Hoje na nossa seção de textos
mais curtos, abordaremos rapidamente as comédias Suburbicon: Bem-Vindos ao Paraíso e A Noite é Delas, ambas com muito potencial, mas que infelizmente
decepcionam.
quarta-feira, 20 de dezembro de 2017
Drops - Suburbicon: Bem-Vindos ao Paraíso e A Noite é Delas
Doutor em Comunicação e Cultura Contemporânea, pesquisador da área de cinema, mas também adora games e quadrinhos.
segunda-feira, 18 de dezembro de 2017
Crítica - Corpo e Alma
Dois trabalhadores de um
matadouro descobrem que estão partilhando os mesmos sonhos e tentam descobrir o
que é que os aproxima. O drama húngaro Corpo
e Alma começa com retraída Maria (Alexandra Bórbely), uma mulher que
provavelmente se encontra no espectro do autismo, e Endre (Géza Morcsányi), o
administrador do matadouro, se dando conta de que ambos tem o mesmo sonho
recorrente com dois cervos em uma floresta congelada.
A narrativa demora um pouco a engrenar,
já que desde o início a montagem das imagens dos cervos sendo seguidas por
imagens alternadas do cotidiano dos dois personagens deixa evidente a relação
que há entre os três elementos. Ainda assim, o filme se arrasta até o momento
em que finalmente resolve estabelecer a conexão entre a dupla de protagonistas
e os animais.
O início também fica truncado por
conta dos excessos de subtramas e temas que o filme tenta retratar. Há uma
quantidade considerável de imagens mostrando o cotidiano do matadouro,
incluindo momentos bastante gráficos que mostram o abate dos bovinos e a
retirada das suas partes. Era de se imaginar que isso fosse ter alguma
repercussão no filme, que a trama fosse abordar a indústria bovina ou o
tratamento aos animais, mas nada disso está presente no restante do filme e
todo esse detalhamento não serve a propósito algum.
Doutor em Comunicação e Cultura Contemporânea, pesquisador da área de cinema, mas também adora games e quadrinhos.
sexta-feira, 15 de dezembro de 2017
Crítica - Star Wars: Os Últimos Jedi
Havia tanta expectativa ao redor
deste Star Wars: Os Últimos Jedi que
sinceramente tive medo que ele não teria como corresponder ao tanto que se
esperava dele. Ainda acho que O Império
Contra-Ataca (1980) é o melhor da franquia, mas este novo filme não chega a
fazer feio perto dos melhores exemplares da saga ou mesmo do excelente
anterior.
A trama começa mais ou menos no
mesmo ponto em que O Despertar da Força (2015)
nos deixou. Rey (Daisy Ridley) finalmente encontrou Luke Skywalker (Mark
Hammill) para iniciar seu treinamento Jedi. Enquanto isso a Resistência
liderada pela general Leia (Carrie Fisher) precisa usar os poucos recursos que
tem para fugir da fúria da Primeira Ordem, que avança cada vez mais pela
galáxia depois de eliminar os planetas sede da Nova República.
Falar mais seria dar spoilers e, acreditem, é melhor assistir
sabendo o mínimo possível, mas impressiona o quanto o filme se compromete com o
desenvolvimento dos personagens, em delinear seus conflitos, suas angústias,
suas falhas. Isso não apenas para novatos como Rey e Kylon Ren (Adam Driver) quanto
para veteranos como Luke, cuja imagem heroica que temos dele é posta em questão
em alguns momentos.
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Ficção Científica
Doutor em Comunicação e Cultura Contemporânea, pesquisador da área de cinema, mas também adora games e quadrinhos.
quarta-feira, 13 de dezembro de 2017
Crítica - Sem Retorno
A ideia inicial deste Sem Retorno parece bem promissora. Um
rico empresário, Damian (Ben Kingsley), está com câncer terminal e com poucos
meses de vida. Ele pensa em colocar seus assuntos em ordem e se preparar para o
inevitável quando é abordado pelo cientista Albright (Matthew Goode) que lhe
propõe uma alternativa: transferir sua consciência para um novo e jovem corpo
criado em laboratório para servir a esse tipo de transferência. Aceitar isso,
no entanto, significa que ele terá que deixar seu corpo original morrer e
abandonar sua antiga vida. O empresário aceita passar pelo procedimento e
acorda em um corpo mais jovem (Ryan Reynolds), mas logo descobre seu corpo não
é exatamente o que foi prometido.
É uma premissa que poderia render ao discutir noções de imortalidade, o propósito da vida e
ética científica, mas todas essas ideias complexas são jogadas foras lá pelos
quarenta minutos de filme quando ele decide focar apenas na ação. Não seria um
problema tão grave se pelo menos fosse capaz de entregar tiroteios e
perseguições empolgantes, mas tudo é muito burocrático, faltando intensidade e
urgência.
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Ação,
Crítica,
Ficção Científica,
Suspense
Doutor em Comunicação e Cultura Contemporânea, pesquisador da área de cinema, mas também adora games e quadrinhos.
terça-feira, 12 de dezembro de 2017
Crítica - South Park: 21ª Temporada
As duas temporadas anteriores de South Park tinham investido em tramas
contínuas e arcos que se desenvolviam ao longo da temporada inteira. Era uma
experimentação inesperada para a série e mostrava que os criadores Matt Stone e
Trey Parker ainda estavam dispostos a brincar com a própria fórmula e tentar
coisas novas. Nesta vigésima primeira temporada, eles resolvem voltar a um
formato mais episódico com histórias isoladas e menos dependente de
continuidade, mas o resultado acabou sendo um pouco irregular.
Os problemas começam já no
primeiro episódio, White People
Renovating Houses, que tenta zoar a marcha neonazista ocorrida no interior
dos Estados Unidos esse ano. A série trata a situação de uma maneira
relativamente rasa, longe da contundência e acidez pela qual South Park é famosa, abordando tudo como
apenas uma ação estúpida de um monte de caipiras burros. Não deixa de ter certa
razão (eles são caipiras burros), mas ao mesmo tempo suaviza de algum modo a
gravidade do caso, já que ter pessoas com armas e símbolos nazistas gritando o
extermínio de judeus e negros nas ruas é algo que está em um outro patamar para
além da estupidez sendo esse um dos raros casos em que a série parece não
compreender plenamente o que está satirizando.
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Doutor em Comunicação e Cultura Contemporânea, pesquisador da área de cinema, mas também adora games e quadrinhos.
segunda-feira, 11 de dezembro de 2017
Lixo Extraordinário - Meu Parceiro é um Dinossauro
The Room, abordado anteriormente nessa coluna, era daqueles filmes
que é tão ruim que se torna divertido de ver. Meu Parceiro é um Dinossauro (Theodore Rex no título original), o filme ruim a ser explorado hoje
aqui, no entanto, pertence a uma categoria diferente: é daqueles que te faz
querer queimar o olhos com ferro quente para não ter que aturar mais um segundo
dele e desejar ser capaz de "desver" toda essa porcaria.
Os Bastidores da Produção
Em 1995, quando esse filme foi
lançado, a atriz Whoopi Goldberg estava em alta. Ela tinha vencido um Oscar por
seu papel em Ghost: Do Outro Lado da Vida
(1990) e tinha alcançado sucesso financeiro e de público com Mudança de Hábito (1992) e Mudança de Hábito 2 (1993). Diante desse
sucesso, a atriz foi procurada pela produtora New Line (que hoje pertence à
Warner) para participar deste Meu
Parceiro é um Dinossauro e Whoopi chegou a dar verbalmente sua aceitação. A
New Line tocou a produção adiante com o aceite da atriz, mas posteriormente
Whoopi mudou de ideia (imagino que tenha visto o roteiro ou o horrendo
dinossauro animatrônico).
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Comédia,
Lixo Extraordinário
Doutor em Comunicação e Cultura Contemporânea, pesquisador da área de cinema, mas também adora games e quadrinhos.
Conheçam os indicados ao Globo de Ouro 2018
A Hollywood Foreign Press Association
(HFPA), a associação da imprensa estrangeira de Hollywood, anunciou hoje, 11 de
novembro, os indicados aos Globos de Ouro. A entrega dos prêmios acontecerá em
07 de janeiro de 2018 e será apresentada por Seth Meyers. Entre os indicados, o
filme A Forma da Água, de Guillermo
del Toro, recebeu mais indicações no campo do cinema enquanto que a minissérie Big Little Lies foi a mais mencionada no
campo da televisão. Entre as indicações também houve controvérsia com o fato do
filme Corra!, um terror que trata
sobre o racismo e a dominação do corpo negro, ter sido indicado pela categoria
comédia sendo que o filme não chega perto de se encaixar no gênero. Confiram
abaixo a lista de indicados.
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Notícias
Doutor em Comunicação e Cultura Contemporânea, pesquisador da área de cinema, mas também adora games e quadrinhos.
quinta-feira, 7 de dezembro de 2017
Crítica - Your Name
O anime Your Name teve uma passagem relâmpago pelos cinemas
brasileiros. Uma pena, já que apesar de alguns problemas no terço final da
trama ele merecia ser mais visto pela sua trama de viagens no tempo e amor
juvenil. Agora que o filme já está disponível em serviços de streaming talvez o público finalmente
possa dar uma chance a ele.
A narrativa mostra dois jovens
que se conectam de uma maneira insólita. Taki é um adolescente que mora em
Tóquio e trabalha como garçom em um restaurante, Mitsuha é uma garota que mora
em uma pequena vila do interior do Japão e ajuda sua avó a fazer tecelagem. O
que une essas duas pessoas em lugares e tempos diferentes é o fato de que
ocasionalmente eles acordam nos corpos um do outro e precisam encontrar uma
maneira de fazer suas vidas funcionarem a despeito dessa ocorrência bizarra.
Assim, eles começam a deixar anotações um para o outro em seus celulares,
cadernos e nos seus corpos, para que o outro saiba o que precisam fazer. Os
dois também tentam descobrir qual a razão disso acontecer com eles. É
basicamente uma mistura de Sexta-Feira
Muito Louca (2003) com A Casa do Lago
(2006).
Doutor em Comunicação e Cultura Contemporânea, pesquisador da área de cinema, mas também adora games e quadrinhos.
quarta-feira, 6 de dezembro de 2017
Crítica - Lucky
Todos vamos morrer um dia,
sabemos disso, é inevitável. A questão é que apesar de termos consciência desse
fato, nunca pensamos muito à respeito. A morte sempre parece algo distante,
algo que acontece o tempo todo com os outros, mas não conosco. O que acontece
quando percebemos que nosso tempo no mundo pode estar chegando ao fim? Como
lidar com essa perspectiva? É sobre isso que este Lucky vai tratar ao acompanhar o cotidiano do aposentado Lucky
(Harry Dean Stanton), um homem de noventa anos que mora sozinho.
Um dia, o protagonista tem um
desmaio súbito em casa e vai ao hospital, seus exames revelam que não há
qualquer problema em sua saúde e que ele está em ótimo estado para alguém de
sua idade. De acordo com seu médico, é possível que seja apenas a idade e seu
corpo deixando de funcionar como deveria. Assim, Lucky é confrontado com sua
própria mortalidade e com a necessidade de buscar um sentido em seus últimos
dias de vida.
O filme repousa quase que
integralmente sobre os ombros de Harry Dean Stanton, sendo o último trabalho do
agora falecido ator. Praticamente todo o tempo em cena, Stanton é ótimo ao
fazer de Lucky um sujeito ranzinza e antiquado, mas sem deixar de ter uma certa
medida de simpatia e bom humor, vivendo em uma rotina extremamente repetitiva.
Conforme se depara com a possibilidade de fim, no entanto, é possível ver uma
tocante vulnerabilidade por baixo de sua superfície durona. Muitas vezes ele
chega a agir com agressividade simplesmente por não saber ou não querer lidar
com a possibilidade de morrer, como acontece na cena em que ele vê seu amigo
Howard (David Lynch) preparando seu testamento com um advogado (Ron
Livingston).
Doutor em Comunicação e Cultura Contemporânea, pesquisador da área de cinema, mas também adora games e quadrinhos.
terça-feira, 5 de dezembro de 2017
Crítica - Atlanta: 1ª Temporada
Atlanta é uma série esquisita. Na superfície parece ser mais uma
série sobre um jovem à deriva que procura seu lugar no mundo e tenta fazer
sucesso no disputado meio artístico, mas estruturalmente faz muitas escolhas
pouco usuais que nos dão uma constante sensação de estranhamento. A série, no
entanto, usa esse estranhamento a seu favor e é sua esquisitice que a faz se
destacar.
Na trama, Earnest "Earn" Marks (Donald Glover,
também roteirista e criador da série) é um jovem que largou a faculdade, está
sem dinheiro e sem ter onde morar, dormindo de favor na casa da namorada
Vanessa (Zazie Beets, que será a Domino em Deadpool
2), com quem tem uma filha. Ele vê uma oportunidade de mudar sua vida
quando seu primo Alfred (Brian Tyree Henry) começa uma carreira no rap sob o
nome de Paper Boi e se prontifica a trabalhar com ele como seu agente. Assim
Earn e Alfred tentam ascender no cenário do rap em Atlanta.
Boa parte do estranhamento se dá
pelo fato de uma grande maioria dos episódios começarem in media res (literalmente "no meio das coisas" em
latim), com os personagens já em meio a alguma ação cujo contexto não é dado ao
espectador. Essa escolha ajuda a nos desarmar de nossas expectativas, nos
deixando sem saber o que esperar ou sem ter noção do que virá a seguir e essa
falta de expectativa faz as ocorrências inesperadas e personagens insólitos que
surgem o tempo todo ainda mais divertidos.
Doutor em Comunicação e Cultura Contemporânea, pesquisador da área de cinema, mas também adora games e quadrinhos.
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