terça-feira, 9 de janeiro de 2018

Crítica - O Estrangeiro

Análise O Estrangeiro


Review O Estrangeiro
Este O Estrangeiro vem sendo divulgado como uma espécie de retorno em grande estilo do ator Jackie Chan a produções ocidentais. De fato é o melhor filme de Chan em muito tempo, mas não esperem aqui uma típica comédia de ação já que a narrativa está mais para um thriller político entremeado com uma história de vingança bem tradicional.

A trama adapta o romance The Chinaman de Stephen Leather e é centrada em Quan (Jackie Chan), um pacato comerciante que há décadas vive no Reino Unido. Quando a filha de Quan é morta em um atentado terrorista, ele começa a procurar respostas sobrem que foi o responsável pela ação. A investigação de Quan o leva ao político Liam (Pierce Brosnan), que no passado fez parte de grupos extremistas irlandeses. Quan se convence de que Liam é capaz de dar a ele os nomes dos envolvidos no atentado e passa a persegui-lo, mas o político tem segredos que deseja manter ocultos e decide deter Quan.

O filme faz bom proveito de Jackie Chan e Pierce Brosnan ao colocá-los em personagens que se distanciam da persona típica que eles apresentam em cena. Ao invés de viver alguém otimista e alegre como na maioria de suas participações em filmes ocidentais, Chan faz de Quan um sujeito marcado por traumas, quieto e implacável. É um personagem mais sombrio que os tipos cômicos que estamos acostumados a ver de Chan, mas o ator consegue convencer da dor e raiva de seu personagem. Já Pierce Brosnan deixa de lado seu charme de James Bond para interpretar um político corrupto e sem escrúpulos.

segunda-feira, 8 de janeiro de 2018

Crítica - O Destino de uma Nação

Análise O Destino de uma Nação


Review O Destino de uma Nação
Em Dunkirk (2017), o diretor Christopher Nolan mostrou como se deu a evacuação das tropas britânicas da costa da França durante a chamada "Operação Dínamo". Agora, neste O Destino de uma Nação, o diretor Joe Wright conta como foram tomadas as decisões políticas que levaram à evacuação e colocaram os britânicos como a principal nação europeia a se colocar contra o avanço nazista.

O filme é centrado na figura de Winston Churchill (Gary Oldman) e sua chegada ao cargo de primeiro-ministro da Grã-Bretanha, enfrentando resistência de diversas alas do parlamento que queriam uma tentativa de acordo de paz com os nazistas e também do próprio rei George VI (Ben Mendelsohn).

Com um excelente trabalho de maquiagem, o ator Gary Oldman desaparece no personagem de Winston Churchill, construindo com naturalidade seus maneirismos e sendo preciso no modo pragmático e senso de humor seco que tornaram o político famoso. Apesar de uma clara admiração pela figura de Churchill e senso ufanista, o filme não deixa de apresentar as falhas e problemas do personagem, evidenciando seu lado impulsivo e sua predileção por táticas arriscadas que poderiam colocar tudo a perder caso fracassassem. Ele também se mostra um sujeito tomado por dúvidas, consciente dos altos riscos que toma e do que seu fracasso pode impactar o país e o mundo.

Vencedores do Globo de Ouro 2018



A cerimônia de entrega dos Globos de Ouro aconteceu ontem, 07 de janeiro, apresentada pelo comediante Seth Meyers. A premiação sagrou como seus principais vencedores o filme Três Anúncios para um Crime e a série Big Little Lies com cada um levando quatro prêmios. Confiram aqui a lista de indicados com os vencedores de cada categoria destacados em negrito. 

domingo, 7 de janeiro de 2018

Crítica - Viva: A Vida é uma Festa



Quando vi as primeiras imagens deste Viva: A Vida é uma Festa, temi que ele acabasse sendo uma repetição do longa animado Festa no Céu (2014) pelo fato de ambos explorarem a cultura mexicana e o modo vívido e colorido com o qual o mundo dos mortos é concebido. Apesar de inevitáveis similaridades estéticas, esta nova animação da Pixar consegue se sustentar muito bem com as próprias pernas e entrega um resultado emocionante.

A narrativa é focada em Miguel (Anthony Gonzalez), um garoto que sonha em ser músico à despeito de sua família detestar música e desejarem que ele seja um sapateiro como o resto de seus parentes. O garoto, no entanto, parece determinado a se tornar um músico e decide se inscrever em um show de talentos durante o feriado do Dia dos Mortos. Sem um violão, ele acaba roubando um da tumba do famoso músico Ernesto de la Cruz (Benjamin Bratt), mas o ato o faz ser transportado para o mundo dos mortos. Para voltar ao mundo dos vivos ele precisará encontrar seus parentes falecidos que ali habitam e se reconectar com eles.

quinta-feira, 4 de janeiro de 2018

Reflexões Boêmias: Melhores Filmes de 2017

Top Filmes 2017


Com a chegada de um novo ano, é sempre importante fazer um balanço do que passou e por isso resolvemos lembrar dos filmes que mais gostamos ao longo de 2017. Para a presente lista foram considerados os filmes lançados no Brasil em circuito comercial, nos cinemas ou direto para vídeo, ao longo do ano.

quarta-feira, 3 de janeiro de 2018

Crítica - 120 Batimentos por Minuto

Análise 120 Batimentos por Minuto


Review 120 Batimentos por Minuto
Quem é mais jovem provavelmente não lembra da onda de medo e falta de informação que acompanhou o estouro da epidemia de AIDS no final dos anos 80 e boa parte dos 90. Na época não se sabia exatamente como combater a doença ou como ela se disseminava, com muitos equivocadamente considerando que o vírus apenas afetava a população gay ou se disseminava apenas através do sexo homossexual. Tendo ou não vivenciado esta época, o filme francês 120 Batimentos por Minuto funciona como um retrato contundente do período.

A trama acompanha um grupo de ativistas LGBT que se intitulam como Act Up!, juntos eles organizam ações para tentar conscientizar a população a respeito dos métodos de prevenção à AIDS, incluindo o uso de camisinha, assim como organizam protestos contra órgãos do governo que demoram a tomar medidas para combater o avanço da doença e contra as indústrias farmacêuticas que demoram a tornar públicos seus estudos em relação ao vírus.

terça-feira, 2 de janeiro de 2018

Crítica - Jumanji: Bem-vindo à Selva

Análise Jumanji: Bem-vindo à Selva


Review Jumanji: Bem-vindo à Selva
Eu não esperava muita coisa desse Jumanji: Bem Vindo à Selva, parecia mais uma daquelas continuações tardias feitas somente para lucrar em cima de uma "marca" conhecida sem ter muito a oferecer. O resultado, porém, acaba sendo divertido, ainda que descartável.

A trama começa quando quatro adolescentes que ficaram de castigo na escola encontram um antigo videogame intitulado Jumanji e decidem jogar para passar o tempo. Assim que escolhem seus personagens são sugados para dentro do jogo e assumem as formas de seus avatares, que acabam sendo o oposto de suas personalidades. O garoto nerd se transforma em um aventureiro fortão (Dwayne "The Rock" Johnson), o atleta grandão se transforma no pequeno carregador e armas e especialista em animais (Kevin Hart), a patricinha fútil se torna um cientista rechonchudo (Jack Black) e a menina tímida vira uma guerreira com pouca roupa (Karen Gillan).

sábado, 30 de dezembro de 2017

Crítica - Black Mirror: Quarta Temporada

Análise Black Mirror: Quarta Temporada


Resenha Black Mirror: Quarta Temporada
Muito se fala sobre o olhar crítico que a série Black Mirror traz para a relação entre a humanidade e a tecnologia, mas boa parte dessas discussões deixa de lado uma faceta bem importante da série de antologia. Black Mirror é também centrada e sustentada pelos seus complexos e cuidadosos estudos de personagem, usando a tecnologia como uma projeção da consciência humana. Um meio através do qual as inseguranças, vícios, anseios e demandas do ser humano ficam ainda mais evidentes. Afinal, se enquanto humanos somos incompletos e cheios de contradições, é justo que boa parte daquilo que produzimos, incluindo a tecnologia, seja um espelhamento por vezes sombrios de atributos nossos que preferimos tentar esquecer. Essa quarta temporada de Black Mirror continua sua investigação sobre a conduta humana e, em geral, continua bastante consistente ainda que alguns episódios deixem a desejar.

Os episódios


quarta-feira, 27 de dezembro de 2017

Reflexões Boêmias: Piores filmes de 2017

2017 worst of 2017


Quando todo ano acaba chega a hora de fazer um balanço de tudo que aconteceu e isso não é diferente com filmes. É aquele momento de ponderar sobre tudo que assistimos ao longo do ano e pensarmos naquilo que 2017 teve de pior e melhor a oferecer. Como prefiro dar más notícias primeiro, então começo meu balanço do ano com os piores filmes que assisti ao longo do ano. A lista a seguir leva em conta os filmes lançados comercialmente no Brasil, em cinema ou direto para vídeo, em 2017.

terça-feira, 26 de dezembro de 2017

Crítica - A Origem do Dragão

Análise A Origem do Dragão


Review A Origem do Dragão
Em 1964 o astro das artes marciais Bruce Lee enfrentou o monge shaolin Wong Jack Man em uma luta privada testemunhada apenas por um punhado de pessoas. Os relatos sobre quem venceu o embate divergem bastante e os dois lutadores apresentavam sua própria versão dos resultados. É uma história interessante que sem dúvida poderia render um ótimo filme, mas A Origem do Dragão não é esse filme.

Se baseando na célebre luta, o filme começa com a chegada de Wong Jack Man (Yu Xia) na cidade de São Francisco. Bruce Lee (Philip Ng) recebe a notícia da chegada do monge à sua cidade como uma ameaça a tudo que construiu, crendo que os shaolin querem puni-lo por ensinar kung fu aos brancos. Um aluno de Lee, Steve McKee (Billy Magnussen) acaba se aproximando de Wong e coloca os dois mestres em um caminho de conflito.

Yu Xia e Philip Ng fazem o melhor que podem como Wong e Lee, sendo mais que eficientes nos aspectos físicos dos personagens e na linguagem corporal do modo como eles lutam, no entanto são limitados por um texto raso que faz uma representação bastante unidimensional dos dois artistas marciais. Wong é um monge humilde preocupado em preservar a essência do kung fu enquanto Lee é um sujeito preocupado com fama e sucesso. Por mais que Lee fosse de fato um sujeito superconfiante e até mesmo arrogante, o texto pesa tanto a mão nesse aspecto do personagem, deixando quase que de lado seu carisma e magnetismo pessoal, que durante boa parte do filme chega a ser difícil se importar com Lee por conta de seu egocentrismo.