sexta-feira, 7 de julho de 2017

Crítica - Castlevania: 1ª Temporada

Análise Castlevania: 1ª Temporada


Review Castlevania: 1ª Temporada
Confesso que fui pego de surpresa com o anúncio de que a Netflix faria uma série animada baseada na famosa série de games Castlevania e me aproximei dessa primeira temporada sem saber o que esperar. O resultado me surpreendeu positivamente pela construção de um universo implacável e por não economizar na violência.

A trama se passa na Valáquia (uma região que hoje faz parte da Romênia) do século XV. O conde Vlad Drácula Tepes (voz de Graham McTavish) se apaixona por uma mulher humana e decide viver ao lado dela como humano. Durante uma de suas viagens, sua esposa acaba capturada pela Igreja e queimada como bruxa por acharem que seu conhecimento científico era feitiçaria. Isso desperta a ira de Drácula, que decide convocar um exército de demônios para eliminar a raça humana. O único que talvez possa impedi-lo é Trevor Belmont (voz de Richard Armitage), o último de uma linhagem de caçadores de monstros que agora vagueia a esmo pela Valáquia depois que sua família perdeu tudo e foi considerada herege pela Igreja.

terça-feira, 4 de julho de 2017

Crítica - Homem-Aranha: De Volta ao Lar

Análise Homem-Aranha: De Volta ao Lar


Review  Homem-Aranha: De Volta ao Lar
Depois de uma estreia promissora no universo Marvel com sua ponta em Capitão América: Guerra Civil (2016), era inevitável que o Homem-Aranha recebesse seu próprio filme. A divulgação do filme, no entanto, não trazia muita confiança graças ao seu excesso de ênfase na presença do Tony Stark (Robert Downey Jr), quase fazendo parecer que Peter Parker (Tom Holland) seria um coadjuvante em seu próprio filme. Ainda bem que nesse caso os trailers e pôsteres não refletiam o produto final e Parker é de fato o dono de sua própria história e Stark aparece relativamente pouco.

A trama se passa alguns meses depois dos eventos de Guerra Civil, com Peter retornando a sua escola depois de ter experimentado o "gostinho" de estar ao lado dos heróis que tanto admira. Logicamente, ele não consegue se acostumar a ser apenas um estudante colegial e fica ansioso por sua próxima missão ao lado dos Vingadores. Quando uma nova aventura não aparece, ele decide patrulhar as ruas de Nova Iorque por conta própria e esbarra na gangue liderada pelo perigoso Abutre (Michael Keaton) que trafica armas avançadas feitas com a sucata recuperada das batalhas dos Vingadores e outros heróis. Tony Stark alega que o vilão pode ser demais para um herói novato como o Homem-Aranha, mas Peter decide provar seu valor.

segunda-feira, 3 de julho de 2017

Crítica - Eu, Deus e Bin Laden

Análise Eu, Deus e Bin Laden


Review Army of One
O cinema hollywoodiano já produziu inúmeras histórias sobre um homem sozinho, lutando contra um grupo de vilões e tentando fazer a diferença. Este Eu, Deus e Bin Laden não é uma dessas histórias, embora seu protagonista creia que seja e é daí que vem a graça do filme.

A trama é baseada na história real de Gary Faulkner (Nicolas Cage), um homem de meia idade do interior dos EUA que diz que Deus (Russell Brand) lhe incumbiu de capturar Osama Bin Laden. Faulkner então compra uma espada e uma passagem só de ida para o Paquistão e decide caçar o líder terrorista.

Nicolas Cage traz uma energia insana para Faulkner, um sujeito largado e delirante com sua barba desgrenhada e cabelos sebosos. O ator usa uma voz extremamente anasalada e uma cadência incessante para a fala do personagem, fazendo-o soar como alguém inoportuno e inconveniente. Através da verborragia do personagem, Cage também deixa claro o quanto ele se sente solitário (ele fala daquele modo porque não tem lá muito traquejo social) e a extrema necessidade de aprovação que ele tem. Não é um protagonista fácil de torcer, mas a ideia parece ser exatamente transformá-lo em uma caricatura e expor ao ridículo sua conduta, afinal de contas, considerando as ações do sujeito, não dá para realmente levá-lo a sério.

quinta-feira, 29 de junho de 2017

Drops - Fica Comigo e Betting on Zero

Crítica Fica Comigo e Betting on Zero


Nosso Drops de hoje fala brevemente de dois filmes que chegaram ao Brasil direto pela Netflix. Um é a produção original do próprio canal de streaming, Fica Comigo e outra é o documentário Betting on Zero, que trata da Herbalife.

quarta-feira, 28 de junho de 2017

Crítica - Okja

Resenha Crítica - Okja


Review Okja
Depois da ótima ficção-científica Expresso do Amanhã e suas ponderações sobre as relações de poder que pautam a sociedade, o diretor Bong Joon-Ho volta a flertar com ficção-científica para produzir um comentário social neste Okja. Dessa vez ele volta suas atenções para a indústria alimentícia através de uma típica história sua uma criança e seu animal/criatura de estimação.

A trama se passa em um futuro próximo, quando uma empresa, liderada por Lucy Mirando (Tilda Swinton), descobre uma nova espécie de leitão gigante, que requer pouco alimento e deixa pouca excreção. O animal tem potencial de revolucionar a pecuária e como estratégia de divulgação, a empresária espalha seis espécimes em 26 países ao redor do mundo para que em dez anos, quando os animais estiverem crescidos, decidam qual o melhor e façam uma grande apresentação do animal. Dez anos depois, a garota Mikha (Seo-Hyun Ahn) vive nas montanhas da Coreia do Sul ao lado do avô e sua superleitoa Okja. Quando Okja é declarada a vencedora da competição Mikha acaba indo junto para Nova Iorque, mas se vê no meio do embate entre a empresa de Mirando e um grupo de ativistas por direitos dos animais.

terça-feira, 27 de junho de 2017

Crítica - Meu Malvado Favorito 3

Análise Meu Malvado Favorito 3


Review Meu Malvado Favorito 3Depois da decepção do filme solo dos Minions (2015), não estava esperando muito desse Meu Malvado Favorito 3, já que prevalecia uma impressão de que não havia nada mais o que fazer ou dizer com esses personagens. Em parte eu tinha certa razão e o filme atira em múltiplas direções ao mesmo tempo para tentar encontrar algo que funcione, mas de qualquer maneira ainda consegue encantar e divertir em muitos momentos.

O filme começa com Gru (Steve Carell/Leandro Hassum) e Lucy (Kriten Wiig/Maria Clara Gueiros) sendo demitidos de seus empregos depois de falharem em capturar o ex-astro infantil e atual supervilão Balthazar Bratt (Trey Parker, um dos criadores de South Park/Evandro Mesquita). Sem emprego, Gru começa a planejar uma maneira de capturar o vilão e retomar seu posto, mas tudo muda quando ele é contatado por seu irmão gêmeo perdido, Dru (também Carell/Hassum), que deseja se reconectar com ele.
                                                      
Só por essa sinopse acima já dá para perceber que tem tramas suficientes para sustentar dois filmes ensanduichadas em um filme só. Como se isso não fosse o bastante, ainda dá várias subtramas a personagens coadjuvantes sem que estas acrescentem nada à narrativa principal. Assim, acompanhamos Lucy tentando ser uma mãe melhor, Agnes tentando encontrar um unicórnio de verdade e os Minions procurando um novo vilão para servir. Tudo bem que Agnes é incrivelmente fofa e os Minions são uma das coisas mais divertidas do filme (mais do que no filme solo deles, inclusive), mas todas essas tramas poderiam ser descartadas sem prejudicar em nada a história principal e considerando que o filme tem apenas noventa minutos, o que sobra é muito pouco.

sexta-feira, 23 de junho de 2017

Crítica - GLOW: 1ª Temporada

Análise GLOW: 1ª Temporada


Review GLOW: 1ª TemporadaLevemente baseada no programa de televisão oitentista de mesmo nome, a primeira temporada da série GLOW tenta imaginar como seriam os bastidores dessa produção e como era a vida das artistas e lutadoras que trabalhavam nela, visto que era um período com poucos papéis de protagonistas femininas.

A narrativa acompanha Ruth (Alison Brie) uma atriz desempregada e sem dinheiro que aceita participar de um teste de elenco que pede garotas exóticas. Chegando no teste ela encontra o diretor Sam Sylvia (Marc Maron) e descobre que ele está selecionando lutadoras para um programa de luta-livre (ou wrestling) todo protagonizado por mulheres (GLOW é uma sigla para"Gorgeous Ladies Of Wrestling", algo como "belas mulheres do wrestling" em português). Como não tem outra opção, ela aceita o trabalho e aos poucos vai passando a gostar do ofício. As coisas se complicam quando uma antiga amiga de Ruth, Debbie (Betty Gilpin), se junta como estrela do show, já que Ruth dormiu com o marido de Debbie.

A série, produzida por Jenji Kohan (criadora de Orange is the New Black) usa da história das lutadoras para falar, com uma boa dose de humor, de temas como o protagonismo feminino, o machismo no ramo do entretenimento e também sobre os problemas causados por representações estereotipadas na ficção. No episódio final, por exemplo, Arthie (Sunita Mani) entra para lutar vestida de terrorista, provocando a ira do público que joga latas no ringue, ferindo ela e outras lutadoras. A ideia é mostrar como o reforço através da mídia de certas impressões sobre uma determinada população pode indiretamente estimular o ódio e a agressividade contra essas minorias. O roteiro também é esperto ao perceber como as narrativas criadas por esses programas de luta livre, seus mocinhos e vilões, se assemelham muito às tramas de melodramas folhetinesco ou telenovelas, apenas usando o formato de luta para vender essas tramas a um público masculino.

quarta-feira, 21 de junho de 2017

Crítica - Better Call Saul: Terceira Temporada

Análise Better Call Saul: Terceira Temporada


Review  Better Call Saul: Terceira Temporada
O final da segunda temporada de Better Call Saul deixava um gancho que poderia significar uma investida de Chuck (Michael McKean) contra Jimmy (Bob Odenkirk) e tendo Breaking Bad no retrovisor sabemos que eventualmente os dois se afastariam, afinal Saul Goodman nunca mencionava o irmão. Essa terceira temporada cumpre a promessa deixada na anterior com louvor e ainda traz desenvolvimentos importantes para Mike (Jonathan Banks). A partir desse ponto SPOILERS são inevitáveis.

A trama começa no ponto em que a temporada anterior encerrou. Chuck tem uma gravação de Jimmy confessando um crime, mas sabe que ela é legalmente inadmissível, então resolve montar um ardil para torná-la admissível. Ele induz seu assistente a contar tudo para Jimmy, que invade a casa de Chuck para destruir a fita. Chuck, juntamente com Hamlin (Patrick Fabian), o pegam com a mão na massa, denunciando-o por invasão de propriedade, tornando a fita uma prova material do crime. Chuck deseja então usar a fita para cassar a licença de advogado de Jimmy. Ao mesmo tempo, Mike começa a receber recados anônimos dizendo simplesmente "não" e logicamente o operativo tenta descobrir quem o está seguindo e o que quer dizer esse "não".

terça-feira, 20 de junho de 2017

Crítica - Ao Cair da Noite

Análise Ao Cair da Noite


Review Ao Cair da NoiteUma família vivendo em uma casa na floresta leva o avô doente, com o corpo marcado por lesões e escaras, para fora de casa. Exceto pelo doente, todos usam máscaras e luvas de proteção, provavelmente é algo contagioso. Eles arrastam o corpo do doente, cobrem seu rosto com um travesseiro e dão um tiro em seu rosto, jogando-o em uma vala logo em seguida e ateando fogo em seu corpo. Praticamente não há diálogos nessa cena, mas nesses primeiros minutos Ao Cair da Noite já deixa claro ao espectador o cotidiano duro de seus personagens e quanto eles se desumanizam para sobreviver.

A família composta por Paul (Joel Edgerton), sua esposa Sarah (Carmen Ejogo) e seu filho adolescente Travis (Kevin Harrison Jr). O cotidiano da família é interrompido mais uma vez quando um homem, Will (Christopher Abbott) tenta invadir a casa deles. Ao descobrir que ele apenas buscava mantimentos para sua família, Paul decide convidá-los para morar em sua casa. Se de início a convivência parece pacífica, aos poucos a paranoia em relação à misteriosa epidemia deixa os nervos de todos a flor da pele.

segunda-feira, 19 de junho de 2017

Crítica - American Gods: 1ª Temporada

Resenha American Gods: 1ª Temporada


Review American Gods: 1ª Temporada
Narrativas não são apenas histórias que contamos uns aos outros para nos entreter e passar o tempo. Querendo ou não, a construção de uma narrativa está imbricada com os valores, ideias e visões de mundo daqueles que tecem o seu discurso. Imbuído nelas está alguma noção de verdade sobre o mundo, a natureza ou as relações humanas. Isso fica ainda mais evidente nas narrativas míticas. Os mitos olimpianos, nórdicos ou africanos não são apenas histórias sobre deuses, herois e vilões, elas falam sobre a concepção de mundo das sociedades que disseminaram essas narrativas, mostram quais os valores e ideias que eram caros àquelas pessoas, o que era considerado virtude e o que era considerado vício. Com o tempo algumas dessas histórias são esquecidas enquanto outras continuam a reverberar. Algumas seguem como eram, enquanto outras são modificadas para se adequar aos novos tempos. É exatamente sobre nossa relação com essas figuras míticas e divinas que trata a série American Gods, adaptação do romance Deuses Americanos de Neil Gaiman.

A trama é centrada em Shadow Moon (Ricky Whittle), um ex-condenado que tem sua liberdade condicional antecipada depois da morte de sua esposa, Laura (Emily Browning). Sem rumo na vida, acaba aceitando um emprego como motorista do misterioso Mr. Wednesday (Ian McShane), um golpista que contrata Shadow como motorista/assistente/faz-tudo. O protagonista sai em uma viagem através dos Estados Unidos ao lado do patrão, que aparentemente está tentando reunir antigos companheiros. Aos poucos vai sendo revelado que Mr. Wednesday está reunindo antigos deuses que caíram no esquecimento para travar uma batalha contra os novos deuses que dominam os EUA: a internet, a mídia e o mercado.