Acrimônia parecia mais um daqueles clones sem imaginação de Atração Fatal (1987), tal como o recente
Paixão Obsessiva (2017), que serão
reprisados exaustivamente pelo Super Cine da Globo e, bem, é exatamente isso. O
problema nem é a natureza derivativa, mas o fato dele se arrastar por quase
noventa minutos até que a trama finalmente comece a avançar em alguma direção.
A narrativa é centrada em Melinda
(Taraji P. Henson) que na juventude se apaixona por Robert (Lyriq Bent) e se
casa com ele à despeito das irmãs dela avisarem que Robert é um aproveitador
mulherengo que só quer o dinheiro que Melinda herdou da mãe. Durante anos
Melinda tem que trabalhar sozinha para sustentar a casa enquanto o marido
apenas torra dinheiro tentando criar um novo tipo de bateria eólica. Quando
Melinda perde a casa por conta dos investimentos ruins do marido, ela
finalmente resolve pedir o divórcio, mas coincidentemente Robert finalmente
consegue vender sua invenção para uma grande empresa, despertando uma fúria
vingativa em Melinda, que o processa pela fortuna que obteve às custas dela.
Essa breve sinopse parece
relativamente funcional e sem grandes problemas, delineando a premissa e o
conflito principal que se apresenta no que deveria ser o começo da trama. O
problema é que essa sinopse não diz respeito aos primeiros minutos ou ao terço
inicial, mas a quase 80% da duração do filme, já que é que somente nos últimos
vinte e poucos minutos que o conflito principal é estabelecido.