Os Estranhos (2008) era um terror bem esquecível, tanto que eu nem
lembrava da existência dele ou de tê-lo visto até ver os primeiros materiais de
divulgação desta continuação tardia Os
Estranhos: Caçada Noturna. O filme original surfava na onda do torture porn do início dos anos 2000 ao
apresentar um trio de assassinos que atormentava uma família sem muita razão
aparente, mas também sem usar esses eventos para propor qualquer tipo de
reflexão sobre a violência cotidiana ou as representações das mesmas pelo
cinema.
Esse segundo filme segue um molde
similar, com a família encabeçada por Mike (Martin Henderson) e Cindy
(Christina Hendricks) chegando a uma isolada casa de campo e sendo
imediatamente perseguida por um trio de encapuzados. A família está em
conflito, aparentemente por conta de uma ação da filha mais nova, e a viagem
seria uma forma deles tentarem resolver os problemas antes que a filha partisse
para um colégio interno.
Todo esse conflito é construído de
maneira bem vaga, nunca explicitando o que exatamente aconteceu, tampouco
fazendo qualquer esforço para transformar esse conflito em um arco dramático
para seus personagens. Uma vez que os estranhos aparecem, todos os problemas
não esquecidos e o texto nunca retorna a abordá-los. Isso nem seria um problema
se houvesse uma tensão bem construída ou mortes chocantes e criativas, mas
mesmo os momentos de terror não impressionam como deveriam.