Nossa seção de análises curtas
fala hoje sobre uma comédia produzida pela Netflix, Perda Total, e a animação O
Homem das Cavernas, que recentemente chegou aos cinemas brasileiros.
quinta-feira, 29 de março de 2018
Drops - O Homem Das Cavernas e Perda Total
Doutor em Comunicação e Cultura Contemporânea, pesquisador da área de cinema, mas também adora games e quadrinhos.
quarta-feira, 28 de março de 2018
Crítica - Covil de Ladrões
Covil de Ladrões pretende ser um suspense nos moldes de Fogo Contra Fogo (1995), de Michael
Mann, com pitadas de Os Suspeitos
(1995), do Bryan Singer, mas parece não entender o que tornou esses filmes
marcantes e as razões pelas quais eles permanecem em nossa memória mesmo mais
de 20 anos depois de seu lançamento.
A narrativa é centrada no
policial Nick (Gerard Butler), incumbido de localizar uma perigosa gangue de
ladrões de banco liderada por Merriman (Pablo Schreiber). O que Nick não sabe é
que Merriman planeja o maior assalto de sua carreira: roubar 30 milhões do
prédio do Banco Central em Los Angeles. Enquanto caça o ladrão, Nick captura um
de seus comparsas, o motorista Donnie (O'Shea Jackson Jr), e o força a cooperar
com a investigação.
O filme tenta seguir a estrutura
de Fogo Contra Fogo, apresentando a
vida profissional desses ladrões e criminosos e como ela impacta na dimensão
pessoal da vida deles. Diferente do filme de Michael Mann, no entanto, ele não
consegue criar personagens suficientemente interessantes ou ambíguos, nem
explora direito a dinâmica entre eles. A sensação é o diretor e roteirista Christian
Gudegast (responsável pelo texto do péssimo Invasão
a Londres) está simplesmente copiando a estrutura de um filme conhecido sem
se dar o trabalho de entender como ou porque ela funciona.
Doutor em Comunicação e Cultura Contemporânea, pesquisador da área de cinema, mas também adora games e quadrinhos.
terça-feira, 27 de março de 2018
Crítica - Jogador Nº1
O diretor Steven
Spielberg se tornou famoso na década de 80 ao pegar tudo que ele gostava nos antigos filmes de
aventura e ficção-científica dos anos 30, 40 e 50 para criar obras cheias
de reverência a esses produtos, mas dotadas de personalidade própria,
que se sustentavam independente do público possuir ou não a mesma memória
afetiva que Spielberg tinha sobre os filmes de outrora. As aventuras do Indiana
Jones ou ET: O Extra-Terrestre (1982)
tinham estofo o suficiente para se erguerem com suas próprias pernas, mas não
sei se sou capaz de dizer o mesmo deste Jogador
Nº1, cujo engajamento do público depende demais de nossa memória afetiva
com a cultura pop dos últimos 30 anos
para poder funcionar.
Há alguns anos a animação South Park usava as frutas fictícias Memberberries para
criticar a tendência atual de Hollywood em se apoiar em uma nostalgia inane
para atrair seu público e nenhum filme recente me parece mais exemplar deste
problema do que Jogador Nº1. Tal qual
as frutas falantes de South Park, o
filme te pergunta o tempo todo: "Você lembra de De Volta Para o Futuro? Você lembra de Alien: O Oitavo Passageiro? Você lembra de Star Wars?" e empolgado eu respondia "Sim, me lembro de
tudo isso, porquê?". Como resposta o filme apenas me dizia "Nada não,
só queria ter certeza que você conhecia essas coisas". Claro, há um prazer
inegável em ver um Gundam saindo no braço com o Mechagodzilla ou personagens de
Street Fighter ou Overwatch andando lado a lado, mas chega
a um ponto em que parece que o filme não tem muito mais a me oferecer além
dessas piscadelas e informações triviais sobre coisas que gosto.
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Ficção Científica
Doutor em Comunicação e Cultura Contemporânea, pesquisador da área de cinema, mas também adora games e quadrinhos.
domingo, 25 de março de 2018
Crítica - A Melhor Escolha
Na superfície, A Melhor Escolha parece ser mais uma
daquelas comédias dramáticas sobre superação de dificuldades e mensagens
edificantes não muito diferente de outras tramas similares. Ele é exatamente
isso, mas também constrói uma reflexão sobre o militarismo dos Estados Unidos e
o tratamento dado aos soldados que retornam, estejam eles vivos ou mortos.
A narrativa se passa em 2003 e
começa quando Larry "Doc" Shepperd (Steve Carell) resolve se conectar
com seus antigos companheiros de farda da época da guerra do Vietnã. Ele busca
Sal (Bryan Cranston), que agora é um dono de bar, e Richard (Lawrence
Fishbourne), que se tornou pastor de igreja, para pedir ajuda deles para
enterrar o filho, que morreu durante a Guerra do Iraque.
Desde o início fica evidente que
o reencontro reabrirá antigas feridas do trio, os fará enfrentar traumas do
passado e se reconectarem uns com os outros. É bem formulaico, mas a delicadeza
e sinceridade com a qual o diretor Richard Linklater conduz tudo, bem como a
química entre os três protagonistas, faz tanto o drama quanto o humor funcionar
mesmo quando percebemos a natureza previsível do filme. Quem se destaca é Steve
Carell com uma performance discreta ao viver um pai em luto. Falando pouco e
evitando grandes arroubos de emoção exagerada, Carell consegue, apenas com seu
olhar, nos fazer sentir a dor enorme experimentada por seu personagem e o
quanto ele está devastado por aquela perda.
Doutor em Comunicação e Cultura Contemporânea, pesquisador da área de cinema, mas também adora games e quadrinhos.
2ª Mostra Lugar de Mulher é No Cinema começa amanhã em Salvador
Entre
os dias 26 de março e 01 de abril acontece em Salvador a 2ª Mostra Lugar
De Mulher é No Cinema. Com o objetivo de fomentar a visibilidade feminina e
discutir temas relevantes como a violência de gênero, a misoginia, a
sexualidade e o racismo, o evento exibe gratuitamente 77 curtas nacionais
dirigidos, roteirizados e/ou protagonizados por mulheres. A mostra exibe também,
na noite do dia 27 de março, o longa "A Moça do Calendário", de
Helena Ignez, cineasta baiana homenageada nesta edição. O evento é idealizado,
dirigido e produzido pelas cineastas Hilda Lopes Pontes, Lilih Curi e Moara
Rocha e acontece no Goethe-Institut Salvador, no Corredor da Vitória, e na Sala
Walter da Silveira, nos Barris.
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Doutor em Comunicação e Cultura Contemporânea, pesquisador da área de cinema, mas também adora games e quadrinhos.
quinta-feira, 22 de março de 2018
Crítica - American Crime Story: O Assassinato de Gianni Versace
A primeira temporada de American Crime Story me pegou de
surpresa ao usar a história real do julgamento do ex-jogador de futebol
americano O.J Simpson para fazer uma análise das obsessões e conflitos
subjacentes da sociedade estadunidense. Imaginei que esta segunda temporada,
baseada no assassinato do estilista Gianni Versace, também fosse usar o crime
como um ponto de entrada para o exame dos problemas sociais dos Estados Unidos
e de certa forma é o que acontece, ainda que a temporada não tenha a mesma
força e contundência do seu ano de estreia.
A narrativa começa quando Gianni
Versace (Edgar Ramirez) é assassinado na porta de sua casa pelo jovem Andrew
Cunanan (Darren Criss), um rapaz com uma admiração pouco saudável pelo estilista. A
partir de então a trama passa a acompanhar a caçada por Cunanan ao mesmo tempo
em vai voltando no tempo para tentar entender as ações e motivações do
assassino. Apesar do nome Versace no título, o estilista e sua família são
meros coadjuvantes, aparecendo muito pouco ao longo da temporada. A história
que a temporada conta pertence mais a Andrew do que a sua célebre vítima e
embora eu entenda que o uso do nome Versace é uma decisão de cunho comercial,
afinal ninguém nem sabe ou lembra do nome de Cunanan e colocá-lo no título
provavelmente não chamaria tanta atenção. Ainda assim não consigo deixar de
sentir que o título é relativamente desonesto com sua audiência e cria uma
expectativa equivocada no espectador.
Doutor em Comunicação e Cultura Contemporânea, pesquisador da área de cinema, mas também adora games e quadrinhos.
quarta-feira, 21 de março de 2018
Crítica - Círculo de Fogo: A Revolta
O primeiro Círculo de Fogo (2013) era
uma aventura divertida prejudicada por sua insistência em tentar criar arcos
dramáticos sérios para seus protagonistas, sem perceber que tudo aquilo era uma
coleção de clichês rasos e que o mais interessante daquele universo era
justamente o lado lúdico, ingênuo, exagerado e cafona de vermos jovens
pilotando robôs gigantes para lutar contra monstros. Os trailers para este Círculo de Fogo: A Revolta davam a
entender que esse novo filme focaria mais na natureza aloprada e colorida desse
universo de robôs e monstros gigantes, mas o resultado é mais uma vez
inconsistente, ainda que divertido, pela exata maneira com a qual o filme
parece ter vergonha em abraçar plenamente a natureza aloprada e sua premissa.
A trama se passa dez anos depois
do filme original. O mundo tenta se reconstruir depois do fim da guerra contra
os kaijus e Jake Pentecost (John Boyega), filho do general Stacker (Idris Elba)
do filme anterior, vive de recuperar sucata dos antigos jaegers para revender
aos compradores mais interessados. Ele acaba preso durante uma dessas operações
de recuperação e, para livrá-lo da cadeia, sua irmã Mako (Rinko Kikuchi) o
coloca para trabalhar como instrutor de um grupo de jovens cadetes que almejam
se tornar pilotos de jaeger. Entre os recrutas está a garota Amara (Cailee
Spaeny), que foi capaz de construir seu próprio robô a partir de sucata. Ao
mesmo tempo, uma nova ameaça surge no horizonte quando misteriosos jaegers de
origem desconhecida começam a atacar cidades.
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Doutor em Comunicação e Cultura Contemporânea, pesquisador da área de cinema, mas também adora games e quadrinhos.
terça-feira, 20 de março de 2018
Crítica - Blindspot: 2ª Temporada
Um bom final muitas vezes
consegue salvar uma narrativa problemática ou nos faz relevar os problemas do
percurso. É mais ou menos isso que acontece nessa segunda temporada de Blindspot, que repete muitos dos acertos
e erros da temporada anterior, mas se eleva ao entregar um clímax que
verdadeiramente soa como a culminância de uma trama desenvolvida ao longo de
dois anos. Aviso de antemão que esse texto contem SPOILERS.
A narrativa começa alguns meses
depois do ponto em que a primeira encerrou. Jane (Jamie Alexander) está detida
em uma prisão secreta da CIA, mas está planejando escapar. Enquanto isso, a
equipe do FBI liderada pelo agente Kurt Weller (Sullivan Stapleton) tem que
lidar com o fato de que Jane talvez os tenha traído. Quando Jane finalmente
escapa, Kurt e sua equipe decidem capturá-la. O time de Kurt é também abordado
por Nas Kamal (Archie Panjabi), uma agente da NSA que há anos monitora o grupo
terrorista intitulado Sandstorm, do que Jane fazia parte antes de ter sua
memória apagada. Nas propõe a Kurt que o FBI deixe Jane se infiltrar na
Sandstorm para descobrir os planos da organização e a identidade de Shepherd,
sua liderança misteriosa. Como era de se esperar, a missão de Jane fornece
também novas informações sobre o seu passado.
Doutor em Comunicação e Cultura Contemporânea, pesquisador da área de cinema, mas também adora games e quadrinhos.
segunda-feira, 19 de março de 2018
Crítica - Por Trás dos Seus Olhos
Gina (Blake Lively) é uma mulher
parcialmente cega que finalmente tem uma chance de voltar a enxergar quando se
submete a uma cirurgia em seu olho direito. A restauração de sua visão, no
entanto, começa a criar problemas em seu casamento conforme ela fica menos
dependente de seu marido, James (Jason Clarke). Poderia ser um estudo
interessante sobre a dissolução de um casamento ou sobre como depender de
alguém é diferente de amar alguém, mas o diretor Marc Forster resolve
transformar sua premissa interessante em um suspense psicológico raso, genérico
e com reviravoltas cada vez piores.
Se tem algo que o filme acerta, é
na construção visual que tenta nos fazer enxergar o mundo sob os sentidos
limitados de Gina. O filme usa diferentes lentes, filtros e efeitos digitais
para criar imagens surreais e ocasionalmente oníricas para nos transmitir a
experiência de Gina com o mundo. É tudo bem estilizado e criativo, mas é
lamentável que todo esse estilo esteja a serviço de um produto com tão pouca
substância.
Doutor em Comunicação e Cultura Contemporânea, pesquisador da área de cinema, mas também adora games e quadrinhos.
quarta-feira, 14 de março de 2018
Crítica - Tomb Raider: A Origem
Toda vez que um filme baseado em
um game é anunciado, fica a dúvida se finalmente teremos uma adaptação de
videogame para o cinema que irá render algo realmente bom. Este Tomb Raider: A Origem carregava essa
expectativa de que poderia "quebrar a maldição" desse tipo de filme,
afinal os dois últimos jogos, que reinventaram a franquia, foram muito bons e
Alicia Vikander era uma atriz talentosa o suficiente para ser Lara Croft. O
resultado, porém, é um filme de ação genérico que, embora não seja exatamente
ruim, também não te faz sair do cinema muito satisfeito.
A trama acompanha os primeiros
passos de Lara Croft (Alicia Vikander) como aventureira. Sete anos depois que
seu pai, o Lorde Croft (Dominic West), desapareceu em uma ilha na costa da Ásia
à procura da tumba da imperatriz Himiko, Lara organiza uma expedição para a
ilha com o intento de descobrir o que aconteceu com o pai e desvendar os
mistérios sobre o poder mágico da imperatriz. Chegando na ilha, ela encontra o
grupo de mercenários liderados por Mathias Vogel (Walton Goggins) que também
está em busca dos restos mortais de Himiko. Assim, Lara precisa enfrentar os
mercenários e descobrir como acessar a mítica tumba.
Doutor em Comunicação e Cultura Contemporânea, pesquisador da área de cinema, mas também adora games e quadrinhos.
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