As duas temporadas anteriores de South Park tinham investido em tramas
contínuas e arcos que se desenvolviam ao longo da temporada inteira. Era uma
experimentação inesperada para a série e mostrava que os criadores Matt Stone e
Trey Parker ainda estavam dispostos a brincar com a própria fórmula e tentar
coisas novas. Nesta vigésima primeira temporada, eles resolvem voltar a um
formato mais episódico com histórias isoladas e menos dependente de
continuidade, mas o resultado acabou sendo um pouco irregular.
Os problemas começam já no
primeiro episódio, White People
Renovating Houses, que tenta zoar a marcha neonazista ocorrida no interior
dos Estados Unidos esse ano. A série trata a situação de uma maneira
relativamente rasa, longe da contundência e acidez pela qual South Park é famosa, abordando tudo como
apenas uma ação estúpida de um monte de caipiras burros. Não deixa de ter certa
razão (eles são caipiras burros), mas ao mesmo tempo suaviza de algum modo a
gravidade do caso, já que ter pessoas com armas e símbolos nazistas gritando o
extermínio de judeus e negros nas ruas é algo que está em um outro patamar para
além da estupidez sendo esse um dos raros casos em que a série parece não
compreender plenamente o que está satirizando.