Em Força Maior (2014) o diretor sueco Ruben Östlund abordava com bom
humor e tom satírico o quanto é frágil o contrato social de cooperação e
civilidade ao abordar uma crise familiar iniciada durante uma avalanche de
neve. Neste The Square: A Arte da
Discórdia o cineasta visa abordar os mesmos temas, mas ampliando o escopo
do núcleo familiar para toda a sociedade, mostrando as pequenas hipocrisias do
cotidiano e criando uma bola de neve no qual esses momentos aparentemente
inofensivos de egoísmo e falta de empatia vão erodindo o tecido social.
A trama é centrada em Christian
(Claes Bang), o diretor de um museu que está prestes a inaugurar uma nova
exposição que aborda o tema da tolerância e empatia. Um dia, no caminho para o
trabalho, ele é assaltado, tendo o celular e a carteira levados. Ele consegue
encontrar a localização do seu telefone usando o GPS do aparelho, rastreando-o
até o um grande prédio. Sem saber quem no prédio está com o celular, ele decide
escrever uma carta para o ladrão e coloca cópias na caixa de correio de cada
apartamento. Logicamente esse pequeno ato de revanchismo vai causar uma série
de problemas ao personagem.