Fazer um documentário muitas
vezes é partir em busca de algo que não se sabe se será obtido ou alcançado.
Muitas vezes um cineasta tem uma ideia clara do filme que quer, mas no curso da
realização algo acontece que o leva para outra direção. Foi mais ou menos isso
que aconteceu neste Ícaro, produção
original da Netflix.
A intenção inicial do diretor e
ciclista semiprofissional Bryan Fogel era fazer uma espécie de Super Size Me: A Dieta do Palhaço (2004)
do doping. Com auxílio de médicos do
esporte e especialistas de testes antidoping,
ele usaria anabolizantes para melhorar sua performance e burlaria os testes de
drogas para mostrar como é fácil burlar esse tipo de exame, tal qual o ciclista
Lance Armstrong fez durante anos. Durante o processo, o especialista antidoping que acompanhava Bryan decide
desistir, com medo que o ato de ajudar um atleta burlar o sistema acabe com sua
credibilidade no meio esportivo. Bryan acaba então direcionado para o
bioquímico russo Grigory Rodchenkov, o responsável pela agência antidoping da Rússia. Grigory começa a
instruir Bryan, mas logo uma reportagem de uma televisão alemã libera
informações de que o bioquímico está no centro de um esquema encabeçado pelo
governo russo para dopar seus atletas e evitar detecção nos testes. Assim,
Bryan muda seu foco para investigar o papel de Grigory nisso tudo.