Nossa sessão de análises mais
breves irá tratar hoje de dois filmes que chegaram ao Brasil pela Netflix. Mudo é uma produção original do serviço
de streaming, enquanto que Breaking Through é uma produção de 2015
que foi lançada por aqui direto para vídeo e streaming.
sábado, 24 de fevereiro de 2018
Drops - Mudo e Breaking Through: No Ritmo do Coração
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Drops,
Ficção Científica,
Musical
Doutor em Comunicação e Cultura Contemporânea, pesquisador da área de cinema, mas também adora games e quadrinhos.
sexta-feira, 23 de fevereiro de 2018
Crítica - Riverdale: Primeira Temporada
Os quadrinhos do Archie sempre
tiveram uma clima de aventura juvenil ingênua e colorida. A ideia de adaptar
esse universo para uma série na qual os personagens estariam envolvidos na
investigação de um assassinato e a idílica cidade seria um local cheio de
segredos e corrupção, parecia mais uma estratégia comercial de seguir a atual
tendência de criar versões "sombrias e sisudas" de qualquer coisa.
Felizmente, porém, essa primeira temporada de Riverdale tem algo a dizer sobre esse universo e personagens além
de meramente observá-los sob um prisma mais sério e é graças a isso que a série
funciona.
A trama começa quando o
assassinato do estudante Jason Blossom (Trevor Stines) choca toda a cidade de
Riverdale. O jovem Archie (KJ Apa) ouviu um tiro ser disparado próximo ao local
em que Jason foi visto pela última vez, mas teme ir à polícia porque ele estava
acompanhado de sua professora, Geraldine Grundy (Sarah Habel), com quem tem um
romance secreto. Simultaneamente, a vizinha de Archie, Betty Cooper (Lili
Reinhart), e o melhor amigo dele, Jughead (Cole Sprouse), decidem investigar o
crime para o jornal da escola. Ao curso da investigação o grupo descobrirá que
muitos habitantes da aparentemente pacata Riverdale escondem terríveis
segredos.
Doutor em Comunicação e Cultura Contemporânea, pesquisador da área de cinema, mas também adora games e quadrinhos.
quarta-feira, 21 de fevereiro de 2018
Crítica - A Grande Jogada
O roteirista Aaron Sorkin
construiu uma reputação para si com seus textos que privilegiam os diálogos rápidos
e constroem intensos embates verbais entre seus personagens tal como em A Rede Social (2010) e Steve Jobs (2015). Seu estilo de escrita
é tão singular que muitas vezes se impõem sobre o estilo dos cineastas que
dirigem os filmes feitos a partir dos seus roteiros (como o caso de Steve Jobs), então quando ele anunciou
que faria sua estreia como diretor neste A
Grande Jogada, havia grande expectativa para conferir o que alguém com uma
visão tão particular seria capaz de fazer no comando de uma produção.
A trama é baseada na história
real de Molly Bloom (Jessica Chastain), uma ex-esquiadora e estudante de
direito que passa a trabalhar organizando partidas de pôquer para celebridades
e empresários ricos. Com o tempo, Molly acaba se envolvendo com drogas e chama
a atenção de membros da máfia, complicando as coisas para o seu trabalho.
A narrativa alterna
constantemente entre o passado e o presente, com a narração rápida de Molly
unindo os dois tempos. A velocidade das falas e das mudanças de temporalidade
poderiam se tornar algo confuso, mas Sorkin conduz tudo com bastante fluidez,
conseguindo tornar compreensível o rápido processo mental de Molly, bem como os
termos e situações específicas do pôquer competitivo de modo natural e sem soar
forçadamente expositivo.
Doutor em Comunicação e Cultura Contemporânea, pesquisador da área de cinema, mas também adora games e quadrinhos.
terça-feira, 20 de fevereiro de 2018
Crítica - Trama Fantasma
Uma paixão é algo que mexe
conosco, torna difícil simplesmente fazermos as mesmas coisas de sempre, muda o
modo como encaramos a vida. Um relacionamento exige comprometimento, exige que
as duas partes saiam de sua zona de conforto, que cedam espaço para a outra
poder entrar em suas vidas. De certa maneira é isso que está no cerne deste Trama Fantasma, novo filme do diretor
Paul Thomas Anderson, mas este não é um filme exatamente romântico. Ele leva
essas premissas ao extremo, praticamente enveredando para o terreno do suspense
quando as disputas entre o casal protagonista se tornam cada vez mais doentias.
A narrativa se passa na
Inglaterra da década de 50. Reynolds Woodcock (Daniel Day-Lewis) é um célebre
estilista que costura vestidos para boa parte da alta sociedade e realeza
europeia. Ele vive sob uma estrita rotina, concentrando toda a sua energia no
desenho e na costura, enquanto sua irmã, Cyrill (Lesley Manville), cuida com
rigidez para que ninguém interfira no trabalho de Woodcock. A rotina aparentemente
perfeita dos dois irmãos é ameaçada quando ele conhece a jovem Alma (Vicky
Krieps), se encantando por ela e transformando-a em sua musa. Alma passa a
morar com os dois irmãos e conforme ela tenta conquistar Woodcock, as tensões
entre ela, Cyrill e o próprio estilista vão aumentando.
Doutor em Comunicação e Cultura Contemporânea, pesquisador da área de cinema, mas também adora games e quadrinhos.
segunda-feira, 19 de fevereiro de 2018
Crítica - Pequena Grande Vida
Pequena Grande Vida parece ter muito a dizer sobre os problemas de
nossa sociedade e do mundo, mas conforme o diretor Alexander Payne aumenta os
problemas de seu diminuto protagonista, o longa-metragem paradoxalmente parece ter
cada vez menos a dizer. No universo do filme existe uma tecnologia de
encolhimento e muitas pessoas se submetem ao processo porque isso reduz o
impacto do consumo humano no meio ambiente e também porque faz seu dinheiro
"valer mais", afinal uma pessoa de dez centímetros come menos, gasta
menos energia e produz menos lixo.
O protagonista, Paul Safranek
(Matt Damon), é uma dessas pessoas que quer se encolher para poder viver uma
vida de luxo sem se preocupar com trabalhar. O problema é que sua esposa desiste
do procedimento no último momento e pede o divórcio, deixando Paul sem nada.
Agora ele precisa trabalhar em um péssimo emprego de telemarketing em sua comunidade diminuta para poder se sustentar,
basicamente retornando ao mesmo estilo de vida que queria fugir.
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Drama,
Ficção Científica
Doutor em Comunicação e Cultura Contemporânea, pesquisador da área de cinema, mas também adora games e quadrinhos.
domingo, 18 de fevereiro de 2018
Crítica - Star Trek Discovery: 1ª Temporada
Apesar de ter assistido todos os
filmes de Star Trek (desde os com a tripulação clássica, passando pelos da Nova
Geração e o recente reboot), nunca
assisti nenhuma das séries da famosa franquia. No entanto, fiquei bastante curioso com essa
primeira temporada de Star Trek Discovery, já que ela se passaria cerca de dez anos antes da série clássica e abordaria a
guerra entre a Federação contra os klingons.
A trama acompanha a tripulação da
USS Discovery, uma das naves mais bem equipadas para lidar com a ameaça dos
klingons. No centro de tudo está a especialista Michael Burnham (Sonequa
Martin-Green), a primeira oficial da Frota Estelar a ser condenada por crimes
de motim. Burnham é requisitada para a Discovery pelo capitão Gabriel Lorca
(Jason Isaacs), um oficial cuja mente militarista destoa da racionalidade
conciliatória da Federação, mas o torna um líder ideal para um período de
guerra.
O cenário de guerra parece
indicar algo focado em ação, mas a série se mantém fiel ao espírito dos
trabalhos originais de Gene Roddenberry celebrando a pluralidade, a tolerância,
o espírito de cooperação e o uso da inteligência (e não da força) para resolver
problemas. A guerra é usada como metáfora para o isolacionismo, intolerância e
racismo. Os klingons visam destruir a Federação por verem a integração entre
diferentes espécies como uma ameaça à "pureza" de sua raça e de seus
costumes, crendo que se manter isolado do resto da galáxia e impor seus valores
à força é a melhor de avançar a sua sociedade.
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Séries
Doutor em Comunicação e Cultura Contemporânea, pesquisador da área de cinema, mas também adora games e quadrinhos.
Crítica - Cinquenta Tons de Liberdade
Nenhum filme me fez rir mais em
2017 do que Cinquenta Tons Mais Escuros.
Não que ele fosse exatamente bom, mas era tão tosco, exagerado e sem sentido
que se tornava hilário. Diante disso, me aproximei deste Cinquenta Tons de Liberdade esperando que ele ao menos conseguisse alcançar o
mesmo patamar de humor involuntário que faria a experiência ser minimamente
divertida, mas nem isso ele consegue.
A trama já começa com o casamento
de Anastasia (Dakota Johnson) e Christian Grey (Jamie Dornan) e os segue em sua
lua de mel até que a vida de luxo do casal é interrompida pelo retorno de Hyde
(Eric Johnson), que quer se vingar dos dois, e, bem, não há muito mais conteúdo para
preencher 100 minutos sem parecer vazio e arrastado. Em algum momento Anastasia
também descobre que está grávida, mas o conflito vindo disso é facilmente
resolvido.
A primeira coisa que incomoda é o
fato de Hyde, um sujeito que até ontem era apenas um editor de livros, se torna
um supercriminoso capaz de sequestro, sabotagem corporativa, hackear
dispositivos de segurança e entrar em qualquer lugar sem ser detectado.
Imaginei que em algum momento o filme explicaria que o personagem teve um
passado criminoso e que seu emprego de editor se deu pelo uso de uma identidade
falsa, mas não, ele era só um editor de livros formado em uma boa universidade sem
nenhum histórico de experiência como criminoso, ainda que sempre tenha sido mau
caráter.
Doutor em Comunicação e Cultura Contemporânea, pesquisador da área de cinema, mas também adora games e quadrinhos.
sábado, 17 de fevereiro de 2018
Crítica - Pantera Negra
Ultimamente eu vinha sentindo que
a Marvel vinha se acomodando em repetir sua fórmula de humor e aventura sem
muito esforço, resultando em filmes que, embora não fossem necessariamente
ruins, também não eram exatamente memoráveis, arriscavam pouco e não faziam jus
ao potencial de seus personagens ou suas histórias. Este Pantera Negra não sofre desses problemas, não se contenta em apenas
reproduzir o "padrão Marvel" e o resultado é o melhor filme solo de
um personagem do estúdio desde Capitão América: O Soldado Invernal (2014).
A trama começa depois dos eventos
de Capitão América: Guerra Civil (2016),
com T'Challa (Chadwick Boseman) tendo que assumir o trono da tecnológica nação
de Wakanda depois da morte de seu pai. Em seu novo papel de rei, T'Challa
precisa decidir que rumo dar ao seu país, se usará seus vastos recursos para
ajudar o mundo, ou se continuará como um país isolado para se proteger. Além do
peso de decisões morais a serem tomadas, T'Challa também enfrenta o retorno de
erros do passado, em especial a ameaça dos vilões Ulysses Klaue (Andy Serkis) e
Erik Killmonger (Michael B. Jordan).
Doutor em Comunicação e Cultura Contemporânea, pesquisador da área de cinema, mas também adora games e quadrinhos.
sexta-feira, 16 de fevereiro de 2018
Crítica - Três Anúncios Para um Crime
Em seus filmes, o diretor
britânico Martin McDonagh costuma usar humor e niilismo para criticar a
obsessão do cinema hollywoodiano (e da sociedade dos EUA) com violência, armas
de fogo e noção de que é possível resolver tudo à força. Nas suas narrativas a
violência não costuma ser a solução e cria mais problemas para quem a utiliza
como ferramenta. Na Mira do Chefe (2008)
abordava essas ideias a partir de uma trama sobre matadores de aluguel,
enquanto que Sete Psicopatas e um Shih
Tzu (2012) tratava isso ao falar da adoração de Hollywood por gângsteres e
psicopatas. Agora, neste Três Anúncios
Para um Crime, o cineasta se debruça sobre a figura do
"justiceiro" urbano, que recorre à violência para combater injustiças
e impunidade.
A narrativa começa quando Mildred
(Frances McDormand) coloca três outdoors
na estrada que leva à sua cidade. Os anúncios cobram da polícia local uma
solução para o estupro seguido de assassinato da filha de Mildred, ocorrido
meses atrás e que segue em aberto. Essa ação agressiva por parte de Mildred
desperta reações extremas em sua cidade. O chefe de polícia Willoughby (Woody
Harrelson), que está com câncer terminal, tenta resolver a questão
pacificamente, explicando a Mildred as dificuldades do caso. Outros policiais,
por outro lado, não estão dispostos a deixar incólume o que eles pensam ser uma
afronta ao departamento, em especial o truculento policial Dixon (Sam
Rockwell). Isso começa uma guerra de atrito entre Mildred e Dixon, conforme
cada um deles age de modo ainda mais agressivo para tentar fazer valer seu
ponto de vista.
Doutor em Comunicação e Cultura Contemporânea, pesquisador da área de cinema, mas também adora games e quadrinhos.
quinta-feira, 15 de fevereiro de 2018
Crítica - Mudbound: Lágrimas Sobre o Mississipi
Se nós somos, de alguma maneira,
o produto do ambiente em que vivemos, que tipo de pessoa seriam aqueles que
viviam no enlameado delta do Rio Mississipi nos Estados Unidos dos anos 40?
Como a vida em um ambiente tão hostil e tão difícil de cultivar agiria sob a
psique daquelas pessoas ou ressaltaria tensões sociais e raciais? Este Mudbound: Lágrimas Sobre Mississipi tenta
responder justamente essas perguntas.
A trama começa quando Henry
(Jason Clarke) compra uma fazenda no Mississipi. Chegando lá, ele e sua família
descobrem que a casa em que deveriam morar tinha sido vendida a outra pessoa e
acabam indo morar em uma casa improvisada na própria fazenda, muito a
contragosto de sua esposa, Laura (Carey Mulligan). Henry contrata Hap (Rob
Morgan) para trabalhar em sua fazenda. Tanto Hap quanto Henry tem familiares
que estão combatendo na Segunda Guerra Mundial: Jamie (Garrett Hedlund), irmão
de Henry, e Ronsel (Jason Mitchell), filho de Hap. O retorno dos dois traz
ainda mais tensão às relações entre brancos e negros na cidade.
Doutor em Comunicação e Cultura Contemporânea, pesquisador da área de cinema, mas também adora games e quadrinhos.
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