Escrito e dirigido por David
Michôd, este War Machine é baseado na
história real do general Stanley McChrystal. Ele foi demitido do cargo depois
que uma matéria da revista Rolling Stone expôs suas extravagâncias, delírios de
grandeza e como ele estava disposto até a contrariar ordens presidenciais para
ter a guerra que tanto almejava no Afeganistão. O interesse de Michôd, no
entanto, não é construir uma biografia do general, mas usar sua história para
lançar um olhar crítico e paródico sobre as obsessões bélicas dos Estados
Unidos.
A trama é centrada na figura do
general Glen McMahon (Brad Pitt), famoso por seu pragmatismo e por sempre
cumprir seus objetivos, McMahon é despachado para o Afeganistão para liderar os
esforços contra a insurgência local. Acompanhado de uma equipe de oficiais de
confiança, McMahon logo descobre que sua missão não é tão simples e factível
quanto parece.
O filme trata de como aquela é
uma guerra na qual não há chance de ganhar, revela os absurdos e a falta de
sentido na presença dos militares ali e como muita gente sequer entende a
situação do local. Todos esses temas já foram tratados exaustivamente pelo
cinema. Dr Fantástico (1964) já tinha
falado sobre como a guerra é essencialmente algo estúpido, O Senhor das Armas (2005) já tinha usado ironia e cinismo para
mostrar a infraestrutura financeira que estimula conflitos armados no mundo
inteiro, Soldado Anônimo (2005) já
tinha falado de como é para os soldados ficar em uma base esperando por uma
guerra que nunca vem enquanto todos ficam inquietos com a falta de ação, Guerra ao Terror (2008) já tinha
discorrido sobre a guerra enquanto vício. Enfim, não há nada aqui que já não
tenha sido dito antes e melhor pelo próprio cinema hollywodiano e War Machine tem muito pouco a
acrescentar a esses discursos.