Dois trabalhadores de um
matadouro descobrem que estão partilhando os mesmos sonhos e tentam descobrir o
que é que os aproxima. O drama húngaro Corpo
e Alma começa com retraída Maria (Alexandra Bórbely), uma mulher que
provavelmente se encontra no espectro do autismo, e Endre (Géza Morcsányi), o
administrador do matadouro, se dando conta de que ambos tem o mesmo sonho
recorrente com dois cervos em uma floresta congelada.
A narrativa demora um pouco a engrenar,
já que desde o início a montagem das imagens dos cervos sendo seguidas por
imagens alternadas do cotidiano dos dois personagens deixa evidente a relação
que há entre os três elementos. Ainda assim, o filme se arrasta até o momento
em que finalmente resolve estabelecer a conexão entre a dupla de protagonistas
e os animais.
O início também fica truncado por
conta dos excessos de subtramas e temas que o filme tenta retratar. Há uma
quantidade considerável de imagens mostrando o cotidiano do matadouro,
incluindo momentos bastante gráficos que mostram o abate dos bovinos e a
retirada das suas partes. Era de se imaginar que isso fosse ter alguma
repercussão no filme, que a trama fosse abordar a indústria bovina ou o
tratamento aos animais, mas nada disso está presente no restante do filme e
todo esse detalhamento não serve a propósito algum.