segunda-feira, 21 de maio de 2018

Crítica - Agents of S.H.I.E.L.D: 5ª Temporada


Análise Crítica - Agents of S.H.I.E.L.D: 5ª Temporada


Review - Agents of S.H.I.E.L.D: Season 5
A quarta temporada de Agents of SHIELD, uma das melhores da série diga-se de passagem, terminava com um instigante gancho: o agente Coulson (Clark Gregg) era sequestrado por pessoas desconhecidas e quando acordava percebia que estava no espaço. Imediatamente teorias começaram a pipocar: será que o final ligaria a série com os eventos da (então) vindoura série dos Inumanos? Será que se conectaria diretamente com os acontecimentos de Vingadores: Guerra Infinita. Eram muitas possibilidades empolgantes, mas quando a temporada nova começou o resultado foi decepcionante e a mais fraca temporada da série desde então. Aviso que o texto a seguir tem SPOILERS da temporada.

Na trama, Coulson e o restante da SHIELD descobre que eles na verdade foram levados ao futuro. Eles estão em uma gigantesca colônia espacial chamada O Farol, que a abriga o que restou da humanidade depois que a Terra foi destruída. A existência humana não é fácil, já que eles são governados com mão de ferro pelos Kree e todos os recursos são controlados. No fim, a temporada não tinha conexão alguma com a série Inumanos (ainda bem, considerado o quanto ela foi ruim e já está devidamente cancelada) ou com o Thanos. O vilão chega a ser citado nominalmente em alguns dos últimos episódios, mas a série não chega a abordar as consequências do que acontece no final de Vingadores: Guerra Infinita.

sábado, 19 de maio de 2018

Crítica - 13 Reasons Why: 2ª Temporada


Análise Crítica - 13 Reasons Why: 2ª Temporada


Review - 13 Reasons Why: 2ª Temporada
Quando escrevi sobre a primeira temporada de 13 Reasons Why falei que apesar de ficar curioso sobre a resolução de algumas pontas soltas, em especial o processo contra a escola e as denúncias de estupro contra Bryce (Justin Prentice), não considerava que a série tinha material para sustentar uma segunda temporada. Sugeri que talvez tivesse sido melhor que a temporada tivesse dois ou três episódios a mais para resolver isso do que mais uma temporada com outros treze episódios ou que ela tivesse permanecido do jeito que estava, ficando como uma minissérie. Depois de ver essa segunda temporada, fico triste em perceber que meu diagnóstico estava correto e o resultado é um segundo ano inchado, arrastado, redundante e apologético. A partir desse ponto o texto contém SPOILERS.

A trama começa meses depois da temporada anterior com o início do julgamento do processo da mãe (Kate Walsh) de Hannah (Katherine Langford) contra a escola. A acusação quer mostrar como a escola foi negligente no tratamento do bulliyng enquanto que a defesa tenta pintar Hannah como uma garota irresponsável e namoradeira que sofreu as consequências das próprias ações. Ao mesmo tempo, Clay (Dylan Minette, que este ano protagonizou o horrendo Vende-se Esta Casa) precisa lidar com o trauma ainda presente da morte de Hannah e com a descoberta de que Bryce possivelmente estuprou mais garotas além de Hannah e Jessica (Alisha Boe).

sexta-feira, 18 de maio de 2018

Crítica - Ni No Kuni 2: Revenant Kingdom


Análise Crítica - Ni No Kuni 2: Revenant Kingdom


Review - Ni No Kuni 2: Revenant Kingdom
Ni No Kuni 2: Revenant Kingdom é um daqueles jogos com potencial de arruinar sua vida. É fácil se perder no imersivo e imenso mundo que ele constrói e na quantidade de atividades que ele te dá, quando mal percebemos já é uma da manhã e ainda assim você quer terminar mais uma missão.

Não é preciso ter jogado o primeiro Ni No Kuni para entender o que se passa aqui. A trama do novo game acontece séculos depois do original e é centrada em Evan, o jovem príncipe do reino de Ding Dong Dell. No dia de sua coração, depois da trágica morte do seu pai, o principal conselheiro real inicia um golpe de estado e toma o controle do reino para si. Evan escapa e decide recuperar seu trono, iniciando assim uma mágica jornada que eventualmente envolverá salvar o mundo de uma sombria ameaça com a ajuda de seus companheiros e uma pequena criatura mágica chamada Lofty (que parece a Lisa Simpson sob efeito de crack).

quinta-feira, 17 de maio de 2018

Crítica - A Barraca do Beijo (The Kissing Booth)


Análise Crítica - A Barraca do Beijo


Review - The Kissing Booth
Na superfície A Barraca do Beijo é uma daquelas comédias românticas adolescentes descartáveis e, bem, é só isso mesmo, o filme nunca vai além do superficial e dos clichês. Não é algo que vai te fazer passar raiva e detestar tudo, mas tampouco é uma fita que te deixa uma sensação de satisfação quando os créditos começam a subir.

Elle (Joey King) é uma garota que começou a se apaixonar por Noah (Jacob Elordi), irmão mais velho de Lee (Joel Courtney), seu melhor amigo. Ela e Lee fizeram um acordo para nunca namorarem parentes uns dos outros, mas quando Elle acidentalmente beija Noah na barraca do beijo da escola, fica difícil para a garota conter seus sentimentos. Assim, ela e Noah começam a namorar escondidos, temendo contar para Lee que estão apaixonados.

Sim, o enlace amoroso acontece já no início do filme e o maior conflito, que não é lá muito convincente, é o melhor amigo de Elle não aprovar a relação. O principal problema disso é que tudo soa como um obstáculo arbitrário para o relacionamento do casal, sem muita razão de existir que não forçar um conflito em uma trama que de outro modo não teria nenhum. Mais para frente Lee tenta justificar a regra dizendo que sempre viveu à sombra do irmão mais velho, mas se sua motivação sempre foi essa porque a regra dele e Elle diz respeito a todos os parentes? Se eles são melhores amigos que sempre foram sinceros um para outro soa estranho que Lee nunca tenha falado sobre o assunto com Elle. Isso sem falar do problema que é ter um conflito principal consistindo basicamente de dois homens disputando o controle de uma mulher como se fosse uma posse (Lee chega a dizer que Elle é a única "coisa" ele tinha e o irmão não), o que soa completamente anacrônico e inadimissível em pleno 2018.

quarta-feira, 16 de maio de 2018

Crítica - Paris 8


Análise Crítica - Paris 8


Review - Mes Provinciales
Um filme francês em preto e branco que acompanha as andanças de um personagem através de Paris enquanto ele trava longas conversas sobre cinema, literatura, música e filosofia. Essa parece a descrição de algo feito por alguma vanguarda europeia da década de 50 ou 60, mas pertence a Paris 8, um filme feito em 2018.

A narrativa é centrada em Etienne (Adranic Manet), um jovem que sai da cidade de Lyon para estudar cinema em Paris. Lá ele conhece dois outros estudantes que compartilham sua paixão sobre cinema, mas ao longo do ano eles enfrentarão dificuldades que colocam dúvidas sobre seus sonhos de se tornarem grandes autores.

É uma premissa típica de uma narrativa de formação, com um jovem deixando sua pequena cidade para perseguir seus sonhos na cidade grande enquanto lida com a desilusão dos obstáculos que surgem pelo caminho. Nesse sentido, o filme capta de maneira genuína as angústias do jovem estudante de cinema enquanto ele busca sua própria voz enquanto artista, experimenta dificuldades em se estabelecer no meio profissional e dissabores amorosos. Ciente do quanto é difícil produzir algo que seja relevante quando já existem tantas obras de arte magistrais no mundo, Etienne é excessivamente crítico de si mesmo, de suas próprias realizações e essa insegurança quanto ao seu lugar no mundo e seu próprio valor é algo com que todos podemos nos relacionar.

terça-feira, 15 de maio de 2018

Crítica - Deadpool 2

Análise Crítica - Deadpool 2


Review - Deadpool 2
O primeiro Deadpool (2016) tinha sido uma grata surpresa graças ao seu senso de humor anárquico que brincava com as convenções e saturação dos filmes de super-heróis. Esse Deadpool 2 tem muito do que fez o original ser tão bacana, ainda que repita também os mesmos problemas.

Depois dos eventos do filme anterior, Wade Wilson (Ryan Reynolds) continua ganhando a vida como o mercenário tagarela Deadpool. A vida de Deadpool muda com a chegada do misterioso Cable (Josh Brolin), um viajante do tempo que deseja assassinar um jovem mutante para impedir uma catástrofe no futuro, e Deadpool decide proteger o garoto, formando uma nova equipe de mutantes para dar cabo de Cable.

Assim como o primeiro filme, a trama é bem simplória e por vezes esse esforço em construir um arco dramático e desenvolver temas sobre família e relacionamentos quebra o ritmo do humor surtado e sem noção que é característico do personagem. Há uma certa pieguice no modo como toda a questão de redenção e família é costurada na trama que provoca um contraste com a natureza imatura e irreverente do resto do filme e nem mesmo as piadas autoconscientes sobre isso diluem essa pieguice.

segunda-feira, 14 de maio de 2018

Crítica - O Alienista (The Alienist)


Resenha Crítica - O Alienista (The Alienist)


Review - O Alienista (The Alienist)Enquanto gênero literário, a narrativa policial surge na segunda metade do século XIX embalada pela força que o pensamento positivista vinha ganhando no campo das ciências e pela maneira como essas ciências positivistas desenvolviam métodos e técnicas que auxiliavam nas investigações criminais. A série O Alienista, baseada no romance de Caleb Carr, trata justamente desses primeiros passos das ciências criminais.

A trama se passa na Nova Iorque do século XIX e é centrada no médico alemão Laszlo Kreizler (Daniel Bruhl). Laszlo é um alienista, alguém que pesquisa e trata pessoas com problemas mentais, basicamente sendo um psiquiatra rudimentar. Quando uma série de assassinatos brutais envolvendo jovens homossexuais começa a aterrorizar a cidade, o alienista decide investigar que tipo de pessoa seria capaz de cometer tais crimes. Para isso, ele conta com a ajuda do desenhista e jornalista John Moore (Luke Evans) e da policial Sara Howard (Dakota Fanning), a primeira mulher a integrar a polícia de Nova Iorque.

terça-feira, 8 de maio de 2018

Crítica - A Noite do Jogo

Análise Crítica - A Noite do Jogo



Review - A Noite do Jogo
De vez em quando um filme me pega completamente desprevenido. Entrei para assistir este A Noite do Jogo sem muitas expectativas, mas o que encontrei foi uma das melhores comédias besteirol que assisti em anos. Sinceramente, não lembro a última vez que uma comédia me fez rir até minha barriga doer tal como aconteceu aqui.

A trama segue o casal Max (Jason Bateman) e Annie (Rachel McAdams). Eles são muito competitivos e sempre jogam qualquer coisa, desde videogames a jogos de tabuleiro, para ganhar. Semanalmente eles reúnem amigos igualmente competitivos para uma noite de jogos na casa deles. A situação muda quando Brooks (Kyle Chandler), o irmão mais velho e bem sucedido de Max, chega na cidade. Max nunca tinha vencido o irmão em nenhum jogo e vê no retorno dele a chance de finalmente derrotá-lo. Brooks chama todos para uma noite de jogos na casa dele e propõe um jogo diferente. Atores fantasiados de criminosos sequestrarão um deles e o restante dos jogadores precisará encontrar os culpados decifrando pistas. O problema é que Brooks se envolveu com criminosos reais e é sequestrado de verdade, mas seu irmão e os demais acham que tudo é parte do jogo e iniciam a investigação sem saber que estão lidando com criminosos de verdade.

segunda-feira, 7 de maio de 2018

Crítica - Anon

Análise Crítica - Anon


Review - Anon
Sob o risco de soar como um disco arranhado, eu preciso dizer que não sei o que se passa com a Netflix e como a realização de seus filmes de ficção consistentemente não tem dado bons resultados. Recentemente a empresa de streaming trouxe bons diretores como Duncan Jones e bons atores como Jared Leto em filmes como Mudo e Dívida Perigosa e ambos foram muito abaixo do esperado. Agora a Netflix trouxe o cineasta Andrew Niccol, de Gattaca (1997) e O Senhor das Armas (2005), para comandar a ficção-científica Anon e o resultado mais uma vez é decepcionante.

A trama se passa em um futuro próximo no qual todas as pessoas usam um implante no olho que funciona simultaneamente como uma câmera, filmando e gravando tudo que é visto, e como um computador. O trabalho da polícia é relativamente fácil, já que basta puxar as imagens dos olhos das pessoas envolvidas no crime para saber o que aconteceu. O detetive Sal Frieland (Clive Owen), no entanto, encontra um desafio quando surge uma série de assassinatos nos quais as imagens do olho da vítima foram apagadas e não há vestígio das imagens do olho do assassino. Os crimes fazem Sal se lembrar de uma misteriosa mulher (Amanda Seyfred) que viu na rua e seu olho não foi capaz de detectar qualquer informação sobre ela.

quinta-feira, 3 de maio de 2018

Crítica - God of War


Análise Crítica - God of War


Review - God of War
Eu joguei todos os games da franquia God of War lançados até aqui (sim, até os para PSP) e apesar de achar todos (em maior ou menor grau) games de ação bem divertidos, Kratos sempre me pareceu um protagonista bastante aborrecido. Se no primeiro jogo ele era meramente um sujeito com uma motivação clichê, no terceiro sua vingança cega o tornara um personagem insuportável de acompanhar, eu cheguei a demorar de terminar só porque não tinha paciência para os repetitivos rosnados de raiva, egoísmo e estupidez do personagem. Sim, o final o confrontava com as consequências de seu comportamento, mas até chegar lá, eram quase dez horas do personagem se comportando de maneira aborrecida. Pois este novo jogo da franquia, intitulado apenas God of War, finalmente consegue tornar Kratos um protagonista bem construído, complexo e interessante de acompanhar.

Funcionando simultaneamente como uma continuação e reboot, a trama coloca Kratos vivendo no reino dos deuses nórdicos. A história começa com a morte de Faye, a esposa de Kratos. O último desejo dela foi que Kratos e seu filho Atreus espalhassem suas cinzas no pico mais alto dos reinos. Kratos e Atreus tem uma relação distante e a jornada acaba expondo as tensões entre pai e filho.