Musicais costumam abordar a
importância dos sonhos em nossa vida, usam o canto e dança para mostrar como a
arte pode inspirar, motivar e nos mover adiante. Este O Rei do Show, levemente inspirado na vida de P.T Barnum, supostamente
o primeiro milionário do ramo do entretenimento, segue à risca aquilo que se
espera dos musicais.
O filme acompanha P.T Barnum
(Hugh Jackman) desde suas origens humildes até o estrondoso sucesso de seu
circo e outros empreendimentos no show business.
É uma trama relativamente previsível e, como é típico nessas histórias sobre
fama e riqueza, eventualmente o sucesso sobe à cabeça de Barnum e ele fica à
beira de perder tudo que conquistou.
A narrativa traz um embate entre
a cultura popular e a cultura "erudita" ou "tradicional",
elemento presente desde o musicais seminais como O Cantor de Jazz (1927) a produtos mais recentes como Moulin Rouge (2001). Outro tema
constante ao longo da trama é a questão da aparência e do preconceito, já que o
circo de Barnum tem seu elenco formado por "aberrações" como uma
mulher barbada ou uma albina. A trama evidencia que a verdadeira aberração não
reside no aspecto físico, mas na falta de humanidade, na intolerância e ódio
aos diferentes, na vontade de humilhar e excluir aqueles que não atendam a
padrões de "normalidade". Nesse sentido, o filme quase funciona como
uma versão musical de Freaks (1932),
do Tod Browning, ou de American Horror Story Freak Show.