Uma Quase Dupla prometia ser uma versão brasileira dos “filmes de
parceiros” hollywoodianos como Máquina
Mortífera (1987), criando uma comédia de ação protagonizada por dois
detetives com personalidades opostas. Como esse é um filão pouco explorado pelo
cinema brasileiro, entrei para assistir torcendo por um resultado positivo, mas
lamentavelmente não é isso que acontece.
A trama acompanha Keyla (Tatá
Werneck) uma durona policial carioca que é enviada para uma pacata cidade do
interior para ajudar na investigação de um estranho homicídio que a polícia
local não sabe como lidar. Lá ela recebe ajuda de Cláudio (Cauã Reymond), um
atrapalhado policial da cidade. Ao longo da investigação novas mortes começam a
ocorrer e Keyla desconfia se tratar de um assassino em série.
Os personagens apresentam uma
curiosa inversão de expectativas, com Tatá Werneck, famosa por seu talento
cômico, assumindo a personagem mais séria enquanto que Cauã fica com o lado
pacato e incompetente da dupla. Poderia dar muito errado, mas os atores fazem
funcionar, principalmente Cauã que abraça sem medo a estupidez ingênua de seu
personagem enquanto que Tatá adota a postura intransigente que assumia em
esquetes como o “Entrevista com o Especialista” do seu programa no Multishow.