Eu me interessei por Iconoclasts desde que vi as primeiras
informações sobre o jogo. Ele se vendia como um jogo de aventura estilo Metroid e estética 16 bits, mas o
resultado final não é uma mera reciclagem de elementos familiares que necessita
de nostalgia para funcionar. Iconoclasts
é um afiado game que combina aventura, puzzles
e combate com uma narrativa muito mais interessante do que se espera de um jogo
assim e uma bela estética de pixel art
que enche o mundo de personalidade. Um feito impressionante considerando que o
desenvolver Joakim Sandberg fez o jogo inteiro sozinho ao longo de dez anos.
A trama se passa em um universo
governado por uma ditadura teocrática na qual o governo determina a ocupação de
cada pessoa. A protagonista é Robin, uma garota que quer ser mecânica, mas isso
a coloca em rota de colisão com o regime, já que tecnologia é considerada algo
sagrado e a profissão é altamente regulada. Essa premissa tradicional de uma
jovem contra um império cruel é usada para criar personagens bem interessantes,
cada um com seu próprio arco dramático abordando os traumas e inadequações de
viver sobre um regime repressor. Ao longo do avanço da trama há um senso real
de crescimento nesses personagens conforme os eventos vivenciados os afetam e
eles se desenvolvem de modo bastante crível. Além disso há também espaço para
humor e a presença de figuras excêntricas que rendem momentos bem divertidos em
virtude dos diálogos sagazes, ajudando a conferir certa leveza e evitando que
tudo se torne sisudo demais.