O cinema hollywoodiano já
produziu inúmeras histórias sobre um homem sozinho, lutando contra um grupo de
vilões e tentando fazer a diferença. Este Eu,
Deus e Bin Laden não é uma dessas histórias, embora seu protagonista creia
que seja e é daí que vem a graça do filme.
A trama é baseada na história
real de Gary Faulkner (Nicolas Cage), um homem de meia idade do interior dos
EUA que diz que Deus (Russell Brand) lhe incumbiu de capturar Osama Bin Laden.
Faulkner então compra uma espada e uma passagem só de ida para o Paquistão e
decide caçar o líder terrorista.
Nicolas Cage traz uma energia
insana para Faulkner, um sujeito largado e delirante com sua barba desgrenhada
e cabelos sebosos. O ator usa uma voz extremamente anasalada e uma cadência
incessante para a fala do personagem, fazendo-o soar como alguém inoportuno e
inconveniente. Através da verborragia do personagem, Cage também deixa claro o
quanto ele se sente solitário (ele fala daquele modo porque não tem lá muito
traquejo social) e a extrema necessidade de aprovação que ele tem. Não é um
protagonista fácil de torcer, mas a ideia parece ser exatamente transformá-lo
em uma caricatura e expor ao ridículo sua conduta, afinal de contas,
considerando as ações do sujeito, não dá para realmente levá-lo a sério.