O cineasta alemão Wim Wenders,
responsável por obras como Paris, Texas (1984) ou Asas do Desejo (1987), é daqueles
diretores que me faz correr para o cinema sempre que lança um novo filme. Este Submersão, no entanto, fica bem abaixo do
que se espera de um trabalho de Wenders, ainda que tenha sua parcela de
qualidades.
A narrativa é centrada no romance
de Dani (Alicia Vikander) e James (James McAvoy), que se encontram durante um
final de semana em uma pousada à beira-mar. Eles prometem se reencontrar, mas
enfrentam problemas por conta de seus respectivos trabalhos. Dani trabalha com
biologia marinha e parte em uma expedição para explorar o ponto mais profundo
do oceano. James é um agente britânico que acaba capturado por fundamentalistas
islâmicos durante uma missão no Quênia. O filme alterna entre o confinamento de
cada um com flashbacks do romance dos
dois.
As cenas envolvendo a construção
do romance entre os dois são os momentos em que o filme funciona melhor.
Primeiramente pela química que Vikander e McAvoy tem um com o outro, vendendo
de maneira crível a paixão arrebatadora experimentada por seus respectivos
personagens. A segunda coisa é que as interações entre os protagonistas
permitem que o filme trabalhe de maneira mais natural suas temáticas envolvendo
a relação do ser humano com a água e vida, também usando a questão da água e
camadas do oceano como uma metáfora para o ato de se apaixonar.