Na superfície A Barraca do Beijo é uma daquelas
comédias românticas adolescentes descartáveis e, bem, é só isso mesmo, o filme
nunca vai além do superficial e dos clichês. Não é algo que vai te fazer passar
raiva e detestar tudo, mas tampouco é uma fita que te deixa uma sensação de satisfação
quando os créditos começam a subir.
Elle (Joey King) é uma garota que
começou a se apaixonar por Noah (Jacob Elordi), irmão mais velho de Lee (Joel
Courtney), seu melhor amigo. Ela e Lee fizeram um acordo para nunca namorarem
parentes uns dos outros, mas quando Elle acidentalmente beija Noah na barraca
do beijo da escola, fica difícil para a garota conter seus sentimentos. Assim,
ela e Noah começam a namorar escondidos, temendo contar para Lee que estão
apaixonados.
Sim, o enlace amoroso acontece já
no início do filme e o maior conflito, que não é lá muito convincente, é o
melhor amigo de Elle não aprovar a relação. O principal problema disso é que
tudo soa como um obstáculo arbitrário para o relacionamento do casal, sem muita
razão de existir que não forçar um conflito em uma trama que de outro modo não
teria nenhum. Mais para frente Lee tenta justificar a regra dizendo que sempre
viveu à sombra do irmão mais velho, mas se sua motivação sempre foi essa porque
a regra dele e Elle diz respeito a todos os parentes? Se eles são melhores
amigos que sempre foram sinceros um para outro soa estranho que Lee nunca tenha
falado sobre o assunto com Elle. Isso sem falar do problema que é ter um conflito
principal consistindo basicamente de dois homens disputando o controle de uma
mulher como se fosse uma posse (Lee chega a dizer que Elle é a única "coisa"
ele tinha e o irmão não), o que soa completamente anacrônico e inadimissível em
pleno 2018.