Apresentada por Stephen Colbert, a 69ª entrega dos prêmios Emmy aconteceu ontem, 17 de setembro, e sagrou como suas maiores vencedoras a série The Handmaid's Tale, que foram os primeiros prêmios para o serviço de streaming Hulu, e a minissérie Big Little Lies da HBO. Stranger Things e Westworld, que tinham o maior número de indicações, saíram da premiação de mãos vazias, enquanto que a atriz Julia Louis-Dreyfus de Veep quebrou recordes ao levar seu sexto Emmy por uma mesma personagem, a presidente Selina Meyers. Confiram a lista de indicados com os vencedores destacados em negrito.
segunda-feira, 18 de setembro de 2017
Vencedores do Emmy 2017
Doutor em Comunicação e Cultura Contemporânea, pesquisador da área de cinema, mas também adora games e quadrinhos.
quarta-feira, 13 de setembro de 2017
Crítica - Dupla Explosiva
Até agora não consigo entender a
opção por traduzir o título de The
Hitman's Bodyguard (algo como O
Guarda-Costas do Matador de Aluguel) como algo tão genérico e sem
personalidade como Dupla Explosiva
(inclusive porque existem outros filmes com esse título em português) ao invés
de optar por algo que explorasse a premissa insólita do filme. Por outro lado,
um título genérico e sem personalidade condiz perfeitamente com a natureza do
filme.
Na trama, Michael Bryce (Ryan
Reynolds) é o melhor guarda costas do mundo. Ele recebe de sua ex-namorada, a
agente da Interpol Amelia (Elodie Young, a Elektra de Os Defensores) a missão de proteger o assassino profissional Darius
Kincaid (Samuel L. Jackson) e levá-lo de Londres para a Holanda onde ele irá
testemunhar contra o ditador Dukovitch (Gary Oldman). Logicamente o ditador não
quer que Darius testemunhe contra ele e manda seus capangas eliminá-lo.
É aquele típico filme de ação com
uma dupla que se detesta mas eventualmente acaba se entendendo e virando
parceiros. Da primeira vez que eles se encontram, sabemos que um irá aprender
algo com o outro e que a união entre eles será necessária para superarem os
obstáculos. Tudo é bem esquemático e previsível, incluindo alguma reviravoltas
como a revelação de quem era o traidor dentro da Interpol, e seriam duas horas
de tédio não fosse o carisma dos protagonistas.
Doutor em Comunicação e Cultura Contemporânea, pesquisador da área de cinema, mas também adora games e quadrinhos.
terça-feira, 12 de setembro de 2017
Crítica - Feito na América
Histórias sobre o narcotráfico e
a figura de Pablo Escobar estão em alta recentemente em Hollywood. De filmes
como Conexão Escobar (2016), Escobar: Paraíso Perdido (2014),
passando pela série Narcos, a
sensação é que o mercado deste tipo de história já está ficando inchado. O que
consegue diferenciar este Feito na
América dos demais é sua abordagem cínica e bem humorada em relação a todo
o contexto da guerra contra o narcotráfico.
A trama é baseada na história
real de Bryan Seal (Tom Cruise), um piloto que foi recrutado pela CIA na década
de oitenta para servir de fachada para suas operações na América Central e
Latina, conduzindo operações de reconhecimento com aviões espiões, recolhendo
informações e traficando armas para facções aliadas aos EUA. Ao curso do seu
trabalho, Bryan acaba sendo abordado por Pablo Escobar (Maurício Mejia) que
quer seus serviços para transportar drogas para os Estados Unidos. Interessado
no dinheiro extra, Bryan aceita, mas isso começa a lhe causar problemas.
Doutor em Comunicação e Cultura Contemporânea, pesquisador da área de cinema, mas também adora games e quadrinhos.
segunda-feira, 11 de setembro de 2017
Crítica - BoJack Horseman: 4ª Temporada
Apesar de ser anunciada como uma
série de comédia parodiando as extravagâncias e futilidades do universo do
entretenimento, a animação BoJack
Horseman nunca se furtou de explorar os cantos mais sombrios da psique de
seus personagens e suas tendências autodestrutivas e depressivas. Essa quarta
temporada também não foge de se aprofundar nas angústias dos protagonistas e ao
nos mostrar suas tentativas de lidar com tudo isso acaba pavimentando o caminho
deles rumo a algum tipo de reparação, resultando na melhor temporada da série
até então.
A trama começa onde a terceira
terminou com BoJack (WillArnett) deixando Hollywoo depois da morte de Sarah
Lynn (Kristen Schaal). O ex-astro de televisão parte em uma jornada de
redescoberta e acaba indo até a antiga casa de sua mãe no interior dos Estados
Unidos. Enquanto ele se mantém distante, os demais personagens continuam
tocando suas vidas. Mr. Peanutbutter (Paul F. Thompkins) se engaja em uma
absurda campanha eleitoral para governador que cria conflitos em seu casamento
com Diane (Alison Brie), Princess Carolyn (Amy Sedaris) resolve tentar
engravidar e Todd (Aaron Paul) tenta criar um negócio envolvendo palhaços dentistas.
Doutor em Comunicação e Cultura Contemporânea, pesquisador da área de cinema, mas também adora games e quadrinhos.
quarta-feira, 6 de setembro de 2017
Crítica - It: A Coisa
Lembro de ter assistido It: Uma Obra Prima do Medo (1990) quando
ainda garoto em uma noite no SBT e morrido de medo do palhaço demoníaco
Pennywise vivido por Tim Curry. Foi essa minissérie (dividida em dois
episódios, mas ocasionalmente exibida como um filme de três horas) que
provavelmente sedimentou em mim a impressão de palhaços como criaturas
assustadoras. Agora o romance de Stephen King recebe uma nova adaptação neste It: A Coisa, que curiosamente chega aos
cinemas 27 anos depois da versão anterior, o mesmo intervalo de tempo que a
criatura da narrativa demora a aparecer novamente.
A trama dessa nova versão abrange
apenas uma parte do livro de Stephen King que compreende a infância dos
personagens e o primeiro confronto entre eles e Pennywise (Bill Skarsgard). Na
pequena cidade de Derry começam a acontecer inúmeros desaparecimentos de
crianças. Uma delas é Georgie (Jackson Roberts Scott), irmão do garoto gago
Bill (Jaeden Lieberher de Um Santo Vizinho) que é puxado para dentro de um bueiro por Pennywise. Mesmo depois
de passados muitos dias Bill se recusa a aceitar que o irmão esteja morto e
junta seus amigos para procurá-lo nos esgotos da cidade. O grupo acaba se encontrando
com Ben (Jeremy Ray Taylor), um garoto solitário e recém chegado a Derry que
passa boa parte de seu tempo na biblioteca. Ele conta a Bill e os demais que
pesquisando a história da cidade encontrou um recorrência em matanças que
ocorrem a cada 27 anos e que os desaparecimentos de crianças podem estar ligados a
esse aumento cíclico de violência.
Doutor em Comunicação e Cultura Contemporânea, pesquisador da área de cinema, mas também adora games e quadrinhos.
terça-feira, 5 de setembro de 2017
Crítica - Quantico: 2ª Temporada
Meu principal temor ao me
aproximar dessa segunda temporada de Quantico
era que a série ficasse demasiadamente presa ao formato apresentado (e que deu
certo) na primeira temporada ao ponto em que tudo soasse como uma repetição de
antes como ocorreu de certa maneira com a segunda temporada de How to Get Away With Murder. Apesar de
quase cair no erro de deixar que o formato se torne um estorvo, o resultado
acaba sendo um suspense bem eficiente. A partir desse ponto o texto pode conter
SPOILERS.
A nova temporada mais uma vez
coloca Alex Parrish (Priyanka Chopra, que foi vilã no recente remake de Baywatch) no centro de um grande atentado terrorista em Nova
Iorque. Dessa vez um grupo terrorista invade uma reunião do G20 e toma os
principais líderes mundiais como reféns. No melhor estilo Duro de Matar (1988), Alex estava no prédio no momento do ataque e
precisa sozinha encontrar uma forma de dirimir a ameaça. A narrativa segue o
padrão da temporada anterior de alternar em sua primeira metade entre eventos
no presente (o ataque) e do passado. Se antes víamos seu treinamento no FBI,
agora a vemos treinar na CIA, visto que ela se juntou a agência no fim da
primeira temporada. Alex, no entanto, não está na "Fazenda" (nome da
instalação de treinamento da CIA) apenas para treinar, mas em uma missão para
descobrir um grupo de agentes renegados dentro da CIA que planeja derrubar o
governo. O objetivo dela é ser recrutada pelo grupo, chamado de AIC (CIA ao
contrário), e desmantelá-lo.
Doutor em Comunicação e Cultura Contemporânea, pesquisador da área de cinema, mas também adora games e quadrinhos.
segunda-feira, 4 de setembro de 2017
Crítica - Narcos: 3ª Temporada
A principal pergunta ao fim da
segunda temporada de Narcos era se a
série conseguiria se manter mesmo sem a figura complexa e instigante de Pablo
Escobar (Wagner Moura). Essa terceira temporada não consegue encontrar um
personagem tão bom quanto o chefe do tráfico das duas primeiras, mas acerta ao
finalmente adotar uma postura crítica em relação à chamada "guerra às
drogas".
Com o fim do reinado de Pablo
Escobar, o agente Peña (Pedro Pascal) volta suas atenções ao Cartel de Cali. O
líderes do Cartel, que se autointitulam "cavalheiros de Cali", no
entanto tem seus próprios planos para deixar o tráfico. Eles planejam uma
rendição ao governo colombiano, mas uma rendição que não trará nenhuma punição
real a eles exceto que deverão parar com suas atividades ilegais. Com seis
meses até o termo de rendição ser efetivado, o Cartel planeja lucrar o máximo
possível com as drogas para ter o suficiente depois que "se
aposentarem". Peña, porém, não está disposto a deixar que eles se safem
com tanta facilidade.
Doutor em Comunicação e Cultura Contemporânea, pesquisador da área de cinema, mas também adora games e quadrinhos.
sexta-feira, 1 de setembro de 2017
Crítica - Pequeno Demônio
Fazer filmes paródia nos dias de
hoje é complicado. Com internet e redes sociais qualquer obra lançada já é
imediatamente ridicularizada online e
quando finalmente a paródia "oficial" chega aos cinemas, raramente
tem algo a dizer que já não tenha sido dito. Isso aconteceu em produtos
recentes como Inatividade Paranormal 2
(2014) ou Cinquenta Tons de Preto (2016).
Este Pequeno Demônio, por sua vez,
visa parodiar filmes de terror sobre "crianças demoníacas" como A Profecia (1976), O Bebê de Rosemary (1968), Colheita
Maldita (1984) ou O Iluminado
(1980). Como ele parodia um tipo ou subgênero de filmes, tem mais espaço para
trabalhar do que paródias de filmes específicos como as duas citadas acima, mas
realmente funciona por ter algo próprio a dizer além de meramente reproduzir
cenas icônicas com twists cômicos.
A trama é protagonizada por Gary
(Adam Scott). Ele acabou de casar com Samantha (Evangeline Lilly) e está tendo
problemas para se relacionar com seu enteado, Lucas (Owen Atlas). Quando
ocorrências macabras passam a acontecer constantemente ao redor do garoto, Gary
começa a desconfiar que talvez o menino seja o Anticristo.
Doutor em Comunicação e Cultura Contemporânea, pesquisador da área de cinema, mas também adora games e quadrinhos.
quarta-feira, 30 de agosto de 2017
Crítica - Emoji: O Filme
São tempos difíceis para a
publicidade. Antigamente era certo de que as pessoas veriam ou ouviriam os
anúncios publicitários veiculados nos intervalos comerciais de rádio e
televisão e aqueles impressos em jornais. O consumo midiático migrou para
internet, com serviços de streaming
como a Netflix sem intervalos para publicidade e programas como Adblock que
bloqueiam desde pop-ups e janelas de
publicidade aos comerciais que passam no início dos vídeos de plataformas como
Youtube. A publicidade passou a ser um inconveniente a ser evitado. Como,
então, fazer publicidade em uma época na qual o consumidor foge dela como o
diabo da cruz? Este Emoji: O Filme
fornece uma resposta fácil para essa pergunta: simplesmente engane seu público.
Faça ele acreditar que está vendo uma narrativa de fantasia e aventura e então
despeje sem dó mensagens de consumo sobre ele.
Filmes feitos para venderem
coisas não são exatamente novidade. Uma Aventura Lego (2014) tinha o claro interesse de vender seus brinquedos, mas
fazia isso entregando uma narrativa genuinamente divertida e que lembrava do
valor do componente lúdico, cooperativo e imaginativo do ato de brincar. Emoji: O Filme, no entanto, sequer
parece se esforçar para encantar seu espectador, repetindo um monte de clichês
pouco inspirados e algumas frases de efeito cheias de sensos comuns para dar a
impressão de engajamento com uma determinada mensagem.
Doutor em Comunicação e Cultura Contemporânea, pesquisador da área de cinema, mas também adora games e quadrinhos.
terça-feira, 29 de agosto de 2017
Crítica - Como Nossos Pais
Quando nos tornamos adultos
eventualmente nos damos conta de que há algo em nossa conduta ou visão de mundo
que reproduz um comportamento que víamos em nossos pais e nos incomodava quando
criança. É provável que ao longo de nossa vida adulta tenhamos aquele momento
de surpresa no qual dizemos a nós mesmos "nossa, estou falando/agindo
igualzinho a meu pai/minha mãe". Para o bem e para o mal nossa relação com
nossos pais impactam no resto de nossas vidas e é exatamente sobre isso que
trata este Como Nossos Pais, novo
filme da diretora Laís Bodanzky (Bicho de
Sete Cabeças, Chega de Saudade).
A trama é centrada em Rosa (Maria
Ribeiro), uma mulher com problemas no casamento que descobre, durante uma
discussão com a mãe, que ela é fruto de um ato de traição da mãe, Clarice
(Clarisse Abujamra), com outro homem. A revelação, somada à crescente crise em
seu casamento com Dado (Paulo Vilhena), a faz questionar os rumos de sua vida e
sua própria identidade.
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