segunda-feira, 22 de janeiro de 2018

Crítica - The Post: A Guerra Secreta

Resenha The Post: A Guerra Secreta


Análise The Post: A Guerra Secreta
A expressão alemã zeitgeist é comumente traduzida como "espírito do tempo" ou "sinal do tempos" e muitas vezes é usado para se referir ao contexto cultural/ideológico no mundo durante um determinado período de tempo. Hollywood costuma capitalizar o zeitgeist em seus filmes, seja para obter sucesso financeiro, seja para chamar a atenção das instâncias de premiação por sua pertinência aos temas do momento. Este The Post: A Guerra Secreta, dirigido por Steven Spielberg, parece calculado para faturar indicações ao Oscar ao trazer à baila temas como o machismo no ambiente de trabalho e a importância do jornalismo em enfrentar um governo desonesto (uma discussão que ganhou força desde a eleição de Donald Trump e suas acusações de conluio com os russos).

Quando falo em calculado não estou necessariamente usando o termo com uma conotação pejorativa. Toda arte é, de alguma maneira, pensada e calculada para dialogar com o espectador e em algum nível provocar um efeito específico sobre ele. Diretores como Alfred Hitchock ou Stanley Kubrick são laureados constantemente pelo modo como cada enquadramento, movimento de câmera ou corte de montagem é calculado ao seu mínimo detalhe. Assim sendo, a questão é menos se algo é calculado para ser de uma determinada maneira e mais se o filme funciona ou não. The Post: A Guerra Secreta, a despeito de seu claro oportunismo, funciona em suscitar as discussões que propõe.

Conheçam os indicados ao Framboesa de Ouro 2018




O Framboesa de Ouro, premiação que "celebra" os piores filmes do ano, divulgou hoje seus indicados. Entre os principais indicados estão Emoji: O Filme, Transformers: O Último Cavaleiro e Cinquenta Tons Mais Escuros. A cerimônia de entrega ocorrerá no dia 03 de março, um dia antes da entrega do Oscar. Confiram aqui toda a lista de indicados e contem pra gente quais filmes vocês acham que mereciam uma indicação.

quinta-feira, 18 de janeiro de 2018

Crítica - Street Fighter V: Arcade Edition

Resenha Street Fighter V: Arcade Edition


Análise Street Fighter V: Arcade Edition
Quando foi lançado em 2016, Street Fighter V mais parecia um beta de luxo ou uma versão early access de algo que ainda seria lançado. Mesmo relevando os problemas técnicos da queda de servidores e dificuldade de encontrar partidas online, o jogo tinha pouquíssimo conteúdo. Aos poucos a Capcom foi adicionando material ao jogo, como um modo história mais completo, melhorias no multiplayer online e mais personagens e estágios, mas ainda parecia que alguma coisa faltava. Felizmente a desenvolvedora resolveu dar um polimento geral e adicionar ainda mais conteúdo com este Street Fighter V: Arcade Edition, que acrescenta novos modos e novos elementos de jogabilidade. É importante frisar que se você já tem o jogo, a Arcade Edition é completamente gratuita, bastando atualizar o game. Se você não tem, comprar a Arcade Edition não apenas dá direito a todo conteúdo do jogo base e da nova edição como também recebe os conteúdo dos dois primeiros passes de personagem (mas não o terceiro).

A principal nova adição é o modo Arcade, pedido desde o lançamento do jogo. Aqui o modo apresenta diferentes "caminhos" cada um inspirado em uma era diferente de Street Fighter. Um é inspirado no primeiro jogo, outro no clássico Street Fighter II, na série Alpha e assim por diante. Em cada um há um número determinado de batalhas e um final diferente para cada personagem, além de ocasionais fases de bônus. Se antes havia pouco conteúdo single player, o modo Arcade oferece horas de combates. Ao fim de cada luta o jogo dá a opção de escolher entre dois oponentes diferentes, às vezes com diferenças na dificuldade entre eles. 

quarta-feira, 17 de janeiro de 2018

Crítica - Me Chame Pelo Seu Nome

Análise Me Chame Pelo Seu Nome


Review Me Chame Pelo Seu Nome
Dirigido pelo cineasta italiano Luca Guadagnino, Me Chame Pelo Seu Nome é um exame sobre o período formativo de um jovem rapaz conforme ele descobre sua sexualidade e seu primeiro amor. O jovem em questão é Elio (Timothée Chalamet), que vai passar o verão na exuberante propriedade dos pais no norte da Itália. O pai de Elio, o Sr. Perlman (Michael Stuhlbarg), é um renomado acadêmico que costuma alugar um quarto em sua propriedade para algum colega de universidade. O escolhido da vez é Oliver (Armie Hammer), um jovem e promissor acadêmico.

Oliver chama a atenção de Elio desde sua chegada à propriedade, mas o próprio Elio não sabe exatamente o porquê de estar tão fascinado por Oliver ou qual a natureza do sentimento que começa a nutrir por ele. O filme acerta ao contar a história sob o ponto de vista de Elio, mostrando como boa parte da iniciativa para se aproximar de Oliver e concretizar o que sentem parte dele. O romance entre os dois é construído com muita sensibilidade e cuidado, deixando claro que há um sentimento forte conectando os dois e não é algo motivado meramente por sexo, sendo possível entender o que os atrai um no outro.

terça-feira, 16 de janeiro de 2018

Crítica - Sobrenatural: A Última Chave

Resenha Sobrenatural: A Última Chave


Análise Sobrenatural: A Última Chave
Centrado no passado da personagem Elise Rainier (Lyn Shaye), este Sobrenatural: A Última Chave tinha a promessa de aprofundar uma figura recorrente nos três filmes anteriores ao colocá-la para enfrentar a entidade que destruiu sua família. Como Elise sempre foi uma personagem interessante, fiquei curioso por saber mais sobre seu passado.

A trama começa na infância de Elise, com a jovem garota começando a demonstrar seus poderes mediúnicos assustando tanto o pai quanto o irmão. Ela começa a ver uma sinistra figura com dedos em formato de chave vagando pela casa e quando cede às ordens da entidade e abre uma porta em sua casa, a criatura se apodera de Elise e mata a mãe dela. Anos depois, já trabalhando como investigadora paranormal, ela recebe um pedido de ajuda do homem que mora em sua antiga casa e que está vendo a mesma criatura. Assim, Elise parte com seus ajudantes para sua cidade natal e enfrentar a criatura que a assombra desde a infância.

A maior parte das tentativas do filme de assustar o público vem de sustos súbitos bastante previsíveis. Toda vez que a câmera fica muito tempo parada, demora de cortar para outro plano ou cena e tudo fica muito silencioso, é certo que algo vai subitamente pular na tela fazendo um barulho enorme. Como é tão fácil identificar os sustos antes de acontecerem, raramente funcionam.

sexta-feira, 12 de janeiro de 2018

Crítica - Battle Chasers: Nightwar

Análise Battle Chasers: Nightwar


Review Battle Chasers: NightwarEu não conhecia nada dos quadrinhos de Battle Chasers, criados por Joe Madureira, quando me aproximei deste Battle Chasers: Nightwar. O que me atraiu para o jogo era o modo como ele prestava homenagem a antigos RPGs japoneses com batalhas por turnos e também seu estilo visual que remetia a animes de fantasia como Slayers e Records of Lodoss War.

A trama é bem típica desse tipo de narrativa fantástica com um grupo de heróis perseguindo um ser mágico poderoso que pode colocar o mundo inteiro em risco. Perto do fim até apresenta algumas reviravoltas interessantes, mas não chega a envolver como deveria. Isso acontece provavelmente pelo pouco desenvolvimento dos personagens principais. Ao dormir em estalagens o jogador presencia alguns diálogos entre eles que ajudam a compreender como aquele grupo se relaciona. São protagonistas carismáticos, mas nunca conseguem ir além dos clichês. Além disso, a trama também não consegue construir nenhuma motivação, investimento pessoal ou aprendizado significativo para os personagens ao curso missão na qual estão engajados. Eles tentam salvar o mundo porque sim e pronto.

quarta-feira, 10 de janeiro de 2018

Crítica - Dirk Gently's Holistic Detective Agency: Segunda Temporada

Análise Dirk Gently's Holistic Detective Agency: Segunda Temporada


Review Dirk Gently's Holistic Detective Agency: Segunda Temporada
A primeira temporada de Dirk Gently's Holistic Detective Agency me surpreendeu com o quanto conseguia ser fiel ao espírito aloprado e nonsense dos livros homônimos de Douglas Adams e sua habilidade de tecer uma trama investigativa no qual nada parecia se conectar de acordo com alguma lógica causal. Essa segunda temporada (e última, já que a série foi cancelada) tenta manter o mesmo clima de absurdo, mas não se sai tão bem quanto a temporada de estreia.

A trama começa mais ou menos no ponto em que a primeira temporada encerrou. Dirk (Samuel Barnett) foi capturado pela CIA, enquanto Todd (Elijah Wood) e Farah (Jade Eshete) cruzam o país em busca de pistas sobre o paradeiro dele. O trio inadvertidamente acaba encontrando um novo caso para investigar quando habitantes do reino mágico de Wendimoor chegam ao nosso mundo. Eles falam de uma profecia na qual Dirk Gently salvará Wendimoor do poderoso e maligno Mago (John Hannah) ao encontrar o "garoto escolhido". Assim, Dirk e os demais começam uma corrida contra o tempo para encontrar o garoto e desvendar outras ocorrências bizarras que encontram pelo caminho.

terça-feira, 9 de janeiro de 2018

Crítica - O Estrangeiro

Análise O Estrangeiro


Review O Estrangeiro
Este O Estrangeiro vem sendo divulgado como uma espécie de retorno em grande estilo do ator Jackie Chan a produções ocidentais. De fato é o melhor filme de Chan em muito tempo, mas não esperem aqui uma típica comédia de ação já que a narrativa está mais para um thriller político entremeado com uma história de vingança bem tradicional.

A trama adapta o romance The Chinaman de Stephen Leather e é centrada em Quan (Jackie Chan), um pacato comerciante que há décadas vive no Reino Unido. Quando a filha de Quan é morta em um atentado terrorista, ele começa a procurar respostas sobrem que foi o responsável pela ação. A investigação de Quan o leva ao político Liam (Pierce Brosnan), que no passado fez parte de grupos extremistas irlandeses. Quan se convence de que Liam é capaz de dar a ele os nomes dos envolvidos no atentado e passa a persegui-lo, mas o político tem segredos que deseja manter ocultos e decide deter Quan.

O filme faz bom proveito de Jackie Chan e Pierce Brosnan ao colocá-los em personagens que se distanciam da persona típica que eles apresentam em cena. Ao invés de viver alguém otimista e alegre como na maioria de suas participações em filmes ocidentais, Chan faz de Quan um sujeito marcado por traumas, quieto e implacável. É um personagem mais sombrio que os tipos cômicos que estamos acostumados a ver de Chan, mas o ator consegue convencer da dor e raiva de seu personagem. Já Pierce Brosnan deixa de lado seu charme de James Bond para interpretar um político corrupto e sem escrúpulos.

segunda-feira, 8 de janeiro de 2018

Crítica - O Destino de uma Nação

Análise O Destino de uma Nação


Review O Destino de uma Nação
Em Dunkirk (2017), o diretor Christopher Nolan mostrou como se deu a evacuação das tropas britânicas da costa da França durante a chamada "Operação Dínamo". Agora, neste O Destino de uma Nação, o diretor Joe Wright conta como foram tomadas as decisões políticas que levaram à evacuação e colocaram os britânicos como a principal nação europeia a se colocar contra o avanço nazista.

O filme é centrado na figura de Winston Churchill (Gary Oldman) e sua chegada ao cargo de primeiro-ministro da Grã-Bretanha, enfrentando resistência de diversas alas do parlamento que queriam uma tentativa de acordo de paz com os nazistas e também do próprio rei George VI (Ben Mendelsohn).

Com um excelente trabalho de maquiagem, o ator Gary Oldman desaparece no personagem de Winston Churchill, construindo com naturalidade seus maneirismos e sendo preciso no modo pragmático e senso de humor seco que tornaram o político famoso. Apesar de uma clara admiração pela figura de Churchill e senso ufanista, o filme não deixa de apresentar as falhas e problemas do personagem, evidenciando seu lado impulsivo e sua predileção por táticas arriscadas que poderiam colocar tudo a perder caso fracassassem. Ele também se mostra um sujeito tomado por dúvidas, consciente dos altos riscos que toma e do que seu fracasso pode impactar o país e o mundo.

Vencedores do Globo de Ouro 2018



A cerimônia de entrega dos Globos de Ouro aconteceu ontem, 07 de janeiro, apresentada pelo comediante Seth Meyers. A premiação sagrou como seus principais vencedores o filme Três Anúncios para um Crime e a série Big Little Lies com cada um levando quatro prêmios. Confiram aqui a lista de indicados com os vencedores de cada categoria destacados em negrito.