São tempos difíceis para a
publicidade. Antigamente era certo de que as pessoas veriam ou ouviriam os
anúncios publicitários veiculados nos intervalos comerciais de rádio e
televisão e aqueles impressos em jornais. O consumo midiático migrou para
internet, com serviços de streaming
como a Netflix sem intervalos para publicidade e programas como Adblock que
bloqueiam desde pop-ups e janelas de
publicidade aos comerciais que passam no início dos vídeos de plataformas como
Youtube. A publicidade passou a ser um inconveniente a ser evitado. Como,
então, fazer publicidade em uma época na qual o consumidor foge dela como o
diabo da cruz? Este Emoji: O Filme
fornece uma resposta fácil para essa pergunta: simplesmente engane seu público.
Faça ele acreditar que está vendo uma narrativa de fantasia e aventura e então
despeje sem dó mensagens de consumo sobre ele.
Filmes feitos para venderem
coisas não são exatamente novidade. Uma Aventura Lego (2014) tinha o claro interesse de vender seus brinquedos, mas
fazia isso entregando uma narrativa genuinamente divertida e que lembrava do
valor do componente lúdico, cooperativo e imaginativo do ato de brincar. Emoji: O Filme, no entanto, sequer
parece se esforçar para encantar seu espectador, repetindo um monte de clichês
pouco inspirados e algumas frases de efeito cheias de sensos comuns para dar a
impressão de engajamento com uma determinada mensagem.