Eu já falei de muitos filmes
ruins, mas é bem possível que nenhum até agora consiga ser tão técnica e
artisticamente mal concebido quanto o pavoroso Birdemic: Shock and Terror. Se você sempre quis saber como seria Os Pássaros (1963) se Alfred Hitchcock
fosse totalmente incompetente, esse filme oferece uma resposta para essa
pergunta.
A trama é centrada em Rod (Alan
Bagh), um jovem vendedor de software
que acabou de fechar um grande contrato e está prestes a abrir sua própria
empresa. Ele conhece a jovem modelo Nathalie (Whitney Moore) e ambos se
apaixonam, mas o romance dos dois é interrompido quando os pássaros começam a
atacar os seres humanos.
A primeira coisa que chama a
atenção é a total falta de ritmo da montagem e quase ausência de decupagem das
cenas. A maioria dos planos se alonga mais do que deveria sobre os rostos dos
personagens e fachadas de prédios, com o filme demorando alguns segundos para
cortar mesmo depois das conversas entre os personagens já terem terminado. O
melhor exemplo de como o filme não tem a menor noção de decupagem ou como usar
a montagem para conferir ritmo e dar andamento à trama deve ser a sequência que
vemos Rod ir trabalhar. Normalmente um filme nos mostra um personagem saindo de
casa e já corta para uma imagem dele chegando em seu local de trabalho, afinal,
se nada relevante para a trama ou desenvolvimento do personagem acontece no
trajeto, não há razão para gastar tempo e dinheiro filmando cenas que não irão
servir para nada.