terça-feira, 27 de fevereiro de 2018

Crítica - Operação Red Sparrow

Análise Operação Red Sparrow


Review Operação Red Sparrow
Minha primeira reação ao ver o trailer de Operação Red Sparrow foi "nossa, esse é o filme solo da Viúva Negra que a Marvel deveria ter feito". Eu não fui o único a pensar desta forma e conforme a divulgação do filme se ampliava via mais e mais pessoas refletindo sobre como esse longa-metragem colocaria ou não em risco os planos da Marvel em dar um filme próprio para sua heroína espiã. Depois de ver Operação Red Sparrow, no entanto, devo dizer que a Marvel pode respirar aliviada, já que ele é tão ruim que não deve ser nenhum empecilho para que Natasha Romanoff ganhe sua própria aventura. Pelo contrário, ele coloca as expectativas tão baixas que mesmo a Marvel faça um filme ruim com a personagem as pessoas provavelmente irão dizer: "bem, ao menos não é tão ruim quanto Operação Red Sparrow".

A trama é centrada em Dominika (Jennifer Lawrence), uma bailarina que se vê impossibilitada de dançar depois de uma grave fratura na perna. Prestes a perder tudo, ela ganha uma nova oportunidade quando seu tio Ivan (Matthias Schoenaerts, do excelente Ferrugem e Osso), um agente do alto escalão da inteligência russa, lhe oferece a possibilidade de se tornar uma Sparrow, espiãs de elite que usam a sedução como arma de manipulação. A primeira missão de Dominka como Sparrow é encontrar o espião americano dentro do governo russo, para isso ela terá que se aproximar do agente da CIA Nate (Joel Edgerton), que é o único que sabe a identidade do espião.

segunda-feira, 26 de fevereiro de 2018

Lixo Extraordinário - Samurai Cop


Resenha Samurai Cop


Review Samurai CopA primeira cena deste Samurai Cop (1991) já dá o tom da incompetência que perpassa por toda a produção. Um chefão da yakuza, Fujiyama (Cranston Komuro), marcha por entre seus capangas explicando seus planos para dominar a cidade. Conforme caminha, ele se aproxima da câmera e é possível ver claramente a equipe de filmagem refletida nas lentes dos óculos escuros do personagem. Um dos capangas fala e um corte rápido mostra o rosto do subalterno falando. Quando a câmera retorna a Fujiyama seus óculos escuros desapareceram por completo.

Provavelmente a equipe se deu conta do reflexo e mandou que o ator retirasse os óculos. "Mas porque então não refilmaram a cena anterior para não terem problemas de continuidade com óculos do sujeito desaparecendo do nada?", vocês me perguntam. Bem, existem duas respostas possíveis. A primeira é que ninguém da produção dava a mínima. A segunda é que película (naquela época não existiam câmeras digitais) era algo caro e uma produção de baixíssimo orçamento como essa provavelmente não poderia se dar ao luxo de gastar película preciosa em uma cena já pronta só por "problemas mínimos" de continuidade. De todo modo, mesmo antes que o filme chegue à marca dos cinco minutos fica evidente que estamos diante de algo mambembe, tosco e paupérrimo.

sábado, 24 de fevereiro de 2018

Drops - Mudo e Breaking Through: No Ritmo do Coração


Drops - Mudo e Breaking Through: No Ritmo do Coração

Nossa sessão de análises mais breves irá tratar hoje de dois filmes que chegaram ao Brasil pela Netflix. Mudo é uma produção original do serviço de streaming, enquanto que Breaking Through é uma produção de 2015 que foi lançada por aqui direto para vídeo e streaming

sexta-feira, 23 de fevereiro de 2018

Crítica - Riverdale: Primeira Temporada


Análise Crítica - Riverdale: Primeira Temporada


Review - Riverdale: Primeira Temporada
Os quadrinhos do Archie sempre tiveram uma clima de aventura juvenil ingênua e colorida. A ideia de adaptar esse universo para uma série na qual os personagens estariam envolvidos na investigação de um assassinato e a idílica cidade seria um local cheio de segredos e corrupção, parecia mais uma estratégia comercial de seguir a atual tendência de criar versões "sombrias e sisudas" de qualquer coisa. Felizmente, porém, essa primeira temporada de Riverdale tem algo a dizer sobre esse universo e personagens além de meramente observá-los sob um prisma mais sério e é graças a isso que a série funciona.

A trama começa quando o assassinato do estudante Jason Blossom (Trevor Stines) choca toda a cidade de Riverdale. O jovem Archie (KJ Apa) ouviu um tiro ser disparado próximo ao local em que Jason foi visto pela última vez, mas teme ir à polícia porque ele estava acompanhado de sua professora, Geraldine Grundy (Sarah Habel), com quem tem um romance secreto. Simultaneamente, a vizinha de Archie, Betty Cooper (Lili Reinhart), e o melhor amigo dele, Jughead (Cole Sprouse), decidem investigar o crime para o jornal da escola. Ao curso da investigação o grupo descobrirá que muitos habitantes da aparentemente pacata Riverdale escondem terríveis segredos.

quarta-feira, 21 de fevereiro de 2018

Crítica - A Grande Jogada


Análise - A Grande Jogada


Review A Grande Jogada
O roteirista Aaron Sorkin construiu uma reputação para si com seus textos que privilegiam os diálogos rápidos e constroem intensos embates verbais entre seus personagens tal como em A Rede Social (2010) e Steve Jobs (2015). Seu estilo de escrita é tão singular que muitas vezes se impõem sobre o estilo dos cineastas que dirigem os filmes feitos a partir dos seus roteiros (como o caso de Steve Jobs), então quando ele anunciou que faria sua estreia como diretor neste A Grande Jogada, havia grande expectativa para conferir o que alguém com uma visão tão particular seria capaz de fazer no comando de uma produção.

A trama é baseada na história real de Molly Bloom (Jessica Chastain), uma ex-esquiadora e estudante de direito que passa a trabalhar organizando partidas de pôquer para celebridades e empresários ricos. Com o tempo, Molly acaba se envolvendo com drogas e chama a atenção de membros da máfia, complicando as coisas para o seu trabalho.

A narrativa alterna constantemente entre o passado e o presente, com a narração rápida de Molly unindo os dois tempos. A velocidade das falas e das mudanças de temporalidade poderiam se tornar algo confuso, mas Sorkin conduz tudo com bastante fluidez, conseguindo tornar compreensível o rápido processo mental de Molly, bem como os termos e situações específicas do pôquer competitivo de modo natural e sem soar forçadamente expositivo.

terça-feira, 20 de fevereiro de 2018

Crítica - Trama Fantasma

Análise Trama Fantasma



Review Trama Fantasma
Uma paixão é algo que mexe conosco, torna difícil simplesmente fazermos as mesmas coisas de sempre, muda o modo como encaramos a vida. Um relacionamento exige comprometimento, exige que as duas partes saiam de sua zona de conforto, que cedam espaço para a outra poder entrar em suas vidas. De certa maneira é isso que está no cerne deste Trama Fantasma, novo filme do diretor Paul Thomas Anderson, mas este não é um filme exatamente romântico. Ele leva essas premissas ao extremo, praticamente enveredando para o terreno do suspense quando as disputas entre o casal protagonista se tornam cada vez mais doentias.

A narrativa se passa na Inglaterra da década de 50. Reynolds Woodcock (Daniel Day-Lewis) é um célebre estilista que costura vestidos para boa parte da alta sociedade e realeza europeia. Ele vive sob uma estrita rotina, concentrando toda a sua energia no desenho e na costura, enquanto sua irmã, Cyrill (Lesley Manville), cuida com rigidez para que ninguém interfira no trabalho de Woodcock. A rotina aparentemente perfeita dos dois irmãos é ameaçada quando ele conhece a jovem Alma (Vicky Krieps), se encantando por ela e transformando-a em sua musa. Alma passa a morar com os dois irmãos e conforme ela tenta conquistar Woodcock, as tensões entre ela, Cyrill e o próprio estilista vão aumentando.

segunda-feira, 19 de fevereiro de 2018

Crítica - Pequena Grande Vida


Análise Pequena Grande Vida


Review Pequena Grande Vida
Pequena Grande Vida parece ter muito a dizer sobre os problemas de nossa sociedade e do mundo, mas conforme o diretor Alexander Payne aumenta os problemas de seu diminuto protagonista, o longa-metragem paradoxalmente parece ter cada vez menos a dizer. No universo do filme existe uma tecnologia de encolhimento e muitas pessoas se submetem ao processo porque isso reduz o impacto do consumo humano no meio ambiente e também porque faz seu dinheiro "valer mais", afinal uma pessoa de dez centímetros come menos, gasta menos energia e produz menos lixo.

O protagonista, Paul Safranek (Matt Damon), é uma dessas pessoas que quer se encolher para poder viver uma vida de luxo sem se preocupar com trabalhar. O problema é que sua esposa desiste do procedimento no último momento e pede o divórcio, deixando Paul sem nada. Agora ele precisa trabalhar em um péssimo emprego de telemarketing em sua comunidade diminuta para poder se sustentar, basicamente retornando ao mesmo estilo de vida que queria fugir.

domingo, 18 de fevereiro de 2018

Crítica - Star Trek Discovery: 1ª Temporada


Análise Star Trek Discovery: 1ª Temporada


Review Star Trek Discovery: 1ª TemporadaApesar de ter assistido todos os filmes de Star Trek (desde os com a tripulação clássica, passando pelos da Nova Geração e o recente reboot), nunca assisti nenhuma das séries da famosa franquia. No entanto, fiquei bastante curioso com essa primeira temporada de Star Trek Discovery, já que ela se passaria cerca de dez anos antes da série clássica e abordaria a guerra entre a Federação contra os klingons.

A trama acompanha a tripulação da USS Discovery, uma das naves mais bem equipadas para lidar com a ameaça dos klingons. No centro de tudo está a especialista Michael Burnham (Sonequa Martin-Green), a primeira oficial da Frota Estelar a ser condenada por crimes de motim. Burnham é requisitada para a Discovery pelo capitão Gabriel Lorca (Jason Isaacs), um oficial cuja mente militarista destoa da racionalidade conciliatória da Federação, mas o torna um líder ideal para um período de guerra.

O cenário de guerra parece indicar algo focado em ação, mas a série se mantém fiel ao espírito dos trabalhos originais de Gene Roddenberry celebrando a pluralidade, a tolerância, o espírito de cooperação e o uso da inteligência (e não da força) para resolver problemas. A guerra é usada como metáfora para o isolacionismo, intolerância e racismo. Os klingons visam destruir a Federação por verem a integração entre diferentes espécies como uma ameaça à "pureza" de sua raça e de seus costumes, crendo que se manter isolado do resto da galáxia e impor seus valores à força é a melhor de avançar a sua sociedade.

Crítica - Cinquenta Tons de Liberdade

Análise Cinquenta Tons de Liberdade


Review Cinquenta Tons de Liberdade
Nenhum filme me fez rir mais em 2017 do que Cinquenta Tons Mais Escuros. Não que ele fosse exatamente bom, mas era tão tosco, exagerado e sem sentido que se tornava hilário. Diante disso, me aproximei deste Cinquenta Tons de Liberdade esperando que ele ao menos conseguisse alcançar o mesmo patamar de humor involuntário que faria a experiência ser minimamente divertida, mas nem isso ele consegue.

A trama já começa com o casamento de Anastasia (Dakota Johnson) e Christian Grey (Jamie Dornan) e os segue em sua lua de mel até que a vida de luxo do casal é interrompida pelo retorno de Hyde (Eric Johnson), que quer se vingar dos dois, e, bem, não há muito mais conteúdo para preencher 100 minutos sem parecer vazio e arrastado. Em algum momento Anastasia também descobre que está grávida, mas o conflito vindo disso é facilmente resolvido.

A primeira coisa que incomoda é o fato de Hyde, um sujeito que até ontem era apenas um editor de livros, se torna um supercriminoso capaz de sequestro, sabotagem corporativa, hackear dispositivos de segurança e entrar em qualquer lugar sem ser detectado. Imaginei que em algum momento o filme explicaria que o personagem teve um passado criminoso e que seu emprego de editor se deu pelo uso de uma identidade falsa, mas não, ele era só um editor de livros formado em uma boa universidade sem nenhum histórico de experiência como criminoso, ainda que sempre tenha sido mau caráter.

sábado, 17 de fevereiro de 2018

Crítica - Pantera Negra


Análise Pantera Negra


Review Pantera Negra
Ultimamente eu vinha sentindo que a Marvel vinha se acomodando em repetir sua fórmula de humor e aventura sem muito esforço, resultando em filmes que, embora não fossem necessariamente ruins, também não eram exatamente memoráveis, arriscavam pouco e não faziam jus ao potencial de seus personagens ou suas histórias. Este Pantera Negra não sofre desses problemas, não se contenta em apenas reproduzir o "padrão Marvel" e o resultado é o melhor filme solo de um personagem do estúdio desde Capitão América: O Soldado Invernal (2014).
                              
A trama começa depois dos eventos de Capitão América: Guerra Civil (2016), com T'Challa (Chadwick Boseman) tendo que assumir o trono da tecnológica nação de Wakanda depois da morte de seu pai. Em seu novo papel de rei, T'Challa precisa decidir que rumo dar ao seu país, se usará seus vastos recursos para ajudar o mundo, ou se continuará como um país isolado para se proteger. Além do peso de decisões morais a serem tomadas, T'Challa também enfrenta o retorno de erros do passado, em especial a ameaça dos vilões Ulysses Klaue (Andy Serkis) e Erik Killmonger (Michael B. Jordan).