Apesar do pano de fundo histórico
e uma trama que remete a antigas tramas de espionagem, este Atômica é muito mais um filme de ação do
que um suspense histórico. Isso, claro, não é um problema e o resultado é bem
enérgico e divertido, ainda que não reinvente a roda.
A trama se passa em 1989, meses
antes da queda do muro de Berlim. A espiã britânica Lorraine Broughton
(Charlize Theron) é enviada à capital alemã para recuperar uma lista contendo
os nomes e operações de todos os agentes britânicos e soviéticos e descobrir
quem é o agente duplo britânico que está vendendo informações para os inimigos.
É uma premissa simples e
funcional, mas que o filme insiste em complicar mais do que deveria enchendo a
narrativa de traições em cima de traições e constantes reviravoltas ao ponto em
que tudo fica um pouco enfadonho e confuso. Eu sei que personagens tentando enganar
uns aos outros faz parte da estrutura de filmes de espionagem, mas não é
preciso apresentar uma reviravolta em cada cena. Afinal, se a todo momento o
público tem o tapete puxado sob seus pés, não há razão para ficarmos tensos ou
em suspense, pois não importa o que aconteça, a cena seguinte sempre tentará
ser ainda mais surpreendente ao ponto em que o impacto das reviravoltas acaba
esvaziado.