consertarem a nave. Durante os reparos, a equipe detecta uma misteriosa transmissão humana em um planeta desconhecido próximo e com iguais condições de habitação do planeta que estão indo colonizar, mas que ainda está a sete anos de viagem. Chegando lá alguns tripulantes são infectados por uma misteriosa substância preta e, bem, vocês sabem o que acontece a partir daí.

terça-feira, 2 de maio de 2017

Crítica - A Autópsia

Análise A Autópsia


Review A Autópsia
Um necrotério parece um ambiente propício para um filme de terror. É fechado, com poucas janelas e saídas, e é lotado de cadáveres que muitas vezes morreram de formas horríveis e ainda assim existem poucas produções do gênero que se confinam neste espaço. A Autópsia faz exatamente isso e nos lembra como um necrotério e cadáveres humanos podem ser assustadores.

A trama começa quando dois legistas, Tommy (Brian Cox) e seu filho Austin (Emile Hirsch), recebem a incumbência de determinarem a causa de morte de uma mulher desconhecida cujo corpo foi encontrado enterrado no porão de uma casa. Apesar de não possuir nenhuma marca externa, os legistas descobrem que seus órgãos internos foram queimados e dilacerados, o que seria virtualmente impossível. Conforme aprofundam seu exame do cadáver, começam a desconfiar que aquela não foi uma morte simples.

O filme consegue transitar entre gêneros de maneira bem eficiente, começando como uma intrigante investigação médica (pensem em algo nos moldes de House) e aos poucos vai dando indicativos que há mais em jogo e vai se direcionando para o reino do sobrenatural de maneira bastante orgânica. O texto é inteligente ao deixar implícitas as explicações do que está acontecendo, sempre mantendo uma camada de incerteza e desconhecimento em relação aos fenômenos que os protagonistas presenciam, afinal o não conhecido e não visto é em geral mais assustador do que algo que vemos e sabemos como age e o que quer.

sexta-feira, 28 de abril de 2017

Drops - Paterson e O Que Fazemos Nas Sombras

Começamos hoje com nossa seção de Drops (ou pílulas) críticas. É um espaço para textos um pouco mais breves sobre filmes que não queremos deixar de falar, mas infelizmente tivemos muito tempo disponível para fazer um texto mais longo como costumamos.


Paterson


Análise Paterson

quinta-feira, 27 de abril de 2017

Crítica - Guardiões da Galáxia Vol. 2

Análise Guardiões da Galáxia Vol. 2


Review Guardiões da Galáxia Vol. 2
Quando o primeiro Guardiões da Galáxia (2014) chegou aos cinemas, ninguém esperava que pudesse ser tão bom e tão divertido quanto realmente foi. Afinal tinha um diretor vindo do cinema independente sem nenhum grande sucesso (apesar dos seus filmes serem bacanas), um protagonista vindo da comédia e que nunca tinha sido "testado" como herói de ação e um grupo composto por personagens obscuros do universo que provavelmente eram desconhecidos pela grande maioria do público. O resultado, no entanto, foi uma aventura divertida, com personagens carismáticos e que acertava ao tentar entender como aquelas pessoas desajustadas acabaram se unindo e virando heróis. Este Guardiões da Galáxia Vol. 2 segue o mesmo caminho do primeiro, e embora não entregue nada de novo, continua muito divertido.

Peter Quill (Chris Pratt) e seus aliados acabam de terminar uma missão contratada pelos orgulhosos Soberanos, uma raça de criaturas douradas lideradas por Ayesha (Elizabeth Debicki), mas Rocket (voz de Bradley Cooper) acaba roubando algo que é valioso para eles, o que os coloca na mira de Ayesha. O grupo acaba sendo salvo por Ego (Kurt Russell), que revela segredos do passado de Peter, mas Gamora (Zoe Saldana) suspeita das intenções dele.

terça-feira, 25 de abril de 2017

Crítica - Colossal

Análise Colossal


Review Colossal
Colossal é realmente um filme "fora da caixa". Defini-lo como um "filme de monstro" não só seria incapaz de dar conta do que ele realmente é como também poderia dar uma impressão errada a seu respeito e fazer o espectador pensar que está diante de algo como Godzilla (2014) ou Círculo de Fogo (2013), com monstros gigantes destruindo cidades e combates espetaculares, quando o produto final está longe disso.

Gloria (Anne Hathaway) é uma mulher desempregada e com tendências alcoólatras, cujo namorado, Tim (Dan Stevens), não está satisfeito com seu comportamento irresponsável. Tim acaba colocando-a para fora de seu apartamento e sem ter para onde ir Gloria decide retornar à sua cidade do interior. Lá ela consegue emprego no bar de Oscar (Jason Sudeikis), um antigo amigo de infância, mas tudo muda quando um monstro gigante começa a aparecer e desaparecer misteriosamente na Coreia do Sul e Gloria vai percebendo aos poucos que ela tem uma ligação com a criatura.

segunda-feira, 24 de abril de 2017

Crítica - Girlboss: 1ª Temporada

Análise Girlboss: 1ª Temporada


Review Girlboss: 1ª Temporada
Existem muitos filmes e séries sobre trajetórias de sucesso no ambiente corporativo. Sobre pessoas que não tinham nada e construíram grandes empresas. A quase totalidade dessas histórias (como o recente Fome de Poder) é sobre homens e há poucas que abordam o sucesso de alguma figura feminina. A primeira temporada de Girlboss, nova série original da Netflix, chama atenção justamente ao trazer uma história de sucesso de uma mulher que construiu uma grande empresa do nada.

A trama, levemente (muito levemente, como a própria série diz) baseada na história real da fundadora da loja online Nasty Gal, acompanha Sophia (Britt Robertson), uma jovem sem rumo na vida que percebe que pode capitalizar em cima de seu conhecimento de moda. Ela compra roupas raras em brechós por valores baixos e então as revende como artigos vintage a preços altos e aos poucos consegue um inesperado sucesso em sua atividade.

Além de registrar uma história de sucesso, é também um relato sobre uma geração, usando Sophia para falar sobre como os millenials, criados sem grandes crises políticas ou sociais e educados para acreditarem que são especiais, são despreparados para a vida adulta. Crendo que o mundo lhes deve alguma coisa e que seus sonhos lhes serão entregues de bandeja, é uma geração que não sabe lidar com o fracasso, que desiste ou esperneia sempre que encontra um obstáculo ou ouve um não.

quinta-feira, 20 de abril de 2017

Crítica - Paixão Obsessiva

Análise Paixão Obsessiva


Review Paixão Obsessiva
O título original deste Paixão Obsessiva é Unforgettable, que em inglês significa inesquecível. A titulação original acaba soando como um grande paradoxo, já que é provavelmente um dos filmes mais esquecíveis que vi esse ano. Um suspense genérico que poderia tranquilamente ter sido dançado diretamente em vídeo ou no Supercine da Globo.
                  
A trama é centrada em Julia (Rosario Dawson), que se afastou do trabalho para casar com David (Geoff Stults). Tess (Katherine Heigl), ex-mulher de David e mãe de sua filha, não vê a união com bons olhos e tem dificuldade em aceitar o término do relacionamento. Aos poucos ela começa a impor sua presença e criar problemas para o casal.

É aquele suspense padrão de "mulher rejeitada que tenta tornar a vida do ex um inferno", mas contado sem qualquer sutileza e muitos furos na trama. Já em sua primeira cena, mostrada se maquiando em sua casa, o filme já deixa claro que Tess é uma psicótica obsessiva e assim não há tensão ou incerteza em relação ao que ela irá fazer porque seu desequilíbrio já fica escancarado para o público. O suspense também é prejudicado por começar com um flashfoward de Julia numa delegacia, acusada de um crime que não cometeu, o que já entrega o plano da vilã. Assim, quando o filme nos mostra, através do uso de câmera em primeira pessoa, Tess invadindo a casa de Julia sabemos não só o que ela vai fazer (roubar seus objetos pessoais), como também já sabemos que ela será bem sucedida e que nesse momento não fará nada com Julia. Deste modo, o que deveria ser uma cena de tensão, perigo e incerteza é reduzida a um mero exercício de paciência conforme esperamos que a narrativa alcance as informações que já tinha previamente nos dado sobre o andamento da trama.