quarta-feira, 20 de setembro de 2017

Crítica - How to Get Away With Murder: 3ª Temporada

Análise How to Get Away With Murder: 3ª Temporada


Review How to Get Away With Murder: Season 3
Chegando na sua terceira temporada, a série How to Get Away With Murder continua a trabalhar com a mesma estrutura narrativa de mostrar um crime acontecendo e então retornar ao passado para mostrar como ele aconteceu, resolvendo tudo nos últimos episódios. Se antes tudo funcionava pelo afiado manejo da intriga, agora a série já não demonstra o mesmo vigor com algumas tramas que não decolam e resoluções que soam como trapaças. Aviso que o texto a seguir contem SPOILERS.

A narrativa começa no exato ponto em que a segunda temporada acabou, com Wes (Alfred Enoch) testemunhando o assassinato do homem que acredita ser seu pai biológico. Sem perder tempo, ficamos sabendo que Frank (Charlie Weber) foi o responsável, já que se Wes ou Annalise (Viola Davis) tentassem entregá-lo às autoridades, ele revelaria que a vítima era o pai de Wes, colocando as suspeitas sobre o estudante. Assim, Annalise tenta encontrar um meio de encontrar Frank e fazê-lo pagar por este assassinato, mas pelo que fez com ela no passado. A temporada tenta criar um clima de que todas as mentiras construídas pelos personagens até então podem ruir a qualquer momento com ameaças vindo por todos os lados, mas muitos desses arcos não rendem o que deveriam.

terça-feira, 19 de setembro de 2017

Crítica - Mãe!

Resenha Mãe!


Review Mãe!
O diretor Darren Aronofsky é famoso por obras enigmáticas e cheias de simbolismos, como Fonte da Vida (2006) e Cisne Negro (2010), que costumam exigir muito do espectador para penetrar em seus universos e decifrar seus segredos. Nesse sentido, Mãe! é talvez seu trabalho mais complexo e de difícil penetração, já que filmes anteriores tinham alguma linha narrativa que conseguia ser acompanhada pelo espectador mesmo que ele não se interessasse em interpretar seus subtextos. Mãe!, por outro lado, tem pouquíssima trama, se construindo em cima de alegorias, simbolismos e subtextos. Isso não é de maneira alguma uma falha, mas é preciso deixar clara a natureza da obra já que quem entrar desavisado no cinema certamente irá se frustrar e imagino que não serão muitos a estarem predispostos a embarcar na jornada alegórica proposta pelo filme.

O filme é focado em uma mulher (Jennifer Lawrence), a Mãe, e um homem (Javier Bardem), o Poeta, que vivem em uma isolada casa vitoriana. Ela trabalha na reforma da casa, desejando transformar tudo em um paraíso para os dois. Ele fica em seu escritório tentando escrever sua próxima grande poesia. O cotidiano tranquilo dos dois é bruscamente interrompido com a chegada de um novo casal (Ed Harris e Michelle Pfeiffer) que acaba se hospedando na casa a convite do Poeta, mesmo sob os protestos da Mãe. Com o tempo, a presença dos recém chegados começa a causar problema na relação entre dois.

segunda-feira, 18 de setembro de 2017

Crítica - O Assassino: O Primeiro Alvo

Resenha O Assassino: O Primeiro Alvo


Análise O Assassino: O Primeiro Alvo
Não conheço os livros de Vince Flynn sobre o agente Mitch Rapp, mas confesso que este O Assassino: O Primeiro Alvo, que adapta o personagem para os cinemas, não me deixou com muita vontade de buscar ou conhecer mais sobre as aventuras literárias de Rapp. Apresentado aqui como uma espécie de James Bond, Jason Bourne ou Jack Bauer de quinta categoria, a trama que o filme tece ao redor do personagem soa como uma mera colcha de retalhos de clichês e nem mesmo isso é bem executado.

Mitch (Dylan O'Brien) acaba de pedir sua namorada em casamento em uma praia da Espanha quando um grupo de terroristas aparece e começa a atirar nas pessoas. A namorada de Mitch morre, mas ele sobrevive. Um ano e meio depois descobrimos que ele esteve treinando e se preparando para se infiltrar em uma célula terrorista para se vingar pela morte da noiva. Logicamente, a CIA o estava vigiando e ele é abordado pela agente Kennedy (Sanaa Lathan) para se juntar à agência. Ele aceita e vai treinar sob o comando do implacável Stan Hurley (Michael Keaton), mas seu treinamento é interrompido quando uma grande quantidade de plutônio cai nas mãos de terroristas iranianos e Stan e Mitch são chamados para impedir a ameaça.

Vencedores do Emmy 2017


Apresentada por Stephen Colbert, a 69ª entrega dos prêmios Emmy aconteceu ontem, 17 de setembro, e sagrou como suas maiores vencedoras a série The Handmaid's Tale, que foram os primeiros prêmios para o serviço de streaming Hulu, e a minissérie Big Little Lies da HBO. Stranger Things e Westworld, que tinham o maior número de indicações, saíram da premiação de mãos vazias, enquanto que a atriz Julia Louis-Dreyfus de Veep quebrou recordes ao levar seu sexto Emmy por uma mesma personagem, a presidente Selina Meyers. Confiram a lista de indicados com os vencedores destacados em negrito.

quarta-feira, 13 de setembro de 2017

Crítica - Dupla Explosiva

Resenha Dupla Explosiva


Análise Dupla Explosiva
Até agora não consigo entender a opção por traduzir o título de The Hitman's Bodyguard (algo como O Guarda-Costas do Matador de Aluguel) como algo tão genérico e sem personalidade como Dupla Explosiva (inclusive porque existem outros filmes com esse título em português) ao invés de optar por algo que explorasse a premissa insólita do filme. Por outro lado, um título genérico e sem personalidade condiz perfeitamente com a natureza do filme.

Na trama, Michael Bryce (Ryan Reynolds) é o melhor guarda costas do mundo. Ele recebe de sua ex-namorada, a agente da Interpol Amelia (Elodie Young, a Elektra de Os Defensores) a missão de proteger o assassino profissional Darius Kincaid (Samuel L. Jackson) e levá-lo de Londres para a Holanda onde ele irá testemunhar contra o ditador Dukovitch (Gary Oldman). Logicamente o ditador não quer que Darius testemunhe contra ele e manda seus capangas eliminá-lo.

É aquele típico filme de ação com uma dupla que se detesta mas eventualmente acaba se entendendo e virando parceiros. Da primeira vez que eles se encontram, sabemos que um irá aprender algo com o outro e que a união entre eles será necessária para superarem os obstáculos. Tudo é bem esquemático e previsível, incluindo alguma reviravoltas como a revelação de quem era o traidor dentro da Interpol, e seriam duas horas de tédio não fosse o carisma dos protagonistas.

terça-feira, 12 de setembro de 2017

Crítica - Feito na América

Análise Feito na América


Review American Made
Histórias sobre o narcotráfico e a figura de Pablo Escobar estão em alta recentemente em Hollywood. De filmes como Conexão Escobar (2016), Escobar: Paraíso Perdido (2014), passando pela série Narcos, a sensação é que o mercado deste tipo de história já está ficando inchado. O que consegue diferenciar este Feito na América dos demais é sua abordagem cínica e bem humorada em relação a todo o contexto da guerra contra o narcotráfico.

A trama é baseada na história real de Bryan Seal (Tom Cruise), um piloto que foi recrutado pela CIA na década de oitenta para servir de fachada para suas operações na América Central e Latina, conduzindo operações de reconhecimento com aviões espiões, recolhendo informações e traficando armas para facções aliadas aos EUA. Ao curso do seu trabalho, Bryan acaba sendo abordado por Pablo Escobar (Maurício Mejia) que quer seus serviços para transportar drogas para os Estados Unidos. Interessado no dinheiro extra, Bryan aceita, mas isso começa a lhe causar problemas.

segunda-feira, 11 de setembro de 2017

Crítica - BoJack Horseman: 4ª Temporada

Análise BoJack Horseman: 4ª Temporada


Resenha BoJack Horseman: 4ª Temporada
Apesar de ser anunciada como uma série de comédia parodiando as extravagâncias e futilidades do universo do entretenimento, a animação BoJack Horseman nunca se furtou de explorar os cantos mais sombrios da psique de seus personagens e suas tendências autodestrutivas e depressivas. Essa quarta temporada também não foge de se aprofundar nas angústias dos protagonistas e ao nos mostrar suas tentativas de lidar com tudo isso acaba pavimentando o caminho deles rumo a algum tipo de reparação, resultando na melhor temporada da série até então.

A trama começa onde a terceira terminou com BoJack (WillArnett) deixando Hollywoo depois da morte de Sarah Lynn (Kristen Schaal). O ex-astro de televisão parte em uma jornada de redescoberta e acaba indo até a antiga casa de sua mãe no interior dos Estados Unidos. Enquanto ele se mantém distante, os demais personagens continuam tocando suas vidas. Mr. Peanutbutter (Paul F. Thompkins) se engaja em uma absurda campanha eleitoral para governador que cria conflitos em seu casamento com Diane (Alison Brie), Princess Carolyn (Amy Sedaris) resolve tentar engravidar e Todd (Aaron Paul) tenta criar um negócio envolvendo palhaços dentistas.

quarta-feira, 6 de setembro de 2017

Crítica - It: A Coisa


Análise It: A Coisa


Resenha It: A Coisa
Lembro de ter assistido It: Uma Obra Prima do Medo (1990) quando ainda garoto em uma noite no SBT e morrido de medo do palhaço demoníaco Pennywise vivido por Tim Curry. Foi essa minissérie (dividida em dois episódios, mas ocasionalmente exibida como um filme de três horas) que provavelmente sedimentou em mim a impressão de palhaços como criaturas assustadoras. Agora o romance de Stephen King recebe uma nova adaptação neste It: A Coisa, que curiosamente chega aos cinemas 27 anos depois da versão anterior, o mesmo intervalo de tempo que a criatura da narrativa demora a aparecer novamente.

A trama dessa nova versão abrange apenas uma parte do livro de Stephen King que compreende a infância dos personagens e o primeiro confronto entre eles e Pennywise (Bill Skarsgard). Na pequena cidade de Derry começam a acontecer inúmeros desaparecimentos de crianças. Uma delas é Georgie (Jackson Roberts Scott), irmão do garoto gago Bill (Jaeden Lieberher de Um Santo Vizinho) que é puxado para dentro de um bueiro por Pennywise. Mesmo depois de passados muitos dias Bill se recusa a aceitar que o irmão esteja morto e junta seus amigos para procurá-lo nos esgotos da cidade. O grupo acaba se encontrando com Ben (Jeremy Ray Taylor), um garoto solitário e recém chegado a Derry que passa boa parte de seu tempo na biblioteca. Ele conta a Bill e os demais que pesquisando a história da cidade encontrou um recorrência em matanças que ocorrem a cada 27 anos e que os desaparecimentos de crianças podem estar ligados a esse aumento cíclico de violência.

terça-feira, 5 de setembro de 2017

Crítica - Quantico: 2ª Temporada

Análise Quantico: 2ª Temporada


Resenha Quantico: 2ª Temporada
Meu principal temor ao me aproximar dessa segunda temporada de Quantico era que a série ficasse demasiadamente presa ao formato apresentado (e que deu certo) na primeira temporada ao ponto em que tudo soasse como uma repetição de antes como ocorreu de certa maneira com a segunda temporada de How to Get Away With Murder. Apesar de quase cair no erro de deixar que o formato se torne um estorvo, o resultado acaba sendo um suspense bem eficiente. A partir desse ponto o texto pode conter SPOILERS.

A nova temporada mais uma vez coloca Alex Parrish (Priyanka Chopra, que foi vilã no recente remake de Baywatch) no centro de um grande atentado terrorista em Nova Iorque. Dessa vez um grupo terrorista invade uma reunião do G20 e toma os principais líderes mundiais como reféns. No melhor estilo Duro de Matar (1988), Alex estava no prédio no momento do ataque e precisa sozinha encontrar uma forma de dirimir a ameaça. A narrativa segue o padrão da temporada anterior de alternar em sua primeira metade entre eventos no presente (o ataque) e do passado. Se antes víamos seu treinamento no FBI, agora a vemos treinar na CIA, visto que ela se juntou a agência no fim da primeira temporada. Alex, no entanto, não está na "Fazenda" (nome da instalação de treinamento da CIA) apenas para treinar, mas em uma missão para descobrir um grupo de agentes renegados dentro da CIA que planeja derrubar o governo. O objetivo dela é ser recrutada pelo grupo, chamado de AIC (CIA ao contrário), e desmantelá-lo.

segunda-feira, 4 de setembro de 2017

Crítica - Narcos: 3ª Temporada

Análise Narcos: 3ª Temporada


Review Narcos Season 3
A principal pergunta ao fim da segunda temporada de Narcos era se a série conseguiria se manter mesmo sem a figura complexa e instigante de Pablo Escobar (Wagner Moura). Essa terceira temporada não consegue encontrar um personagem tão bom quanto o chefe do tráfico das duas primeiras, mas acerta ao finalmente adotar uma postura crítica em relação à chamada "guerra às drogas".

Com o fim do reinado de Pablo Escobar, o agente Peña (Pedro Pascal) volta suas atenções ao Cartel de Cali. O líderes do Cartel, que se autointitulam "cavalheiros de Cali", no entanto tem seus próprios planos para deixar o tráfico. Eles planejam uma rendição ao governo colombiano, mas uma rendição que não trará nenhuma punição real a eles exceto que deverão parar com suas atividades ilegais. Com seis meses até o termo de rendição ser efetivado, o Cartel planeja lucrar o máximo possível com as drogas para ter o suficiente depois que "se aposentarem". Peña, porém, não está disposto a deixar que eles se safem com tanta facilidade.