O ator Andy Serkis se tornou
célebre por seu trabalho com captura de movimento, dando vida a personagens
marcantes como o Gollum da trilogia O
Senhor do Anéis ou o primata César da recente trilogia do Planeta dos Macacos. Com uma carreira
marcada por personagens pouco convencionais, fiquei curioso para conferir como
seria a estreia de Serkis na função de diretor neste Uma Razão Para Viver.
A narrativa é baseada na história
real de Robin Cavendish (Andrew Garfield) um homem que ficou paralisado e
dependente de um respirador artificial por conta da poliomielite na década de
50. Confinado a uma cama, todos os médicos diziam que ele tinha pouco tempo de
vida e passaria o resto de seus dias confinado em uma cama de hospital, mas sua
esposa Diane (Claire Foy) resolve levá-lo para casa e cuidar dele por conta
próprio. Aos poucos o casal e o resto da família vão se adaptando à condição de
Robin e inclusive começam a desenvolver aparatos, como cadeiras de rodas, para
deixá-lo mais confortável.
A narrativa não faz muito esforço
para sair do molde de outros filmes sobre conviver com uma deficiência ou
doença grave como Intocáveis (2012), Como Eu Era Antes de Você (2016) ou A Culpa é das Estrelas (2014) ao mostrar
como é possível aproveitar a vida e que deficiência ou doença não são
necessariamente sinônimo de invalidez. Serkis consegue trazer uma leveza e
calor humano à sua trama, evitando pesar a mão no sofrimento e mostrando como
Robin e Diane conseguiam ser felizes apesar de tudo. A abordagem é beneficiada
pela constante atitude positiva que Andrew Garfield traz ao seu personagem e
por sua competente composição vocal que convence em soar como uma pessoa que
não respira sozinha. Há de se destacar também o trabalho divertido do ator Tom
Hollander como dois irmãos gêmeos.