quarta-feira, 4 de abril de 2018

Crítica - Batman: The Enemy Within


Análise Batman: The Enemy Within


Review Batman: The Enemy Within
A primeira temporada de Batman: The Telltale Series chamava atenção pela visão singular que a desenvolvedora trazia ao cânone do Homem-Morcego e por sua decisão em nos deixar imersos na mente de Bruce Wayne, permitindo que sentíssemos o peso de cada uma de suas decisões. Essas virtudes continuam a ser exploradas ao longo dos cinco episódios de sua segunda temporada, intitulada Batman: The Enemy Within.

A trama começa quando o Charada, um vilão que tinha aterrorizado Gotham no passado, retorna à cidade e começa a assassinar pessoas usando armadilhas elaboradas. O Batman entra em ação para enfrentar a nova ameaça, mas precisa lidar também com a chegada de uma divisão secreta do governo liderada pela inescrupulosa Amanda Waller. Ao mesmo tempo, John Doe (João Ninguém na tradução em português), o estranho paciente do Asilo Arkham que Bruce conheceu na temporada anterior, deixa o manicômio e procura Bruce, crendo que ambos são amigos.

terça-feira, 3 de abril de 2018

Crítica - Um Lugar Silencioso


Análise Um Lugar Silencioso


Review Um Lugar SilenciosoDurante boa parte do meu tempo com este Um Lugar Silencioso me lembrei bastante de Alien: O Oitavo Passageiro (1979), já que ambos acompanham um grupo de personagens sendo caçados por um predador cego, mas com sentidos aguçados, criando um sufocante clima de tensão. Ainda assim, Um Lugar Silencioso nunca se reduz a uma mera imitação graças ao seu cuidado na construção das relações familiares que estão no centro da narrativa.

A trama se passa em um futuro próximo no qual a humanidade foi quase que inteiramente exterminada por uma espécie alienígena extremamente letal que é cega, mas usa o som para localizar sua presa. A família de Lee (John Krasinski) e Evelyn (Emily Blunt) sobrevivem por já estarem acostumados a se comunicarem em silêncio por sua filha Regan (Millicent Simmonds) ser surda e eles dominarem a linguagem de sinais. O grupo, mais o filho caçula Marcus (Noah Jupe, de Extraordinário) tenta sobreviver em uma fazenda abandonada fazendo tudo com o maior silêncio possível.

Há um enorme cuidado na construção do universo e em nos fazer crer que aquelas pessoas realmente vivem sob aquelas condições há mais de um ano e criaram todo tipo de mecanismo e gambiarra possível para não produzir som. Do momento em que vemos Lee criar uma trilha com areia para poder abafar o som dos passos às tábuas pintadas no assoalho (mostrando em qual pisar para não fazer ruídos), ou mesmo o uso de grandes folhas para servir a comida ao invés de pratos e talheres, há um visível cuidado em nos deixar imersos nesse universo e suspender nossa descrença de que viver daquela forma seria plenamente possível.

sábado, 31 de março de 2018

Crítica - Desventuras em Série: 2ª Temporada


Análise Desventuras em Série: 2ª Temporada


Review Desventuras em Série: 2ª TemporadaEssa segunda temporada de Desventuras em Série demora um pouco a engrenar. Depois dos oito episódios da primeira temporada, era de esperar que a série levasse seus personagens a novas direções, mas boa parte desse segundo ano repete os mesmos padrões da temporada de estreia.

Esse novo conjunto de episódios começa no ponto em que o ano anterior terminou, com Klaus (Louis Hynes), Violet (Malina Weissman) e Sunny (Presley Smith) deixados em um colégio interno. Logicamente, a chegada ao colégio não significa o fim dos infortúnios dos Baudelaire e o Conde Olaf (Neil Patrick Harris) logo os encontra para tentar mais uma vez tomar conta de sua fortuna.

A questão é que os seis primeiros episódios seguem à risca a fórmula estabelecida na primeira temporada. Os Baudelaire chegam a um novo local, o Conde Olaf aparece sob algum disfarce, os adultos se recusam a perceber que é o vilão, os irmãos são enredados em alguma armadilha até que removem o disfarce de Olaf e convencem a todos da identidade do vilão. Assim, é difícil afastar a sensação de estar comendo uma janta requentada e que tudo é uma repetição das mesmas coisas que já vimos.

sexta-feira, 30 de março de 2018

Drops - Assassin's Creed Origins: Os Ocultos e A Maldição dos Faraós


Review Drops - Assassin's Creed Origins: Os Ocultos e A Maldição dos Faraós


Nossa seção de análises curtas irá hoje se deter sobre Os Ocultos e A Maldição dos Faraós, duas expansões para o jogo Assassin's Creed Origins, ambas já disponíveis.

quinta-feira, 29 de março de 2018

Drops - O Homem Das Cavernas e Perda Total


Crítica O Homem Das Cavernas e Perda Total


Nossa seção de análises curtas fala hoje sobre uma comédia produzida pela Netflix, Perda Total, e a animação O Homem das Cavernas, que recentemente chegou aos cinemas brasileiros.

quarta-feira, 28 de março de 2018

Crítica - Covil de Ladrões


Análise Crítica - Covil de Ladrões


Review - Covil de LadrõesCovil de Ladrões pretende ser um suspense nos moldes de Fogo Contra Fogo (1995), de Michael Mann, com pitadas de Os Suspeitos (1995), do Bryan Singer, mas parece não entender o que tornou esses filmes marcantes e as razões pelas quais eles permanecem em nossa memória mesmo mais de 20 anos depois de seu lançamento.

A narrativa é centrada no policial Nick (Gerard Butler), incumbido de localizar uma perigosa gangue de ladrões de banco liderada por Merriman (Pablo Schreiber). O que Nick não sabe é que Merriman planeja o maior assalto de sua carreira: roubar 30 milhões do prédio do Banco Central em Los Angeles. Enquanto caça o ladrão, Nick captura um de seus comparsas, o motorista Donnie (O'Shea Jackson Jr), e o força a cooperar com a investigação.

O filme tenta seguir a estrutura de Fogo Contra Fogo, apresentando a vida profissional desses ladrões e criminosos e como ela impacta na dimensão pessoal da vida deles. Diferente do filme de Michael Mann, no entanto, ele não consegue criar personagens suficientemente interessantes ou ambíguos, nem explora direito a dinâmica entre eles. A sensação é o diretor e roteirista Christian Gudegast (responsável pelo texto do péssimo Invasão a Londres) está simplesmente copiando a estrutura de um filme conhecido sem se dar o trabalho de entender como ou porque ela funciona.

terça-feira, 27 de março de 2018

Crítica - Jogador Nº1


Análise Crítica - Jogador Nº1


Review - Jogador Nº1
O diretor Steven Spielberg se tornou famoso na década de 80 ao pegar tudo que ele gostava nos antigos filmes de aventura e ficção-científica dos anos 30, 40 e 50 para criar obras cheias de reverência a esses produtos, mas dotadas de personalidade própria, que se sustentavam independente do público possuir ou não a mesma memória afetiva que Spielberg tinha sobre os filmes de outrora. As aventuras do Indiana Jones ou ET: O Extra-Terrestre (1982) tinham estofo o suficiente para se erguerem com suas próprias pernas, mas não sei se sou capaz de dizer o mesmo deste Jogador Nº1, cujo engajamento do público depende demais de nossa memória afetiva com a cultura pop dos últimos 30 anos para poder funcionar.

Há alguns anos a animação South Park usava as frutas fictícias Memberberries para criticar a tendência atual de Hollywood em se apoiar em uma nostalgia inane para atrair seu público e nenhum filme recente me parece mais exemplar deste problema do que Jogador Nº1. Tal qual as frutas falantes de South Park, o filme te pergunta o tempo todo: "Você lembra de De Volta Para o Futuro? Você lembra de Alien: O Oitavo Passageiro? Você lembra de Star Wars?" e empolgado eu respondia "Sim, me lembro de tudo isso, porquê?". Como resposta o filme apenas me dizia "Nada não, só queria ter certeza que você conhecia essas coisas". Claro, há um prazer inegável em ver um Gundam saindo no braço com o Mechagodzilla ou personagens de Street Fighter ou Overwatch andando lado a lado, mas chega a um ponto em que parece que o filme não tem muito mais a me oferecer além dessas piscadelas e informações triviais sobre coisas que gosto. 

domingo, 25 de março de 2018

Crítica - A Melhor Escolha


Análise A Melhor Escolha


Review A Melhor Escolha
Na superfície, A Melhor Escolha parece ser mais uma daquelas comédias dramáticas sobre superação de dificuldades e mensagens edificantes não muito diferente de outras tramas similares. Ele é exatamente isso, mas também constrói uma reflexão sobre o militarismo dos Estados Unidos e o tratamento dado aos soldados que retornam, estejam eles vivos ou mortos.

A narrativa se passa em 2003 e começa quando Larry "Doc" Shepperd (Steve Carell) resolve se conectar com seus antigos companheiros de farda da época da guerra do Vietnã. Ele busca Sal (Bryan Cranston), que agora é um dono de bar, e Richard (Lawrence Fishbourne), que se tornou pastor de igreja, para pedir ajuda deles para enterrar o filho, que morreu durante a Guerra do Iraque.

Desde o início fica evidente que o reencontro reabrirá antigas feridas do trio, os fará enfrentar traumas do passado e se reconectarem uns com os outros. É bem formulaico, mas a delicadeza e sinceridade com a qual o diretor Richard Linklater conduz tudo, bem como a química entre os três protagonistas, faz tanto o drama quanto o humor funcionar mesmo quando percebemos a natureza previsível do filme. Quem se destaca é Steve Carell com uma performance discreta ao viver um pai em luto. Falando pouco e evitando grandes arroubos de emoção exagerada, Carell consegue, apenas com seu olhar, nos fazer sentir a dor enorme experimentada por seu personagem e o quanto ele está devastado por aquela perda.

2ª Mostra Lugar de Mulher é No Cinema começa amanhã em Salvador


2ª Mostra Lugar de Mulher é No Cinema de 26 de março a 01 de abril


Entre os dias 26 de março e 01 de abril acontece em Salvador a 2ª Mostra Lugar De Mulher é No Cinema. Com o objetivo de fomentar a visibilidade feminina e discutir temas relevantes como a violência de gênero, a misoginia, a sexualidade e o racismo, o evento exibe gratuitamente 77 curtas nacionais dirigidos, roteirizados e/ou protagonizados por mulheres. A mostra exibe também, na noite do dia 27 de março, o longa "A Moça do Calendário", de Helena Ignez, cineasta baiana homenageada nesta edição. O evento é idealizado, dirigido e produzido pelas cineastas Hilda Lopes Pontes, Lilih Curi e Moara Rocha e acontece no Goethe-Institut Salvador, no Corredor da Vitória, e na Sala Walter da Silveira, nos Barris.

quinta-feira, 22 de março de 2018

Crítica - American Crime Story: O Assassinato de Gianni Versace


Análise American Crime Story: O Assassinato de Gianni Versace


Review American Crime Story: O Assassinato de Gianni Versace
A primeira temporada de American Crime Story me pegou de surpresa ao usar a história real do julgamento do ex-jogador de futebol americano O.J Simpson para fazer uma análise das obsessões e conflitos subjacentes da sociedade estadunidense. Imaginei que esta segunda temporada, baseada no assassinato do estilista Gianni Versace, também fosse usar o crime como um ponto de entrada para o exame dos problemas sociais dos Estados Unidos e de certa forma é o que acontece, ainda que a temporada não tenha a mesma força e contundência do seu ano de estreia.

A narrativa começa quando Gianni Versace (Edgar Ramirez) é assassinado na porta de sua casa pelo jovem Andrew Cunanan (Darren Criss), um rapaz com uma admiração pouco saudável pelo estilista. A partir de então a trama passa a acompanhar a caçada por Cunanan ao mesmo tempo em vai voltando no tempo para tentar entender as ações e motivações do assassino. Apesar do nome Versace no título, o estilista e sua família são meros coadjuvantes, aparecendo muito pouco ao longo da temporada. A história que a temporada conta pertence mais a Andrew do que a sua célebre vítima e embora eu entenda que o uso do nome Versace é uma decisão de cunho comercial, afinal ninguém nem sabe ou lembra do nome de Cunanan e colocá-lo no título provavelmente não chamaria tanta atenção. Ainda assim não consigo deixar de sentir que o título é relativamente desonesto com sua audiência e cria uma expectativa equivocada no espectador.