Há uma máxima da escrita de
roteiro que diz "mostre, não conte". O público não precisa meramente
ser informado do que acontece, mas ver as coisas acontecendo, quer ver
personagens se transformando, evoluindo amadurecendo, formando ou rompendo laços
uns com outros. Este Rei Arthur: A Lenda
da Espada parece ignorar isso ao se apoiar em longas seções de narrações
expositivas que falam e informam, mas não deixa espaço para as coisas serem
vistas.
A trama segue Arthur (Charlie
Hunnam) um órfão criado em um prostíbulo que vê sua vida mudar depois que tira
a lendária Excalibur da pedra em que se encontrava e é reconhecido como real
herdeiro do trono britânico. Obviamente o cruel rei Vortigern (Jude Law) não
aceita muito bem a ideia de que seu sobrinho perdido reapareceu e tem condições
de reclamar o trono.
É a típica "jornada de
herói", com um sujeito aparentemente comum descobrindo um destino
grandioso para si e seu percurso para se tornar esse herói que todos esperam e
salvar o mundo (ou o reino, nesse caso). Isso por si só não é um problema, Star Wars por exemplo consegue remeter a
esses moldes narrativos familiares e ainda assim criar um universo e
personagens interessantes. A questão aqui é a maneira como o filme trabalha
isso.