segunda-feira, 11 de junho de 2018

Crítica – Jurassic World: Reino Ameaçado


Análise Crítica – Jurassic World: Reino Ameaçado


Review – Jurassic World: Reino AmeaçadoJurassic World: O Mundo dos Dinossauros (2015) era uma colagem rasa das principais cenas de ação da franquia costurada por uma versão requentada da trama do filme original de 1993. Apesar de ser um fanservice preguiçoso, ainda que carismático, conseguiu arrecadar mais de um bilhão e meio, logicamente gerando uma continuação, este Jurassic World: Reino Ameaçado. O filme prometia levar a franquia a novas direções, mas só faz isso em seus últimos minutos e até chegar lá o público precisa se contentar com uma reciclagem da trama de O Mundo Perdido (1997).

Anos depois dos eventos do filme anterior, a Ilha Nublar está ameaçada por uma erupção vulcânica. Preocupada com o destino dos dinossauros que lá habitam, Claire (Bryce Dallas Howard) lidera uma campanha para que o governo evacue os répteis, porque claro, nada melhor que torrar o dinheiro do contribuinte para salvar criaturas que nem deveriam existir e que causariam um imenso desequilíbrio ecológico para toda fauna e flora do planeta caso fossem soltas na natureza, ameaçando todas as criaturas vivas. Quando o governo logicamente nega o auxílio, Claire é abordada por Eli Mills (Rafe Spall), que se apresenta como um ambientalista que visa preservar os dinossauros e pede a ajuda dela em uma operação de resgate. Claire decide pedir ajuda para Owen (Chris Pratt), já que ele é o único capaz de interagir com a velociraptor Blue, mas chegando na ilha a dupla descobre que os planos de Eli eram muito mais nefastos.

sexta-feira, 8 de junho de 2018

Crítica – No Olho do Furacão


Análise Crítica – No Olho do Furacão


Review – No Olho do Furacão
Meu primeiro pensamento ao entrar para assistir No Olho do Furacão foi: “eu não já vi esse filme antes”? Na verdade eu tinha confundido com No Olho do Tornado (2014), que não tem nenhuma relação com este No Olho do Furacão além do fato de ambos serem filmes muito ruins sobre ciclones.

A trama é centrada no meteorologista Will (Toby Kebbell), que está em uma pequena cidade no sul dos Estados Unidos para investigar a formação de uma possível supertempestade na região. A cidade, que abriga uma instalação do governo federal de descarte de cédulas de dinheiro velhas, é evacuada por precaução, mas bandidos tomam o controle do prédio do governo para roubar os milhões armazenados ali, usando o furacão como cobertura. Sim, os vilões conceberam um plano que só poderia ser executado na ocorrência de um furacão forte o bastante para motivar uma evacuação da cidade, o que é estranhamente específico e imprevisível. O que eles fariam se um evento climático dessa magnitude não acontecesse? Iam esperar até morrer de velhice? De todo modo, a agente federal Casey (Maggie Grace) é a única a não ser capturada pelos bandidos e com a ajuda de Will tentará deter o audacioso (ou estúpido) roubo.

quarta-feira, 6 de junho de 2018

Crítica – Oito Mulheres e Um Segredo


Análise Crítica – Oito Mulheres e Um Segredo


Review – Oito Mulheres e Um Segredo
Assim como a trilogia dirigida por Steven Soderbergh e estrelada por George Clooney, Oito Mulheres e Um Segredo é uma aventura estilosa que se apoia no carisma de suas estrelas. Este spin-off feminino, no entanto, não consegue alcançar todo o potencial que sua premissa e elenco prometiam.

A trama começa quando Debbie Ocean (Sandra Bullock), irmã do Danny Ocean da trilogia original, sai da cadeia e contata Lou (Cate Blanchett), sua antiga parceira de crimes. Debbie propõe a Lou um audacioso roubo de joias que, assim como o roubo de Danny em Onze Homens e Um Segredo (2001), também esconde uma motivação pessoal.

Como os trailers já evidenciavam, o elenco é bem entrosado e seus diálogos são precisos no timing cômico, criando um sentimento crível de amizade e camaradagem entre as personagens. Sandra Bullock é eficiente em convencer da lábia e malandragem de Debbie, se valendo constantemente do fato de ser subestimada para conseguir aplicar seus golpes.

terça-feira, 5 de junho de 2018

Crítica - A Morte de Stalin


Análise Crítica - A Morte de Stalin



Review - A Morte de Stalin
Tinha minhas dúvidas se uma abordagem cômica funcionaria para contar uma história tão brutal e sombria quanto a do caos que sucedeu a morte de Josef Stalin e todas as disputas de poder entre as lideranças soviéticas, mas A Morte de Stalin consegue fazer essa sátira política dar certo sem perder de vista o peso de todos aqueles eventos. Seu retrato jocoso sobre os bastidores da política soviética inclusive fez o filme ser proibido Rússia.

Como o próprio título sugere, a trama começa com a morte de Stalin (Adrian McLoughlin) e o resto das lideranças imediatamente começa a maquinar quem irá suceder o líder morto como governante da União Soviética. O eleito para o comando é Georgy Malenkov (Jeffrey Tambor), mas nem todos os ministros concordam e começam a arquitetar suas próprias tentativas de tomar o controle, principalmente Lavrenti Beria (Simon Russell Beale) e Nikita Khrushchev (Steve Buscemi).

O diretor Armando Ianucci traz aqui o mesmo niilismo cômico de sua série Veep (sobre os bastidores da política dos Estados Unidos), apresentando os líderes soviéticos como sujeitos mesquinhos, egoístas, imaturos e sem qualquer convicção ou ideologia além do desejo de poder (não muito diferente de políticos reais, na verdade). Nenhum deles tem qualquer projeto para o país ou desejo de mudar qualquer coisa, eles apenas querem uma posição de poder para manter privilégios e salvar o próprio pescoço, já que uma posição baixa na hierarquia significaria estar sujeito aos caprichos da liderança incluindo o risco de ser considerado um traidor a qualquer minuto.

segunda-feira, 4 de junho de 2018

Crítica - Os Estranhos: Caçada Noturna


Análise Crítica - Os Estranhos: Caçada Noturna


Review - Os Estranhos: Caçada NoturnaOs Estranhos (2008) era um terror bem esquecível, tanto que eu nem lembrava da existência dele ou de tê-lo visto até ver os primeiros materiais de divulgação desta continuação tardia Os Estranhos: Caçada Noturna. O filme original surfava na onda do torture porn do início dos anos 2000 ao apresentar um trio de assassinos que atormentava uma família sem muita razão aparente, mas também sem usar esses eventos para propor qualquer tipo de reflexão sobre a violência cotidiana ou as representações das mesmas pelo cinema.

Esse segundo filme segue um molde similar, com a família encabeçada por Mike (Martin Henderson) e Cindy (Christina Hendricks) chegando a uma isolada casa de campo e sendo imediatamente perseguida por um trio de encapuzados. A família está em conflito, aparentemente por conta de uma ação da filha mais nova, e a viagem seria uma forma deles tentarem resolver os problemas antes que a filha partisse para um colégio interno.

Todo esse conflito é construído de maneira bem vaga, nunca explicitando o que exatamente aconteceu, tampouco fazendo qualquer esforço para transformar esse conflito em um arco dramático para seus personagens. Uma vez que os estranhos aparecem, todos os problemas não esquecidos e o texto nunca retorna a abordá-los. Isso nem seria um problema se houvesse uma tensão bem construída ou mortes chocantes e criativas, mas mesmo os momentos de terror não impressionam como deveriam.

sexta-feira, 1 de junho de 2018

Reflexões Boêmias - Vinte anos do fim de Seinfeld e o legado do "nada"


O legado de Seinfeld


Em 14 de maio de 1998 era exibido The Finale episódio final da série Seinfeld, que durou nove temporadas, foi um fenômeno da televisão, constantemente aparecendo em listas de melhores séries de todos os tempos, e tornou seu criador, o comediante Jerry Seinfeld, em um bilionário. Aproveitando o aniversário de vinte anos do fim da série (eu planejava ter esse texto pronto no dia exato dos vintes anos, mas infelizmente não pude), vou tentar refletir um pouco sobre o impacto que ela teve na paisagem televisiva da sua época e porque ela foi tão celebrada.

Uma série sobre "nada"?


O principal "argumento" de venda das publicidades da série, que é usado até hoje, é o fato de que a série era supostamente "sobre nada". O que isso quer dizer? Que a série não tinha enredo ou construção temática? Se olharmos os episódios em si, veremos que não é o caso. É bem fácil afirmar que Seinfeld é "sobre alguma coisa". Eu poderia dizer que sobre um grupo de adultos imaturos, egoístas e neuróticos, que é sobre a vida na cidade de Nova Iorque, então nesse sentido não seria uma série "sobre nada".

quinta-feira, 31 de maio de 2018

Crítica - Han Solo: Uma História Star Wars


Análise Crítica - Han Solo: Uma História Star Wars


Review - Han Solo: Uma História Star Wars
Com uma produção conturbada que incluiu a demissão dos diretores Phil Lord e Chris Miller durantes as gravações e a entrada de Ron Howard para finalizar o filme, eu não esperava muita coisa deste Han Solo: Uma História Star Wars. Felizmente, o resultado final não é tão problemático quanto imaginava, sendo uma aventura divertida, mas esquecível.

A narrativa segue a juventude de Han Solo (Alden Ehrenreich) e suas primeiras aventuras, mostrando como ele fugiu de seu planeta natal Corellia e adentrou pelo submundo da galáxia. Em suas viagens ele conhece o ladrão Beckett (Woody Harrelson), que se torna uma espécie de mentor para ele, e busca reencontrar sua amiga de infância Qi'ra (Emilia Clarke).

O longa-metragem promete nos mostrar como Han se tornou o contrabandista cínico, durão e egoísta que conhecemos no Star Wars original, mas tudo que o filme faz é exibir como ele conseguiu suas coisas (nave, pistola) e encontrou seus principais aliados, sem construir essa prometida jornada emocional e assim falha em justificar sua própria existência. Os demais coadjuvantes também não tem muito desenvolvimento, o que até prejudica uma reviravolta próxima ao fim quando Qi'ra toma uma decisão que não parece justificada pelo pouco que a conhecemos, seja em termos de roteiro ou da atuação de Emilia Clarke que não dá a Qi'ra ambiguidade o suficiente para que ela convença como a femme fatale que a trama quer que a personagem se torne.

quarta-feira, 30 de maio de 2018

Crítica - Desejo de Matar


Análise Crítica - Desejo de Matar


Review - Desejo de Matar
Muita gente pode dizer que o principal problema desta nova versão de Desejo de Matar é o timing. Que ser lançado em meio às discussões sobre violência armada abre o filme a questionamentos que talvez não seriam feitos ou percebidos em outros contextos. Não são considerações completamente equivocadas, mas não é somente o timing que torna o filme problemático e mesmo sob um olhar afastado de todo a questão do porte de armas a obra não se sustenta e o que sobra é um produto sem substância que não entende o que tornou o original tão interessante.

Quando se fala em Desejo de Matar, em geral as pessoas lembram das explosivas continuações, mas o primeiro filme, de 1974, tinha uma carga dramática séria e refletia sobre o poder destrutivo da violência. Não havia catarse ou reparação na jornada de Kersey e a violência (dos bandidos, dele próprio) destruía tudo ao seu redor. Essa nova versão não tem nenhum desses componentes e não constrói nenhum tipo de ponderação sobre a violência em nossa sociedade. Não que ele tivesse obrigação de fazer qualquer uma dessas coisas, mas uma vez retirados esses elementos resta apenas uma trama de vingança igual a dúzias de outras que o cinema hollywoodiano produz anualmente.

terça-feira, 29 de maio de 2018

Crítica - The Good Fight: 2ª Temporada

Análise Crítica - The Good Fight: 2ª Temporada


Review - The Good Fight: 2ª Temporada
"Quando Carl Reddick nasceu, haviam nazistas marchando nas ruas. Quando Carl Reddick morreu, haviam nazistas marchando nas ruas". Dita durante os primeiros minutos do início desta segunda temporada de The Good Fight, a frase faz um paralelo entre a ascensão do conservadorismo no momento pré Segunda Guerra Mundial (nazistas marchando na Alemanha) e a emergência de forças ultraconservadoras nos Estados Unidos de hoje (com nazistas marchando na cidade de Charlottesville), dando o tom crítico e combativo que a série continua a ter da conjuntura política e, assim como a temporada anterior, prendendo nossa atenção desde a primeira cena.

A trama começa com uma série de assassinatos a advogados, criando uma espécie de movimento intitulado "Kill All Lawyers" ("Matem Todos os Advogados") e com as autoridades pressionando Maia (Rose Leslie) para entregar o pai depois que ele fugiu do país no fim da primeira temporada. Ao mesmo tempo, Diane (Christine Baranski) precisa lidar com o clima de desesperança que se abate sobre ela frente ao que acontece com o país e em seu casamento com Kurt (Gary Cole), enquanto Lucca (Cush Jumbo) descobre estar grávida de Colin (Justin Bartha).

segunda-feira, 28 de maio de 2018

Crítica - Ibiza: Tudo Pelo DJ




Considerando o nível abominável das comédias feitas pela Netflix esse ano, resultando em atrocidades como Perda Total e Lá Vem os Pais, este Ibiza: Tudo Pelo DJ é relativamente inofensivo, ainda que lhe falte energia e inventividade para fazer a experiência valer a pena.

A narrativa é centrada em Harper (Gillian Jacobs), uma Relações Públicas que tenta ser promovida na empresa em que trabalha. A oportunidade surge quando sua chefe a envia em uma viagem para a Espanha para fechar um contrato com uma marca de bebidas europeia. Harper leva consigo Nikki (Vanessa Bayer) e Leah (Phoebe Robinson) e decide aproveitar o tempo livre no país para curtir. Em sua primeira noite na Espanha ela conhece o DJ Leo West (Richard Madden, o Robb Stark de Game of Thrones). Eles tem um breve flerte e logo se despedem, mas Nikki e Leah encorajam Harper a ir atrás dele em seu próximo show, na ilha de Ibiza, para poder ficar com ele. O problema é que isso deixa pouco tempo para que Harper resolva os negócios de sua empresa.