sexta-feira, 13 de julho de 2018

Crítica – The Handmaid’s Tale: 2ª Temporada


Análise Crítica – The Handmaid’s Tale: 2ª Temporada


Review – The Handmaid’s Tale: 2ª Temporada
A primeira temporada de The Handmaid’s Tale (O Conto da Aia em português) foi uma das melhores séries do ano passado. Ambientado em um universo distópico no qual o governo dos Estados Unidos sofreu um golpe de estado e se tornou uma teocracia, o seriado alertava para os perigos de misturar política e religião, bem como os riscos para direitos civis e liberdades individuais que essas forças conservadoras representam.

Havia, no entanto, o temor que essa segunda temporada não conseguisse ser tão boa quanto o seu ano estreia. Primeiro porque era um patamar alto demais para conseguir ser alcançado novamente e segundo pois essa nova temporada não tinha mais o suporte do livro escrito por Margaret Atwood, já que o primeiro ano tinha coberto o romance praticamente inteiro exceto por seu epílogo. A verdade é que este segundo ano é um pouco inferior ao anterior, mas ainda assim continua sendo bastante contundente em seu exame sobre como seria viver sob a égide de um governo religioso e machista. Aviso que a partir desse ponto o texto pode conter SPOILERS da temporada.

A trama começa no ponto em que a primeira temporada parou, com June (Elizabeth Moss) grávida tentando fugir de Gilead para o Canadá com a ajuda de Nick (Max Minghella) e a partir daí acompanhamos os desafios dela em tentar cruzar a fronteira ao mesmo tempo em que o coronel Waterford (Joseph Fiennes) tenta trazer June de volta para sua casa.

quinta-feira, 12 de julho de 2018

Crítica – Samantha!: 1ª Temporada


Análise Crítica – Samantha!: 1ª Temporada


Review – Samantha!: 1ª Temporada
Não sabia o que esperar desta primeira temporada Samantha!, série brasileira feita pela Netflix, mas o que encontrei foi um divertido deboche do universo televisivo brasileiro, bem como do culto às celebridades e à busca da fama como um fim em si mesmo. A trama é centrada em Samantha (Emanuelle Araújo), uma mulher que fez sucesso na televisão na década de oitenta, quando ainda era criança e apresentava um programa infantil. Agora, adulta e com dois filhos, ela continua a tentar fazer sucesso, prendendo-se ao seu passado como estrela mirim e inventando esquemas mirabolantes para voltar à televisão.

Parte do passado televisivo de Samantha é mostrado através de flashbacks e essas cenas são uma paródia certeira dos programas infantis brasileiros na década de oitenta, com direito a dançarinas com pernas de fora, conteúdos inapropriados para o público mirim e publicidades que não deveriam ser para crianças, como menções a cerveja e cigarros. Isso sem falar na fidelidade da criação dos sets do programa infantil que reproduzem o tipo de espaço e figurino, com direito a um excesso de cores neons, e as canções cantadas pelas personagens, com direito a mensagens subliminares quando tocadas ao contrário, tal qual a lenda urbana envolvendo as músicas da Xuxa.

Conheçam os indicados ao Emmy 2018


Emmy 2018 Nominees


A Academia de Artes e Ciências Televisivas dos EUA divulgou os indicados para o Emmy 2018. Game of Thrones foi a mais lembrada na categoria drama, faturando 22 indicações, enquanto que Atlanta foi a mais indicada no campo da comédia, sendo indicada a 16 prêmios. Nas minisséries a mais lembrada foi American Crime Story: O Assassinato de Gianni Versace. A premiação acontece no dia 17 de setembro e será apresentada por Colin Jost e Michael Che, comediantes do Saturday Night Live. No Brasil a cerimônia será exibida pelo canal a cabo TNT. Confiram abaixo a lista de indicados:

quarta-feira, 11 de julho de 2018

Crítica – Arranha-Céu: Coragem Sem Limites


Análise Crítica – Arranha-Céu: Coragem Sem Limites


Review – Arranha-Céu: Coragem Sem Limites
Na superfície Arranha-Céu: Coragem Sem Limites parece uma colagem pouco inspirada de Duro de Matar (1988) com pitadas de Inferno na Torre (1974) e, bem, é só isso mesmo. Não é exatamente um produto ruim, mas é tão derivativo, sem personalidade e apoiado em refazer cenas que já vimos em filmes melhores que não me produziu nada além de apatia.

A trama é centrada em Will Sawyer (Dwayne “The Rock” Johnson), um ex-militar que depois de perder a perna em combate passou a trabalhar com segurança privada. Ele é contratado pelo bilionário Zhao (Chin Han) para avaliar a segurança de seu novo empreendimento: o Pérola, um arranha-céu tão grande que é praticamente uma cidade vertical. A avaliação de Will está quase acabando quando criminosos armados invadem o prédio e incendeiam parte dos andares, incluindo o pavimento no qual a família de Will está. Assim, o protagonista precisa salvar a família e deter os criminosos.

The Rock se afasta um pouco dos tipos invencíveis que vinha fazendo, como no recente Rampage: Destruição Total, para assumir a persona de um herói mais vulnerável, nos moldes do John McClane de Duro de Matar. Além das dificuldades envolvendo sua prótese na perna, Will se fere a cada confronto, precisando parar para improvisar curativos e pensar cuidadosamente suas ações. Tudo isso ajudaria a construir uma sensação de perigo e nos fazer temer pelo personagem conforme seus ferimentos se agravam, mas é tudo tão igual a Duro de Matar e seus muitos clones, que nada soa genuíno, mesmo com o carisma de The Rock.

terça-feira, 10 de julho de 2018

Crítica – Uma Quase Dupla

Análise Crítica – Uma Quase Dupla


Review – Uma Quase Dupla
Uma Quase Dupla prometia ser uma versão brasileira dos “filmes de parceiros” hollywoodianos como Máquina Mortífera (1987), criando uma comédia de ação protagonizada por dois detetives com personalidades opostas. Como esse é um filão pouco explorado pelo cinema brasileiro, entrei para assistir torcendo por um resultado positivo, mas lamentavelmente não é isso que acontece.

A trama acompanha Keyla (Tatá Werneck) uma durona policial carioca que é enviada para uma pacata cidade do interior para ajudar na investigação de um estranho homicídio que a polícia local não sabe como lidar. Lá ela recebe ajuda de Cláudio (Cauã Reymond), um atrapalhado policial da cidade. Ao longo da investigação novas mortes começam a ocorrer e Keyla desconfia se tratar de um assassino em série.

Os personagens apresentam uma curiosa inversão de expectativas, com Tatá Werneck, famosa por seu talento cômico, assumindo a personagem mais séria enquanto que Cauã fica com o lado pacato e incompetente da dupla. Poderia dar muito errado, mas os atores fazem funcionar, principalmente Cauã que abraça sem medo a estupidez ingênua de seu personagem enquanto que Tatá adota a postura intransigente que assumia em esquetes como o “Entrevista com o Especialista” do seu programa no Multishow.

segunda-feira, 9 de julho de 2018

Crítica – Good Girls: 1ª Temporada


Análise Crítica – Good Girls: 1ª Temporada


Review – Good Girls: 1ª Temporada
Tive curiosidade em conferir a primeira temporada da série Good Girls por sua premissa parecer uma espécie de versão mais cômica de Breaking Bad e pela presença da atriz Christina Hendricks (a Joan de Mad Men). A premissa poderia render uma comédia crítica sobre as contradições e problemas da classe média dos Estados Unidos, mas essa temporada de estreia nunca explora suas ideias de maneira satisfatória.

A série é centrada em três mulheres, cada uma com problemas financeiros de natureza diferente. Beth (Christina Hendricks) é uma pacata dona de casa que vê seu casamento naufragar ao descobrir que seu marido, Dean (Matthew Lilard), não só a está traindo com a secretária como também perdeu boa parte das economias do casal em investimentos ruins. Annie (Mae Whitman), a irmã de Beth, trabalha como caixa em um supermercado e está prestes a perder a guarda da filha para seu rico ex-namorado, não tendo condições de pagar um advogado. Já a garçonete Ruby (Retta) está com dificuldades para pagar o caro tratamento médico da filha e teme que seus problemas financeiros custem a vida da garota.

sábado, 7 de julho de 2018

Crítica - Homem Formiga e a Vespa


Análise Crítica - Homem Formiga e a Vespa


Review - Homem Formiga e a Vespa
O primeiro Homem-Formiga (2015) contava uma história de origem bem aderente às fórmulas que a Marvel estabeleceu para seus filmes, mas conseguia ser moderadamente divertido. Este Homem-Formiga e a Vespa tenta se distanciar um pouco das fórmulas sendo um pouco melhor que o anterior, ainda que continue exibindo os mesmos problemas que vêm com o “padrão Marvel”.

A trama se passa depois dos eventos de Capitão América: Guerra Civil (2016), mas antes do que acontece em Vingadores:Guerra Infinita (2018). Depois de ter sido preso por ajudar o Capitão América, Scott Lang (Paul Rudd) faz um acordo com o governo, abrindo mão de ser o Homem-Formiga e é colocado em prisão domiciliar. Enquanto isso, Hank Pym (Michael Douglas) e Hope (Evangeline Lilly) buscam um jeito de resgatar Janet (Michelle Pfeiffer), a Vespa original, do reino quântico depois de Scott ter retornado de lá no filme anterior. Os planos da dupla, no entanto, são observados de perto pela misteriosa Fantasma (Hannah John-Kamen), que tem seus próprios planos envolvendo a dimensão quântica.

quarta-feira, 4 de julho de 2018

Crítica – Fevereiros


Análise Crítica – Fevereiros


Review – Fevereiros
Documentários sobre artistas da música se tornaram um grande filão comercial do cinema brasileiro nos últimos anos. A maioria deles segue o padrão “talking heads” com entrevistas estáticas ocasionalmente intercaladas com imagens de arquivo e embora este Fevereiros siga essa estrutura base, sua protagonista, a cantora Maria Bethânia, é tão fascinante que é difícil não se envolver com ela.

O documentário tem um recorte específico sobre a vida da cantora, tendo como ponto de partida a homenagem feita a Bethânia pela escola de samba carioca Mangueira, cujo samba-enredo no ano de 2016 foi uma celebração dos 50 anos de carreira de Bethânia. Poderia ser meramente um filme publicitário sobre um samba-enredo vencedor (e talvez seja), mas o filme ganha força ao ir um pouco além da história pessoal de sua protagonista e tentar entender as matrizes culturais que tanto a influenciaram.

Nesse sentido, o filme é tanto um exame das influências de Bethânia como da importância das tradições religiosas do Recôncavo da Bahia para a cultura e para música brasileira (afinal, o samba de roda nasceu no Recôncavo). São nos momentos em que o filme explora as festas populares e religiosas de Santo Amaro, derivadas tanto de matrizes católicas quanto das religiões afro-brasileiras, em que ele se afasta um pouco mais das estruturas mais típicas do documentário musical brasileiro para acompanhar as festas e as andanças de Bethânia pelas ruas da cidade.

terça-feira, 3 de julho de 2018

Crítica – Duck Butter


Análise Crítica – Duck Butter

Review – Duck ButterVer as agruras de um casal discutindo a natureza de sua relação, se bem feito, pode fornecer muitos insights sobre a condição humana, como formamos nossas conexões e como nos relacionamos uns com os outros, um bom exemplo disso é Antes da Meia-Noite (2013) e os outros dois filmes anteriores que compõem a trilogia. Quando esse “filme de DR”, por outro lado, não é bem realizado, se torna um aborrecido exercício de paciência conforme acompanhamos pessoas desinteressantes reclamarem de coisas sobre as quais não damos a mínima, como no caso do sonolento À Beira Mar (2015). Este Duck Butter, dirigido pelo porto-riquenho Miguel Arteta (responsável por Jantar Com Beatriz), não chega a nenhum desses extremos, ficando em um meio termo entre eles.

A trama é centrada em Nima (Alia Shawkat, a Maeby de Arrested Development), uma jovem atriz que ainda espera sua grande chance para emplacar a carreira. Depois de um dia frustrante de trabalho Nima conhece a cantora e compositora Sergio (Laia Costa) e ambas se interessam uma pela outra. Sergio propõe que elas passem 24 horas juntas para tentarem se conectar.

segunda-feira, 2 de julho de 2018

Crítica – GLOW: 2ª Temporada


Análise Crítica – GLOW: 2ª Temporada


Review Crítica – GLOW: 2ª Temporada
A primeira temporada de GLOW foi uma grata surpresa ao conseguir equilibrar drama e comédia ao contar a história de um grupo de atrizes na década de 80 tentando emplacar um programa televisivo sobre luta-livre feminina. Esta segunda temporada consegue manter o nível da primeira enquanto tenta aprofundar suas personagens e relações entre elas.

A trama começa pouco tempo depois do fim da temporada anterior, com as lutadoras se reunindo para iniciar uma nova temporada do seu programa enquanto enfrentam novos desafios para se manterem no ar e exigências da emissora. Ruth (Alison Brie) tenta ajudar o mal-humorado diretor Sam (Marc Maron) ao mesmo tempo em que tenta reparar sua complicada relação com a colega Debbie (Betty Gilpin) que agora é uma produtora do programa.

Com apenas dez episódios de cerca de meia hora cada, a série alterna entre episódios mais dedicados ao arco maior da temporada e outros mais autocontidos. Isso poderia resultar em um ritmo inconsistente, mas cada episódio consegue trazer um desenvolvimento consistente dos personagens ao ponto em que nenhum deles soa como filler. Na verdade, o efeito é oposto e quando cheguei aos últimos três episódios da temporada desejei que ela durasse mais porque não estava pronto para me despedir daquelas personagens.