A primeira cena deste Samurai Cop (1991) já dá o tom da
incompetência que perpassa por toda a produção. Um chefão da yakuza, Fujiyama (Cranston Komuro), marcha
por entre seus capangas explicando seus planos para dominar a cidade. Conforme
caminha, ele se aproxima da câmera e é possível ver claramente a equipe de
filmagem refletida nas lentes dos óculos escuros do personagem. Um dos capangas
fala e um corte rápido mostra o rosto do subalterno falando. Quando a câmera
retorna a Fujiyama seus óculos escuros desapareceram por completo.
Provavelmente a equipe se deu
conta do reflexo e mandou que o ator retirasse os óculos. "Mas porque
então não refilmaram a cena anterior para não terem problemas de continuidade
com óculos do sujeito desaparecendo do nada?", vocês me perguntam. Bem,
existem duas respostas possíveis. A primeira é que ninguém da produção dava a
mínima. A segunda é que película (naquela época não existiam câmeras digitais)
era algo caro e uma produção de baixíssimo orçamento como essa provavelmente
não poderia se dar ao luxo de gastar película preciosa em uma cena já pronta só
por "problemas mínimos" de continuidade. De todo modo, mesmo antes
que o filme chegue à marca dos cinco minutos fica evidente que estamos diante
de algo mambembe, tosco e paupérrimo.