Questões sobre privacidade e
individualidade na internet e na era virtual em que vivemos tem sido uma
preocupação relativamente constante da ficção do cinema e da televisão. De
filmes como Inimigo do Estado (1998)
a Controle Absoluto (2008), passando
até mesmo por obras como O Show de Truman
(1998), a ideia de uma vida sob constante vigilância já foi amplamente
explorada. Este O Círculo visa
construir uma narrativa de suspense em cima dessas noções e discutir questões
de ética e privacidade virtual, mas lamentavelmente não consegue dar conta de
suas ambições.
Na trama, Mae (Emma Watson)
consegue um trabalho na grande empresa de tecnologia O Círculo, que centraliza
muitos dos serviços que temos hoje na internet, como redes sociais, mecanismos
de busca, plataforma de vídeos e outras coisas mais. Simultaneamente, o
presidente d'O Círculo, Eamon Bailey (Tom Hanks), anuncia um novo tipo de
câmera portátil minúscula que pode transmitir em alta qualidade para a internet
e que pode ser colocada em qualquer lugar. A nova tecnologia representa para
ele um passo rumo a uma sociedade de completa transparência e nenhuma
informação fica oculta. Mae acaba escolhida para ser o "rosto" desse
novo produto e passa a transmitir toda a sua vida em tempo real na internet,
mas aos poucos começa a desconfiar do que acontece na sua empresa.