Este O Estrangeiro vem sendo divulgado como uma espécie de retorno em
grande estilo do ator Jackie Chan a produções ocidentais. De fato é o melhor
filme de Chan em muito tempo, mas não esperem aqui uma típica comédia de ação
já que a narrativa está mais para um thriller
político entremeado com uma história de vingança bem tradicional.
A trama adapta o romance The Chinaman de Stephen Leather e é
centrada em Quan (Jackie Chan), um pacato comerciante que há décadas vive no
Reino Unido. Quando a filha de Quan é morta em um atentado terrorista, ele
começa a procurar respostas sobrem que foi o responsável pela ação. A
investigação de Quan o leva ao político Liam (Pierce Brosnan), que no passado
fez parte de grupos extremistas irlandeses. Quan se convence de que Liam é
capaz de dar a ele os nomes dos envolvidos no atentado e passa a persegui-lo,
mas o político tem segredos que deseja manter ocultos e decide deter Quan.
O filme faz bom proveito de
Jackie Chan e Pierce Brosnan ao colocá-los em personagens que se distanciam da persona típica que eles apresentam em
cena. Ao invés de viver alguém otimista e alegre como na maioria de suas
participações em filmes ocidentais, Chan faz de Quan um sujeito marcado por
traumas, quieto e implacável. É um personagem mais sombrio que os tipos cômicos
que estamos acostumados a ver de Chan, mas o ator consegue convencer da dor e
raiva de seu personagem. Já Pierce Brosnan deixa de lado seu charme de James
Bond para interpretar um político corrupto e sem escrúpulos.