segunda-feira, 28 de maio de 2018

Crítica - Ibiza: Tudo Pelo DJ




Considerando o nível abominável das comédias feitas pela Netflix esse ano, resultando em atrocidades como Perda Total e Lá Vem os Pais, este Ibiza: Tudo Pelo DJ é relativamente inofensivo, ainda que lhe falte energia e inventividade para fazer a experiência valer a pena.

A narrativa é centrada em Harper (Gillian Jacobs), uma Relações Públicas que tenta ser promovida na empresa em que trabalha. A oportunidade surge quando sua chefe a envia em uma viagem para a Espanha para fechar um contrato com uma marca de bebidas europeia. Harper leva consigo Nikki (Vanessa Bayer) e Leah (Phoebe Robinson) e decide aproveitar o tempo livre no país para curtir. Em sua primeira noite na Espanha ela conhece o DJ Leo West (Richard Madden, o Robb Stark de Game of Thrones). Eles tem um breve flerte e logo se despedem, mas Nikki e Leah encorajam Harper a ir atrás dele em seu próximo show, na ilha de Ibiza, para poder ficar com ele. O problema é que isso deixa pouco tempo para que Harper resolva os negócios de sua empresa.

quarta-feira, 23 de maio de 2018

Crítica - Flash: 4ª Temporada


Análise Crítica - Flash: 4ª Temporada


Review - Flash Season 4
A terceira temporada de Flash foi relativamente morna, mas terminou com um gancho que prometia grandes mudanças nesta quarta temporada. Com Barry (Grant Gustin) na Força da Aceleração a série tinha a oportunidade de usar a ausência dele para desenvolver personagens que não estavam tendo muito espaço como Wally (Keiynan Lonsdale) e Iris (Candice Patton). Além disso o anúncio de que a narrativa finalmente teria como principal antagonista na temporada alguém que não fosse um velocista, o vilão Pensador (Neil Sandilands), parecia o respiro que Flash precisava para se renovar depois da cansativa na terceira temporada. Digo parecia porque a quarta temporada acabou sendo ainda pior. A partir desse ponto, o texto pode conter SPOILERS da quarta temporada.

Era lógico que Barry não ficaria preso na Força da Aceleração para sempre, mas eu imaginei que a série levaria alguns episódios antes de trazê-lo de volta, justamente para que pudéssemos sentir o peso da ausência dele e que outros personagens pudessem ser desenvolvidos. Nada disso aconteceu e Barry retornou já no primeiro episódio, automaticamente tirando qualquer senso de consequência ou peso dramático da temporada anterior. Se eu esperava que Wally pudesse ter algum tempo para crescer como personagem, o texto fez o exato oposto, despachando-o subitamente para a série Legendos of Tomorrow sem ter dado nada relevante para que Wally fizesse em toda sua participação em Flash.

terça-feira, 22 de maio de 2018

Crítica - Horizon Chase Turbo



Análise Crítica - Horizon Chase Turbo

Review - Horizon Chase Turbo
Eu tenho memórias afetuosas de infância envolvendo jogos de corrida como Out Run e Top Gear, então confesso que fiquei bem empolgado com o anúncio deste Horizon Chase Turbo, game indie de corrida que visava remeter a antigos arcade racers como os dois citados no início do parágrafo. Fiquei ainda mais curioso por se tratar de um produto feito por uma desenvolvedora brasileira, a Aquiris. Eu não conhecia o trabalho anterior deles, Horizon Chase World Tour, lançado para dispositivos móveis em 2015, então não sabia o que esperar. Felizmente, o resultado de Horizon Chase Turbo é muito melhor do que eu esperava.

O modo principal é o "Volta ao Mundo", contendo corridas em diferentes países e cidades ao redor do mundo, totalizando mais de 100 pistas. Os circuitos são baseados em cidades reais e é possível perceber o esmero do jogo em recriar os principais marcos arquitetônicos e geográficos desses locais, como o Farol da Barra em Salvador ou o Museu de Arte Contemporânea de Niterói (aquele que parece um disco voador). Vencer as corridas de Volta ao Mundo rendem pontos que servem para abrir mais pistas, modos e carros, com todos os modos comportando até quatro jogadores em multiplayer local.

segunda-feira, 21 de maio de 2018

Crítica - Agents of S.H.I.E.L.D: 5ª Temporada


Análise Crítica - Agents of S.H.I.E.L.D: 5ª Temporada


Review - Agents of S.H.I.E.L.D: Season 5
A quarta temporada de Agents of SHIELD, uma das melhores da série diga-se de passagem, terminava com um instigante gancho: o agente Coulson (Clark Gregg) era sequestrado por pessoas desconhecidas e quando acordava percebia que estava no espaço. Imediatamente teorias começaram a pipocar: será que o final ligaria a série com os eventos da (então) vindoura série dos Inumanos? Será que se conectaria diretamente com os acontecimentos de Vingadores: Guerra Infinita. Eram muitas possibilidades empolgantes, mas quando a temporada nova começou o resultado foi decepcionante e a mais fraca temporada da série desde então. Aviso que o texto a seguir tem SPOILERS da temporada.

Na trama, Coulson e o restante da SHIELD descobre que eles na verdade foram levados ao futuro. Eles estão em uma gigantesca colônia espacial chamada O Farol, que a abriga o que restou da humanidade depois que a Terra foi destruída. A existência humana não é fácil, já que eles são governados com mão de ferro pelos Kree e todos os recursos são controlados. No fim, a temporada não tinha conexão alguma com a série Inumanos (ainda bem, considerado o quanto ela foi ruim e já está devidamente cancelada) ou com o Thanos. O vilão chega a ser citado nominalmente em alguns dos últimos episódios, mas a série não chega a abordar as consequências do que acontece no final de Vingadores: Guerra Infinita.

sábado, 19 de maio de 2018

Crítica - 13 Reasons Why: 2ª Temporada


Análise Crítica - 13 Reasons Why: 2ª Temporada


Review - 13 Reasons Why: 2ª Temporada
Quando escrevi sobre a primeira temporada de 13 Reasons Why falei que apesar de ficar curioso sobre a resolução de algumas pontas soltas, em especial o processo contra a escola e as denúncias de estupro contra Bryce (Justin Prentice), não considerava que a série tinha material para sustentar uma segunda temporada. Sugeri que talvez tivesse sido melhor que a temporada tivesse dois ou três episódios a mais para resolver isso do que mais uma temporada com outros treze episódios ou que ela tivesse permanecido do jeito que estava, ficando como uma minissérie. Depois de ver essa segunda temporada, fico triste em perceber que meu diagnóstico estava correto e o resultado é um segundo ano inchado, arrastado, redundante e apologético. A partir desse ponto o texto contém SPOILERS.

A trama começa meses depois da temporada anterior com o início do julgamento do processo da mãe (Kate Walsh) de Hannah (Katherine Langford) contra a escola. A acusação quer mostrar como a escola foi negligente no tratamento do bulliyng enquanto que a defesa tenta pintar Hannah como uma garota irresponsável e namoradeira que sofreu as consequências das próprias ações. Ao mesmo tempo, Clay (Dylan Minette, que este ano protagonizou o horrendo Vende-se Esta Casa) precisa lidar com o trauma ainda presente da morte de Hannah e com a descoberta de que Bryce possivelmente estuprou mais garotas além de Hannah e Jessica (Alisha Boe).

sexta-feira, 18 de maio de 2018

Crítica - Ni No Kuni 2: Revenant Kingdom


Análise Crítica - Ni No Kuni 2: Revenant Kingdom


Review - Ni No Kuni 2: Revenant Kingdom
Ni No Kuni 2: Revenant Kingdom é um daqueles jogos com potencial de arruinar sua vida. É fácil se perder no imersivo e imenso mundo que ele constrói e na quantidade de atividades que ele te dá, quando mal percebemos já é uma da manhã e ainda assim você quer terminar mais uma missão.

Não é preciso ter jogado o primeiro Ni No Kuni para entender o que se passa aqui. A trama do novo game acontece séculos depois do original e é centrada em Evan, o jovem príncipe do reino de Ding Dong Dell. No dia de sua coração, depois da trágica morte do seu pai, o principal conselheiro real inicia um golpe de estado e toma o controle do reino para si. Evan escapa e decide recuperar seu trono, iniciando assim uma mágica jornada que eventualmente envolverá salvar o mundo de uma sombria ameaça com a ajuda de seus companheiros e uma pequena criatura mágica chamada Lofty (que parece a Lisa Simpson sob efeito de crack).

quinta-feira, 17 de maio de 2018

Crítica - A Barraca do Beijo (The Kissing Booth)


Análise Crítica - A Barraca do Beijo


Review - The Kissing Booth
Na superfície A Barraca do Beijo é uma daquelas comédias românticas adolescentes descartáveis e, bem, é só isso mesmo, o filme nunca vai além do superficial e dos clichês. Não é algo que vai te fazer passar raiva e detestar tudo, mas tampouco é uma fita que te deixa uma sensação de satisfação quando os créditos começam a subir.

Elle (Joey King) é uma garota que começou a se apaixonar por Noah (Jacob Elordi), irmão mais velho de Lee (Joel Courtney), seu melhor amigo. Ela e Lee fizeram um acordo para nunca namorarem parentes uns dos outros, mas quando Elle acidentalmente beija Noah na barraca do beijo da escola, fica difícil para a garota conter seus sentimentos. Assim, ela e Noah começam a namorar escondidos, temendo contar para Lee que estão apaixonados.

Sim, o enlace amoroso acontece já no início do filme e o maior conflito, que não é lá muito convincente, é o melhor amigo de Elle não aprovar a relação. O principal problema disso é que tudo soa como um obstáculo arbitrário para o relacionamento do casal, sem muita razão de existir que não forçar um conflito em uma trama que de outro modo não teria nenhum. Mais para frente Lee tenta justificar a regra dizendo que sempre viveu à sombra do irmão mais velho, mas se sua motivação sempre foi essa porque a regra dele e Elle diz respeito a todos os parentes? Se eles são melhores amigos que sempre foram sinceros um para outro soa estranho que Lee nunca tenha falado sobre o assunto com Elle. Isso sem falar do problema que é ter um conflito principal consistindo basicamente de dois homens disputando o controle de uma mulher como se fosse uma posse (Lee chega a dizer que Elle é a única "coisa" ele tinha e o irmão não), o que soa completamente anacrônico e inadimissível em pleno 2018.

quarta-feira, 16 de maio de 2018

Crítica - Paris 8


Análise Crítica - Paris 8


Review - Mes Provinciales
Um filme francês em preto e branco que acompanha as andanças de um personagem através de Paris enquanto ele trava longas conversas sobre cinema, literatura, música e filosofia. Essa parece a descrição de algo feito por alguma vanguarda europeia da década de 50 ou 60, mas pertence a Paris 8, um filme feito em 2018.

A narrativa é centrada em Etienne (Adranic Manet), um jovem que sai da cidade de Lyon para estudar cinema em Paris. Lá ele conhece dois outros estudantes que compartilham sua paixão sobre cinema, mas ao longo do ano eles enfrentarão dificuldades que colocam dúvidas sobre seus sonhos de se tornarem grandes autores.

É uma premissa típica de uma narrativa de formação, com um jovem deixando sua pequena cidade para perseguir seus sonhos na cidade grande enquanto lida com a desilusão dos obstáculos que surgem pelo caminho. Nesse sentido, o filme capta de maneira genuína as angústias do jovem estudante de cinema enquanto ele busca sua própria voz enquanto artista, experimenta dificuldades em se estabelecer no meio profissional e dissabores amorosos. Ciente do quanto é difícil produzir algo que seja relevante quando já existem tantas obras de arte magistrais no mundo, Etienne é excessivamente crítico de si mesmo, de suas próprias realizações e essa insegurança quanto ao seu lugar no mundo e seu próprio valor é algo com que todos podemos nos relacionar.

terça-feira, 15 de maio de 2018

Crítica - Deadpool 2

Análise Crítica - Deadpool 2


Review - Deadpool 2
O primeiro Deadpool (2016) tinha sido uma grata surpresa graças ao seu senso de humor anárquico que brincava com as convenções e saturação dos filmes de super-heróis. Esse Deadpool 2 tem muito do que fez o original ser tão bacana, ainda que repita também os mesmos problemas.

Depois dos eventos do filme anterior, Wade Wilson (Ryan Reynolds) continua ganhando a vida como o mercenário tagarela Deadpool. A vida de Deadpool muda com a chegada do misterioso Cable (Josh Brolin), um viajante do tempo que deseja assassinar um jovem mutante para impedir uma catástrofe no futuro, e Deadpool decide proteger o garoto, formando uma nova equipe de mutantes para dar cabo de Cable.

Assim como o primeiro filme, a trama é bem simplória e por vezes esse esforço em construir um arco dramático e desenvolver temas sobre família e relacionamentos quebra o ritmo do humor surtado e sem noção que é característico do personagem. Há uma certa pieguice no modo como toda a questão de redenção e família é costurada na trama que provoca um contraste com a natureza imatura e irreverente do resto do filme e nem mesmo as piadas autoconscientes sobre isso diluem essa pieguice.

segunda-feira, 14 de maio de 2018

Crítica - O Alienista (The Alienist)


Resenha Crítica - O Alienista (The Alienist)


Review - O Alienista (The Alienist)Enquanto gênero literário, a narrativa policial surge na segunda metade do século XIX embalada pela força que o pensamento positivista vinha ganhando no campo das ciências e pela maneira como essas ciências positivistas desenvolviam métodos e técnicas que auxiliavam nas investigações criminais. A série O Alienista, baseada no romance de Caleb Carr, trata justamente desses primeiros passos das ciências criminais.

A trama se passa na Nova Iorque do século XIX e é centrada no médico alemão Laszlo Kreizler (Daniel Bruhl). Laszlo é um alienista, alguém que pesquisa e trata pessoas com problemas mentais, basicamente sendo um psiquiatra rudimentar. Quando uma série de assassinatos brutais envolvendo jovens homossexuais começa a aterrorizar a cidade, o alienista decide investigar que tipo de pessoa seria capaz de cometer tais crimes. Para isso, ele conta com a ajuda do desenhista e jornalista John Moore (Luke Evans) e da policial Sara Howard (Dakota Fanning), a primeira mulher a integrar a polícia de Nova Iorque.