Quando escrevi sobre Interestelar (2014) mencionei que o
diretor Christopher Nolan estava criando uma armadilha para si mesmo ao fazer
filmes que trabalhassem com conceitos (temáticos e estruturais) cada vez mais
complexos ao ponto em que ele não conseguiria dar conta das próprias ambições.
Parece que ele percebeu que estava se perdendo em seus próprios maneirismos e
decidiu fazer algo mais simples com este Dunkirk
ao contar a história sobre a retirada das tropas britânicas das praias de Dunquerque
na França durante a Segunda Guerra Mundial.
A trama acompanha a retirada sob
diferentes pontos de vista. Vemos a perspectiva dos soldados na praia a espera
de resgate, seguindo o soldado Tommy (Fionn Whitehead) e seus esforços para se
manter vivo conforme as tropas aliadas vão sendo acuadas por soldados alemães.
Seguimos a movimentação dos barcos de resgate, incluindo embarcações civis, a
partir do navegador civil Dawson (Mark Rylance), que tenta chegar ao local da
batalha enquanto resgata soldados de outras embarcações naufragadas pelo
inimigo. Por fim, no ar seguimos o piloto Farrier (Tom Hardy) que tenta abater
os bombardeiros inimigos antes que eles afundem os barcos de resgate.