A Hollywood Foreign Press Association
(HFPA), a associação da imprensa estrangeira de Hollywood, anunciou hoje, 11 de
novembro, os indicados aos Globos de Ouro. A entrega dos prêmios acontecerá em
07 de janeiro de 2018 e será apresentada por Seth Meyers. Entre os indicados, o
filme A Forma da Água, de Guillermo
del Toro, recebeu mais indicações no campo do cinema enquanto que a minissérie Big Little Lies foi a mais mencionada no
campo da televisão. Entre as indicações também houve controvérsia com o fato do
filme Corra!, um terror que trata
sobre o racismo e a dominação do corpo negro, ter sido indicado pela categoria
comédia sendo que o filme não chega perto de se encaixar no gênero. Confiram
abaixo a lista de indicados.
segunda-feira, 11 de dezembro de 2017
Conheçam os indicados ao Globo de Ouro 2018
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Notícias
Doutor em Comunicação e Cultura Contemporânea, pesquisador da área de cinema, mas também adora games e quadrinhos.
quinta-feira, 7 de dezembro de 2017
Crítica - Your Name
O anime Your Name teve uma passagem relâmpago pelos cinemas
brasileiros. Uma pena, já que apesar de alguns problemas no terço final da
trama ele merecia ser mais visto pela sua trama de viagens no tempo e amor
juvenil. Agora que o filme já está disponível em serviços de streaming talvez o público finalmente
possa dar uma chance a ele.
A narrativa mostra dois jovens
que se conectam de uma maneira insólita. Taki é um adolescente que mora em
Tóquio e trabalha como garçom em um restaurante, Mitsuha é uma garota que mora
em uma pequena vila do interior do Japão e ajuda sua avó a fazer tecelagem. O
que une essas duas pessoas em lugares e tempos diferentes é o fato de que
ocasionalmente eles acordam nos corpos um do outro e precisam encontrar uma
maneira de fazer suas vidas funcionarem a despeito dessa ocorrência bizarra.
Assim, eles começam a deixar anotações um para o outro em seus celulares,
cadernos e nos seus corpos, para que o outro saiba o que precisam fazer. Os
dois também tentam descobrir qual a razão disso acontecer com eles. É
basicamente uma mistura de Sexta-Feira
Muito Louca (2003) com A Casa do Lago
(2006).
Doutor em Comunicação e Cultura Contemporânea, pesquisador da área de cinema, mas também adora games e quadrinhos.
quarta-feira, 6 de dezembro de 2017
Crítica - Lucky
Todos vamos morrer um dia,
sabemos disso, é inevitável. A questão é que apesar de termos consciência desse
fato, nunca pensamos muito à respeito. A morte sempre parece algo distante,
algo que acontece o tempo todo com os outros, mas não conosco. O que acontece
quando percebemos que nosso tempo no mundo pode estar chegando ao fim? Como
lidar com essa perspectiva? É sobre isso que este Lucky vai tratar ao acompanhar o cotidiano do aposentado Lucky
(Harry Dean Stanton), um homem de noventa anos que mora sozinho.
Um dia, o protagonista tem um
desmaio súbito em casa e vai ao hospital, seus exames revelam que não há
qualquer problema em sua saúde e que ele está em ótimo estado para alguém de
sua idade. De acordo com seu médico, é possível que seja apenas a idade e seu
corpo deixando de funcionar como deveria. Assim, Lucky é confrontado com sua
própria mortalidade e com a necessidade de buscar um sentido em seus últimos
dias de vida.
O filme repousa quase que
integralmente sobre os ombros de Harry Dean Stanton, sendo o último trabalho do
agora falecido ator. Praticamente todo o tempo em cena, Stanton é ótimo ao
fazer de Lucky um sujeito ranzinza e antiquado, mas sem deixar de ter uma certa
medida de simpatia e bom humor, vivendo em uma rotina extremamente repetitiva.
Conforme se depara com a possibilidade de fim, no entanto, é possível ver uma
tocante vulnerabilidade por baixo de sua superfície durona. Muitas vezes ele
chega a agir com agressividade simplesmente por não saber ou não querer lidar
com a possibilidade de morrer, como acontece na cena em que ele vê seu amigo
Howard (David Lynch) preparando seu testamento com um advogado (Ron
Livingston).
Doutor em Comunicação e Cultura Contemporânea, pesquisador da área de cinema, mas também adora games e quadrinhos.
terça-feira, 5 de dezembro de 2017
Crítica - Atlanta: 1ª Temporada
Atlanta é uma série esquisita. Na superfície parece ser mais uma
série sobre um jovem à deriva que procura seu lugar no mundo e tenta fazer
sucesso no disputado meio artístico, mas estruturalmente faz muitas escolhas
pouco usuais que nos dão uma constante sensação de estranhamento. A série, no
entanto, usa esse estranhamento a seu favor e é sua esquisitice que a faz se
destacar.
Na trama, Earnest "Earn" Marks (Donald Glover,
também roteirista e criador da série) é um jovem que largou a faculdade, está
sem dinheiro e sem ter onde morar, dormindo de favor na casa da namorada
Vanessa (Zazie Beets, que será a Domino em Deadpool
2), com quem tem uma filha. Ele vê uma oportunidade de mudar sua vida
quando seu primo Alfred (Brian Tyree Henry) começa uma carreira no rap sob o
nome de Paper Boi e se prontifica a trabalhar com ele como seu agente. Assim
Earn e Alfred tentam ascender no cenário do rap em Atlanta.
Boa parte do estranhamento se dá
pelo fato de uma grande maioria dos episódios começarem in media res (literalmente "no meio das coisas" em
latim), com os personagens já em meio a alguma ação cujo contexto não é dado ao
espectador. Essa escolha ajuda a nos desarmar de nossas expectativas, nos
deixando sem saber o que esperar ou sem ter noção do que virá a seguir e essa
falta de expectativa faz as ocorrências inesperadas e personagens insólitos que
surgem o tempo todo ainda mais divertidos.
Doutor em Comunicação e Cultura Contemporânea, pesquisador da área de cinema, mas também adora games e quadrinhos.
segunda-feira, 4 de dezembro de 2017
Crítica - Extraordinário
Desde pequenos somos ensinados a
tratar os outros como gostaríamos de sermos tratados, a não julgar a conduta
dos outros sem conhecê-las e sabermos o que realmente estão passando e a
valorizar as pessoas pelo que elas são e não por sua aparência. Extraordinário é um filme que visa nos
lembrar de todas essas coisas e, embora não reinvente a roda, cumpre seu papel
com muita sensibilidade.
A trama é protagonizada por
Auggie (Jacob Tremblay), um garoto que nasceu com vários problemas de saúde e
desde bebê precisou passar por várias cirurgias, deixando-o com o rosto
deformado. Por um bom tempo ele estudou em casa, sob a tutela de sua mãe,
Isabel (Julia Roberts), mas sua família acha que é hora dele ir para uma escola
de verdade e começar a interagir com outras crianças. Como era de se esperar, nem
todos os seus colegas o aceitam e ele começa a sofrer bullying.
É óbvio desde o início que
eventualmente Auggie eventualmente será aceito pelos colegas e todos aprenderão
valiosas lições de vida, mas sua força reside no modo como essa história é
contada. Dividido em capítulos que recontam os eventos da trama sob a
perspectiva de diferentes personagens, o filme constantemente solicita que
repensemos o que achávamos saber sobre os personagens. Se inicialmente Miranda
(Danielle Rose Russell) parece uma típica megera adolescente ao se afastar de
Via (Izabela Vidovic) por achar que ficou popular demais para continuar andando
com a antiga amiga, quando o filme adota a perspectiva de Miranda percebemos
que ela é uma garota triste e solitária que se afastou da amiga por conta de
uma mentira tola e que se arrepende do que fez.
Doutor em Comunicação e Cultura Contemporânea, pesquisador da área de cinema, mas também adora games e quadrinhos.
quinta-feira, 30 de novembro de 2017
Crítica - The Sinner
Uma mulher está em um piquenique com seu marido e filho quando simplesmente se levanta e esfaqueia brutalmente um homem até a morte. Parecendo estar fora de si, ela é contida pelo marido até que a polícia chega. Ela admite ter matado o homem, mas não consegue explicar o que a levou a isso, sua vítima era um completo desconhecido, nunca havia lhe feito nada, ela não tem nenhum histórico de doença mental ou agressividade e ainda assim matou um homem violentamente. O que teria levado Cora (Jessica Biel) a cometer o crime? Ela está sendo sincera ou escondendo algo? Estaria ela lúcida ou em um estado de surto? Essas e outras perguntas dão início à instigante série The Sinner que traz um exame complexo sobre culpa e crime. O texto a seguir pode conter alguns SPOILERS.
Boa parte do mérito da série
repousa sobre os ombros de Jessica Biel, se sua personagem não funcionasse
seria impossível embarcar nos dilemas que a narrativa propõe. Ela é serena e
lúcida durante boa parte do tempo, mas permite que percebamos severos traumas
sob a superfície de mãe de família pacata. Ela não foge à responsabilidade do
assassinato que cometeu, no entanto claramente esconde segredos da polícia.
Essa ambiguidade e incapacidade de sabermos se ela é uma mulher extremamente
traumatizada, uma sociopata fria enganando todos ou simplesmente alguém que
momentaneamente perdeu o controle torna Cora uma figura fascinante e cheia de
camadas, mantendo o nosso interesse durante os oito episódios da série.
Doutor em Comunicação e Cultura Contemporânea, pesquisador da área de cinema, mas também adora games e quadrinhos.
quarta-feira, 29 de novembro de 2017
Crítica - Assassinato no Expresso do Oriente
O famoso romance de Agatha
Christie Assassinato no Expresso do
Oriente já tinha recebido uma excelente adaptação de mesmo nome dirigida
por Sidney Lumet em 1974, que chegou a ser indicada a seis Oscars e levou um
para a atriz Ingrid Bergman. Assim sendo, há alguma razão para se fazer uma
nova adaptação sendo que o filme de 1974 se sustenta perfeitamente ainda hoje e
essa nova versão não faz nenhuma mudança na sua ambientação no final dos anos
20 ou na resolução do crime em si? Bem, não, a nova versão é bem desnecessária,
ainda que consiga ser competente em recriar a famosa narrativa policial.
A trama se mantem a mesma dos
livros. O famoso detetive Hercule Poirot (Kenneth Branagh) está viajando no
Expresso do Oriente quando uma nevasca interrompe a viagem e um dos
passageiros, o sinistro Ratchett (Johnny Depp), é encontrado morto em sua
cabine que estava supostamente trancada. Com todos os passageiros como
suspeitos, o gerente da linha de trem, o Sr. Bouc (Tom Bateman), pede que
Poirot investigue o caso antes que o trem seja consertado e chegue à próxima
estação, na qual o culpado poderá
desembarcar e evitar a captura. Poirot precisa então correr contra o tempo para
resolver esse mistério.
Doutor em Comunicação e Cultura Contemporânea, pesquisador da área de cinema, mas também adora games e quadrinhos.
quarta-feira, 22 de novembro de 2017
Crítica - Star Wars Battlefront 2
Quando escrevi sobre o beta de Star Wars Battlefront 2 falei que o jogo
prometia mais conteúdo que o antecessor, mas também preocupava pelo seu
desequilibrado e mal concebido sistema de progressão. Agora, com o produto
final em mãos, é possível dizer que tanto as impressões positivas quanto
negativas se confirmaram.
A primeira coisa que chama a
atenção é a presença de um modo campanha, algo ausente do jogo anterior. A
história é centrada em Iden Versio, líder do esquadrão de elite das tropas
imperiais. A narrativa começa durante a batalha de Endor em O Retorno de Jedi (1983) e é bem
interessante poder ver esses eventos sob a perspectiva de um membro do império.
Essa escolha poderia resultar em
uma trama cheia de questões morais complexas, mas antes que a narrativa se
torne sombria demais tudo dá uma guinada para um caminho bem previsível. Ainda
assim poderia ser uma trama satisfatória se focasse na evolução e aprendizado
de Iden, mas a campanha constantemente deixa de lado sua protagonista para
colocar os jogadores da pele de personagens conhecidos da franquia, fazendo de
Iden uma coadjuvante em sua própria história. Ao menos consegue afastar a
sensação de ser um mero encadeamento de partidas multiplayer com bots ao
oferecer algo que realmente tem cara de um conteúdo pensado para ser single player.
Doutor em Comunicação e Cultura Contemporânea, pesquisador da área de cinema, mas também adora games e quadrinhos.
terça-feira, 21 de novembro de 2017
Crítica - Boneco de Neve
Apesar de não ter lido os
romances protagonizados pelo detetive Harry Hole, já ouvido falar dos trabalhos do escritor norueguês Jo Nesbo sempre de maneira positiva. Foi com expectativa e boa vontade que me aproximei deste Boneco de Neve e acabou sendo lamentável
que o resultado tenha sido tão decepcionante.
A trama é centrada em Harry Hole
(Michael Fassbender), um policial com problema de alcoolismo em Oslo, capital
da Noruega, que começa a receber cartas com mensagens cifradas e o desenho de
um boneco de neve. Inicialmente ele ignora as cartas, mas quando mulheres
começam a desaparecer e bonecos de neve são encontrados nas cenas dos crimes,
fica evidente que há um serial killer
à solta.
O diretor Thomas Alfredson (do
ótimo Deixa Ela Entrar) usa as
paisagens gélidas e nevadas do interior da Noruega para criar uma sensação constante
de desolação e isolamento, nos fazendo praticamente sentir a frieza extrema
desses ambientes. A bela fotografia, porém, acaba sendo o principal ponto
positivo em uma narrativa cheia de problemas.
Doutor em Comunicação e Cultura Contemporânea, pesquisador da área de cinema, mas também adora games e quadrinhos.
segunda-feira, 20 de novembro de 2017
Crítica - A Vilã
Com um começo intenso em uma
longa sequência de ação quase toda em primeira pessoa, este sul-coreano A Vilã já mostra logo de cara que sua
força reside na sua pancadaria em ritmo desenfreado e o restante do longa faz
valer essa promessa ainda que tenha sua parcela de problemas.
A trama é centrada em Sook-hee
(Ok-Bin Kim), uma mulher que desde a infância foi treinada para ser uma
assassina. Ela é recrutada por uma agência que lhe propõe um acordo: depois
trabalhar para eles durante 10 anos, Sook-hee estará livre para fazer o que
quiser e retomar sua vida. Ela aceita, mas conforme progride em seu trabalho
acaba encontrando um homem de seu passado e isso coloca tudo em risco.
De início os cortes bruscos entre
o presente e os flashbacks da
protagonista causam algum incômodo e levam algum tempo para nos acostumarmos
com o modo seco com o qual o filme transita entre as duas temporalidades, mas
depois de algum tempo é possível se acostumar a essas escolhas estilísticas sem
muito problema. Por outro lado, o filme perde um pouco de ritmo ao tentar
complicar sua trama mais do que o necessário, tentando criar dúvidas sobre as
motivações e intenções dos vários personagens ao redor da protagonista e
durante um bom tempo há a impressão de que a narrativa está andando em
círculos.
Doutor em Comunicação e Cultura Contemporânea, pesquisador da área de cinema, mas também adora games e quadrinhos.
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