segunda-feira, 14 de agosto de 2017

Crítica - Nu

Análise Nu


Review Nu
Alguns filmes pegam uma premissa que é familiar e já foi utilizada por outros de modo a acrescentar um novo olhar ou abordagem para algo conhecido. Alguns, no entanto, pegam uma história previamente conhecida, e apenas adicionam o mínimo necessário para que não seja um completo plágio. É isso que acontece neste Nu, cópia safada e sem criatividade de Feitiço do Tempo (1993), cuja única alteração significativa é a nudez do título.

Na trama, Rob (Marlon Wayans) é um homem irresponsável e imaturo que está prestes a se casar. No dia do seu casamento, no entanto, ele acorda nu no elevador do hotel e resolve correr para chegar na igreja. A questão é que no fim do dia ele volta a acordar nu no elevador, repetindo o mesmo dia. Rob precisa então achar uma maneira de chegar ao seu casamento até o fim do dia e também descobrir como foi parar ali.

sexta-feira, 11 de agosto de 2017

Drops - As Vozes e Casa de mi Padre

No bloco Drops de hoje falaremos brevemente de dois filmes que entraram recentemente no catálogo da Netflix, a comédia sombria As Vozes (2015) e a sátira Casa de mi Padre (2012)


As Vozes

Análise As Vozes


terça-feira, 8 de agosto de 2017

Crítica - 11.22.63

Análise 11.22.63


Review 11.22.63Tenho um certo fascínio por narrativas que tentam abordar versões alternativas de eventos históricos e mostram o "e se..." de um momento marcante. Foi isso que me atraiu a esta minissérie 11.22.63, adaptação do romance Novembro de 63 de Stephen King, que lida com a possibilidade do assassinato do presidente John Kennedy ter sido evitado.

A trama segue Jake Epping (James Franco), um professor de literatura do ensino médio que descobre um portal para ano de 1960 no restaurante do amigo Al (Chris Cooper). Al conta que há anos vem usando o portal para investigar o assassinato de John Kennedy e que está muito próximo de saber quem foi o real culpado. Al também revela que está com câncer terminal e não pode continuar sua missão, pedindo que Jake a termine para ele, retornando a 1960 e seguindo Lee Harvey Oswald (Daniel Webber) até ter certeza se ele é mesmo o único responsável pelo atentado a JFK.

O primeiro episódio deixa claras as regras da viagem no tempo na narrativa. O portal no restaurante de Al sempre leva a pessoa para o mesmo dia e local em 1960. Não importa quanto tempo a pessoa passe no passado, sempre que retornar terão passado apenas dois minutos desde que entrou no portal. Se a pessoa voltar no tempo mais de uma vez, todas as mudanças feitas na viajem anterior serão "resetadas". Além disso, Al adverte Jake a ter cuidado ao tentar reescrever o passado, pois o fluxo do tempo resiste a mudanças e tentará impedi-lo.

segunda-feira, 7 de agosto de 2017

Crítica - Valerian e a Cidade dos Mil Planetas

Análise Valerian e a Cidade dos Mil Planetas


Review Valerian e a Cidade dos Mil Planetas
A última vez que o diretor Luc Besson realizou uma aventura espacial foi em O Quinto Elemento (1997), uma aventura divertida e visualmente exuberante. Sim, seu filme anterior, Lucy (2014), flertava com a ficção científica, mas é neste Valerian e a Cidade dos Mil Planetas que Besson retorna a esse tipo de aventura espacial retrô. Era de se imaginar que o filme seria capaz de ser tão bacana quanto O Quinto Elemento, mas infelizmente não chega nem perto disso.

O agente espacial Valerian (Dane DeHaan) e sua parceira Laureline (Cara Delevingne) são encarregados de recuperarem e protegerem um raro espécime alienígena, capaz de reproduzir qualquer material que devore. A missão os leva à estação espacial Alpha, que abriga milhares de espécies de todo o universo, e a um perigo que pode destruir toda a estação.

Dane DeHaan está terrivelmente mal escalado como Valerian, um policial espacial de espírito aventureiro e galanteador. DeHaan é sério e sisudo demais, faltando-lhe o charme cafajeste de um Harrison Ford ou Chris Pratt que seria necessário para fazer o personagem funcionar. Cara Delevingne, por sua vez, não faz muito além de frisar as sobrancelhas e parecer entediada durante boa parte do tempo. Não ajuda que a química entre os dois seja praticamente nula, falhando em nos fazer investir ou torcer pela relação do casal, já que tudo soa tão mecânico e artificial.

sexta-feira, 4 de agosto de 2017

Crítica - Ícaro

Análise Ícaro


Review IcarusFazer um documentário muitas vezes é partir em busca de algo que não se sabe se será obtido ou alcançado. Muitas vezes um cineasta tem uma ideia clara do filme que quer, mas no curso da realização algo acontece que o leva para outra direção. Foi mais ou menos isso que aconteceu neste Ícaro, produção original da Netflix.

A intenção inicial do diretor e ciclista semiprofissional Bryan Fogel era fazer uma espécie de Super Size Me: A Dieta do Palhaço (2004) do doping. Com auxílio de médicos do esporte e especialistas de testes antidoping, ele usaria anabolizantes para melhorar sua performance e burlaria os testes de drogas para mostrar como é fácil burlar esse tipo de exame, tal qual o ciclista Lance Armstrong fez durante anos. Durante o processo, o especialista antidoping que acompanhava Bryan decide desistir, com medo que o ato de ajudar um atleta burlar o sistema acabe com sua credibilidade no meio esportivo. Bryan acaba então direcionado para o bioquímico russo Grigory Rodchenkov, o responsável pela agência antidoping da Rússia. Grigory começa a instruir Bryan, mas logo uma reportagem de uma televisão alemã libera informações de que o bioquímico está no centro de um esquema encabeçado pelo governo russo para dopar seus atletas e evitar detecção nos testes. Assim, Bryan muda seu foco para investigar o papel de Grigory nisso tudo.

quarta-feira, 2 de agosto de 2017

Crítica - O Círculo

Análise O Círculo


Review O Círculo
Questões sobre privacidade e individualidade na internet e na era virtual em que vivemos tem sido uma preocupação relativamente constante da ficção do cinema e da televisão. De filmes como Inimigo do Estado (1998) a Controle Absoluto (2008), passando até mesmo por obras como O Show de Truman (1998), a ideia de uma vida sob constante vigilância já foi amplamente explorada. Este O Círculo visa construir uma narrativa de suspense em cima dessas noções e discutir questões de ética e privacidade virtual, mas lamentavelmente não consegue dar conta de suas ambições.

Na trama, Mae (Emma Watson) consegue um trabalho na grande empresa de tecnologia O Círculo, que centraliza muitos dos serviços que temos hoje na internet, como redes sociais, mecanismos de busca, plataforma de vídeos e outras coisas mais. Simultaneamente, o presidente d'O Círculo, Eamon Bailey (Tom Hanks), anuncia um novo tipo de câmera portátil minúscula que pode transmitir em alta qualidade para a internet e que pode ser colocada em qualquer lugar. A nova tecnologia representa para ele um passo rumo a uma sociedade de completa transparência e nenhuma informação fica oculta. Mae acaba escolhida para ser o "rosto" desse novo produto e passa a transmitir toda a sua vida em tempo real na internet, mas aos poucos começa a desconfiar do que acontece na sua empresa.

segunda-feira, 31 de julho de 2017

Crítica - Os Meninos Que Enganavam Nazistas

Análise Os Meninos Que Enganavam Nazistas


Review Os Meninos Que Enganavam Nazistas
Inúmeros filmes já foram realizados sobre a luta por sobrevivência dos judeus em países ocupados pelos nazistas com os mais diferentes enfoques. Este filme francês Os Meninos Que Enganavam Nazistas não tem muito a acrescentar em relação ao que já foi dito sobre a questão, mas é competente o bastante para valer a experiência.

A trama é baseada na história real dos irmãos Joseph (Dorian Le Clech) e Maurice (Batyste Fleurial), que se separaram dos pais para fugirem dos nazistas depois da ocupação de Paris. Os dois garotos passam, então, a percorrer o interior da França em busca de um local seguro.

É um fiapo de trama, mas isso não é exatamente um problema, já que o filme adota uma estrutura de road movie e esse tipo de narrativa é mais sobre o crescimento e aprendizado dos personagens ao longo da jornada do que sobre um destino ou arco dramático claramente delimitado. A viagem errante dos garotos serve não só como uma jornada de amadurecimento, na qual eles aprendem a lidar com as dificuldades do mundo (e nesse caso um mundo que os persegue), mas também como um retrato da ocupação nazista na França e como o regime trabalhava para colocar a população local contra os cidadãos judeus, fazendo-os crer que os judeus eram a raiz de todos os problemas.

sexta-feira, 28 de julho de 2017

Crítica - Planeta dos Macacos: A Guerra

Análise Planeta dos Macacos: A Guerra


Review Planeta dos Macacos: A Guerra
Planeta dos Macacos: A Origem (2011) pegou todo mundo de surpresa. Depois da malfadada tentativa do Tim Burton em recomeçar a famosa cinessérie em 2001 ninguém estava exatamente empolgado para uma nova tentativa de outra versão. O filme, no entanto, acertava em suas discussões sobre preconceito e apresentava um fascinante protagonista no símio Cesar (Andy Serkis). Planeta dos Macacos: O Confronto (2014) expandiu as ideias trazidas no anterior e carregou de nuance e tons de cinza o embate entre homens e símios. Já este Planeta dos Macacos: A Guerra, encerra a trilogia de modo bastante digno, ainda que não tenha nada a dizer que os dois filmes anteriores já tenham dito.

Na trama, Cesar e os demais símios tentam viver em paz escondidos na floresta depois dos eventos do filme anterior, mas continuam sendo caçados por humanos. Quando uma patrulha de soldados ataca sua vila, Cesar decide libertar os soldados inimigos capturados como prova de sua boa vontade e desejo de trégua com os humanos. Ao invés de trégua, os humanos realizam um ataque furtivo para assassinar César. O ataque dá errado e ao invés de matar o líder símio, o Coronel (Woody Harrelson) mata o filho e a esposa de César. Com raiva pelo assassinato de sua família, Cesar parte em busca do Coronel, enquanto que ordena que o resto de seu bando encontre um novo lar.

quarta-feira, 26 de julho de 2017

Crítica - Dunkirk

Análise Dunkirk


Review Dunkirk
Quando escrevi sobre Interestelar (2014) mencionei que o diretor Christopher Nolan estava criando uma armadilha para si mesmo ao fazer filmes que trabalhassem com conceitos (temáticos e estruturais) cada vez mais complexos ao ponto em que ele não conseguiria dar conta das próprias ambições. Parece que ele percebeu que estava se perdendo em seus próprios maneirismos e decidiu fazer algo mais simples com este Dunkirk ao contar a história sobre a retirada das tropas britânicas das praias de Dunquerque na França durante a Segunda Guerra Mundial.

A trama acompanha a retirada sob diferentes pontos de vista. Vemos a perspectiva dos soldados na praia a espera de resgate, seguindo o soldado Tommy (Fionn Whitehead) e seus esforços para se manter vivo conforme as tropas aliadas vão sendo acuadas por soldados alemães. Seguimos a movimentação dos barcos de resgate, incluindo embarcações civis, a partir do navegador civil Dawson (Mark Rylance), que tenta chegar ao local da batalha enquanto resgata soldados de outras embarcações naufragadas pelo inimigo. Por fim, no ar seguimos o piloto Farrier (Tom Hardy) que tenta abater os bombardeiros inimigos antes que eles afundem os barcos de resgate.

sexta-feira, 21 de julho de 2017

Crítica - Em Ritmo de Fuga

Resenha Em Ritmo de Fuga


Review Em Ritmo de Fuga
Alguns filmes nos conquistam não pela história que nos contam, mas pela maneira que eles contam sua história. É exatamente isso que acontece neste Em Ritmo de Fuga que encanta pelo modo como integra a música à ação em uma trama de roubo que é bem típica.

Baby (Ansel Elgort) é um jovem órfão extremamente hábil no volante que há anos vem trabalhando para o misterioso Doc (Kevin Spacey) como motorista em seus assaltos de modo a saldar uma dívida antiga que tem com ele. Baby está apenas a um roubo de ficar quites com seu empregador quando conhece a bela Debora (Lily James) e se apaixona por ela. Baby pensa em largar sua vida de crimes e fugir com ela, mas Doc o obriga a continuar trabalhando para ele e tudo se complica quando a instável equipe do mais recente roubo parece botar tudo a perder.

A narrativa traz tudo que já vimos em outros "filmes de roubo". Elementos como "o último golpe", a paixão capaz de redimir o protagonista, os conflitos com os demais membros da equipe. Não fosse a mão de um cineasta com uma visão bem particular para esse material como o Edgar Wright, o resultado seria algo bem banal. O que Wright faz, no entanto, é encher o filme de ritmo e energia ao deixar toda ação e movimentação dos personagens síncrona (e, de certa forma, submissa) às batidas da música que não para de tocar nos fones de ouvido do protagonista. Assim, ele inverte a típica relação entre música e imagem do cinema hollywoodiano na qual a música acompanha as imagens, não o contrário. Isso fica evidente na cena em que Baby pede aos demais ladrões que esperem o momento certo da música para saírem do carro.