A primeira temporada de American Crime Story me pegou de
surpresa ao usar a história real do julgamento do ex-jogador de futebol
americano O.J Simpson para fazer uma análise das obsessões e conflitos
subjacentes da sociedade estadunidense. Imaginei que esta segunda temporada,
baseada no assassinato do estilista Gianni Versace, também fosse usar o crime
como um ponto de entrada para o exame dos problemas sociais dos Estados Unidos
e de certa forma é o que acontece, ainda que a temporada não tenha a mesma
força e contundência do seu ano de estreia.
A narrativa começa quando Gianni
Versace (Edgar Ramirez) é assassinado na porta de sua casa pelo jovem Andrew
Cunanan (Darren Criss), um rapaz com uma admiração pouco saudável pelo estilista. A
partir de então a trama passa a acompanhar a caçada por Cunanan ao mesmo tempo
em vai voltando no tempo para tentar entender as ações e motivações do
assassino. Apesar do nome Versace no título, o estilista e sua família são
meros coadjuvantes, aparecendo muito pouco ao longo da temporada. A história
que a temporada conta pertence mais a Andrew do que a sua célebre vítima e
embora eu entenda que o uso do nome Versace é uma decisão de cunho comercial,
afinal ninguém nem sabe ou lembra do nome de Cunanan e colocá-lo no título
provavelmente não chamaria tanta atenção. Ainda assim não consigo deixar de
sentir que o título é relativamente desonesto com sua audiência e cria uma
expectativa equivocada no espectador.