quarta-feira, 8 de agosto de 2018

Crítica – Megatubarão


Análise Crítica – Megatubarão


Review – Megatubarão
Quando você entra para assistir um filme sobre um tubarão gigante, o mínimo que se espera é algo divertido. Este Megatubarão, no entanto, é tão derivativo e sem personalidade que nem isso consegue oferecer.

Na trama, o especialista em resgates submarinos Jonas Taylor (Jason Statham) tem uma missão fracassada e credita o insucesso à presença de uma imensa criatura, mas ninguém acredita nele. Tempos depois, um grupo de cientistas fica preso sob profundidades abissais depois de ser atacado por um imenso tubarão pré-histórico e Jonas é chamado para realizar o resgate.

Esse não é o tipo de filme que vamos assistir interessados em trama ou desenvolvimento de personagem, mas Megatubarão insiste em fazer isso e escolhe trilhar esse caminho transitando por uma coleção de lugares-comuns. Jonas é o clichê do herói com um trauma a superar e o filme gasta uma boa parte de sua minutagem tentando nos convencer que ele é esse indivíduo devastado pelo trauma, apenas para abandonar essa faceta do personagem quase que completamente quando o tubarão aparece e ele se joga diante do perigo sem pensar duas vezes ou sem duvidar da própria capacidade.

terça-feira, 7 de agosto de 2018

Crítica - Acrimônia


Análise Crítica - Acrimônia


Review - Acrimony
Acrimônia parecia mais um daqueles clones sem imaginação de Atração Fatal (1987), tal como o recente Paixão Obsessiva (2017), que serão reprisados exaustivamente pelo Super Cine da Globo e, bem, é exatamente isso. O problema nem é a natureza derivativa, mas o fato dele se arrastar por quase noventa minutos até que a trama finalmente comece a avançar em alguma direção.

A narrativa é centrada em Melinda (Taraji P. Henson) que na juventude se apaixona por Robert (Lyriq Bent) e se casa com ele à despeito das irmãs dela avisarem que Robert é um aproveitador mulherengo que só quer o dinheiro que Melinda herdou da mãe. Durante anos Melinda tem que trabalhar sozinha para sustentar a casa enquanto o marido apenas torra dinheiro tentando criar um novo tipo de bateria eólica. Quando Melinda perde a casa por conta dos investimentos ruins do marido, ela finalmente resolve pedir o divórcio, mas coincidentemente Robert finalmente consegue vender sua invenção para uma grande empresa, despertando uma fúria vingativa em Melinda, que o processa pela fortuna que obteve às custas dela.

Essa breve sinopse parece relativamente funcional e sem grandes problemas, delineando a premissa e o conflito principal que se apresenta no que deveria ser o começo da trama. O problema é que essa sinopse não diz respeito aos primeiros minutos ou ao terço inicial, mas a quase 80% da duração do filme, já que é que somente nos últimos vinte e poucos minutos que o conflito principal é estabelecido.

segunda-feira, 6 de agosto de 2018

Critica – Operação Enganosa


Análise Critica – Operação Enganosa


Review – Operação Enganosa
Quando se fala nas grandes empresas do ramo da saúde, normalmente são as indústrias farmacêuticas ou as corporações de planos de saúde que emergem nas nossas mentes, mas pouco se fala nas empresas que vendem e fabricam equipamentos e dispositivos (próteses, implantes e por aí vai). O documentário Operação Enganosa vem para remediar isso e o quadro que ele pinta desse ramo da indústria da saúde é ainda mais assustador do que eu imaginava.

Dirigido por Kirby Dick, que já tinha mostrado um trabalho investigativo consistente ao abordar a questão do estupro nas universidades em The Hunting Ground (2016), o filme narra os processos de aprovação de equipamentos médicos junto aos órgãos reguladores do governo, bem como as vidas de pessoas que tiveram sequelas ou problemas de saúde em virtude de dispositivos que foram colocados no mercado sem os devidos estudos clínicos.

A narrativa mostra como o processo de ter um equipamento aprovado pelos órgãos reguladores é bem menos minucioso do que o dos fármacos. Se para comercializar uma nova droga são necessários longos estudos clínicos com amplas amostragens, para introduzir no mercado um novo equipamento basta afirmar que ele é similar a outro já existente, mesmo que esse outro tenha sido removido do mercado por não funcionar, para pular todo o processo de testes clínicos com humanos. Mesmo quando há testes (menos de 2% dos produtos aprovados) eles tem o escopo muito menor (em termos de amostragem e duração do estudo) em relação aos testes que envolvem medicamentos.

sexta-feira, 3 de agosto de 2018

Crítica – No Man’s Sky NEXT

Análise Crítica – No Man’s Sky NEXT



Review – No Man’s Sky NEXT
Quando No Man’s Sky foi lançado há dois anos atrás, ficou evidente que o jogo não chegava perto de cumprir todas as promessas que foram feitas a seu respeito desde que tinha sido anunciado. Havia uma fundação promissora, mas a falta de conteúdo tornava fácil perder o interesse depois de algumas horas. A desenvolvedora Hello Games podia ter deixado o jogo nesta situação, mas desde então vem adicionando conteúdo periódica e gratuitamente, culminando na atualização intitulada NEXT, que marca também o lançamento de No Man’s Sky para o Xbox One (até então estava disponível apenas para PS4 e PC). NEXT é uma atualização gratuita, então se você já tem o jogo não é preciso adquirir mais nada, basta deixar que ele atualize.

A primeira diferença a ser notada são as melhorias visuais e ajustes nos algoritmos que geram os planetas, criaturas e vegetação, criando espaços visualmente mais ricos, criaturas mais diferentes e insólitas e vegetações mais densas. A galáxia é também mais povoada, com mais alienígenas presentes nas estações espaciais para interagir. Poucos jogos conseguem criar um senso de descoberta, saindo de um planeta para outro, como No Man’s Sky e isso continua valendo nesta atualização.

quarta-feira, 1 de agosto de 2018

Drops – South Park A Fenda que Abunda Força: Um Drink na Casa Bonita e CroCrunch

Crítica - South Park DLC


Nossa sessão de textos curtos explora hoje os dois DLCs lançados para o jogo South Park: A Fenda Que Abunda a Força. Quando escrevemos sobre o RPG, consideramos ele divertido, ainda que um pouco inferior ao primeiro, South Park:The Stick of Truth, agora avaliaremos seus dois conteúdos adicionais que, tal como o jogo original, estão disponíveis para PS4, Xbox One, PC e Nintendo Switch.

terça-feira, 31 de julho de 2018

Crítica – Mamma Mia: Lá Vamos Nós de Novo


Análise Crítica – Mamma Mia: Lá Vamos Nós de Novo


Review – Mamma Mia: Lá Vamos Nós de NovoEntrei para assistir esse Mamma Mia: Lá Vamos Nós de Novo sem saber o que esperar. Não havia muita necessidade de contar a juventude da personagem vivida por Meryl Streep no filme original e as principais músicas do Abba já tinham usado nos números musicais, então essa continuação/prelúdio não parecia ter muita razão de existir além de faturar em cima do anterior. Felizmente meus temores não se confirmaram e essa continuação se mostra tão divertida e encantadora quanto o primeiro.

A trama começa com Sophie (Amanda Seyfred) organizando a festa de inauguração do hotel que pertenceu a sua mãe. Conforme os convidados começam a chegar, Sophie vai descobrindo novas informações sobre a juventude Donna (Lily James) e como ela conheceu seus três pais.

Sendo simultaneamente uma continuação e um prelúdio, a trama constantemente alterna entre as duas temporalidades, mas a verdade é que nenhuma delas tem algo a dizer sobre essas personagens que já não tínhamos entendido no filme anterior. Tanto a jornada de Donna pela Europa quanto os perrengues de Sophie com o hotel parecem acontecer por eventos fortuitos e coincidências convenientes demais, como as tudo fosse por exigência do roteiro e não uma decorrência orgânica das ações dos personagens. A viagem ao passado também não tem muito a dizer que já não tenha sido dito sobre Donna.

segunda-feira, 30 de julho de 2018

Crítica – Orange is the New Black: 6ª Temporada


Análise Crítica – Orange is the New Black: 6ª Temporada


Review – Orange is the New Black: 6ª Temporada
O final da quinta temporada de Orange is the New Black prometia uma espécie de recomeço para a série ao levar as detentas para uma prisão de segurança máxima e parte delas sendo levada a uma outra prisão. Ficava, no entanto, a dúvida, se a sexta temporada iria se dividir entre duas prisões ou se concentraria apenas em uma, descartando o resto das personagens. A decisão acabou sendo a mais acertada, mantendo tudo em uma só prisão e se concentrando nas detentas que foram para a área de segurança máxima de Litchfield, mas mesmo reduzindo o número de personagens a série ainda tem alguns problemas de arcos narrativos que não funcionam como deveriam.

O sexto ano começa nos mostrando as consequências da rebelião, com as autoridades federais investigando as responsáveis pela rebelião e também pela morte do guarda Piscatella (Brad William Henke), já que os guardas que mataram por acidente plantam provas para implicar uma das presas. Além de lidarem com os interrogatórios, as presas precisam arranjar um jeito de sobreviver ao cotidiano violento da nova prisão, que vive em uma constante disputa entre as gangues lideradas pelas irmãs e rivais Carol (Henny Russell) e Barb (Mackenzie Philips).

quarta-feira, 25 de julho de 2018

Crítica – Missão Impossível: Efeito Fallout

Análise Crítica – Missão Impossível: Efeito Fallout


Review – Missão Impossível: Efeito Fallout
Quando escrevi sobre Missão Impossível: Nação Secreta (2015), mencionei que, apesar de continuar divertindo, a franquia dava sinais de cansaço e estagnação ao repetir as mesmas tramas, sendo necessário que ele encontrasse novo vigor para continuar relevante. Pois bem, é exatamente isso que Missão Impossível: Efeito Fallout faz, traz uma nova energia e uma preocupação maior com seus personagens que me fez me interessar novamente pela franquia.

A trama começa quando Ethan (Tom Cruise), Benji (Simon Pegg) e Luther (Ving Rhames) tentam recuperar material radioativo roubado por terroristas. A missão da errado e o plutônio cai em mãos erradas, sendo necessário que Ethan tente recuperar o plutônio antes que seja usado em um ataque terrorista. A diretora da CIA, Erica Sloan (Angela Bassett), não fica contente com o fato de Ethan ter escolhido salvar sua equipe ao invés de completar a missão e envia o bruto agente Walker (Henry Cavill e seu bigode da discórdia) para supervisionar Ethan. Ao mesmo tempo, o time precisa descobrir a identidade de um agente infiltrado que está ajudando terroristas.

terça-feira, 24 de julho de 2018

Crítica – O Diabo e o Padre Amorth

Análise Crítica – O Diabo e o Padre Amorth



Review – O Diabo e o Padre Amorth
William Friedkin dirigiu um dos mais célebres filmes de terror de todos os tempos com O Exorcista (1973), sedimentando a história de possessão demoníaca na cultura pop e no imaginário popular. Aos 82 anos, Friedkin continua um cineasta ativo e realizando bons filmes, a exemplo do excelente Killer Joe: Matador de Aluguel (2013), mas seu mais recente trabalho, o documentário O Diabo e o Padre Amorth, está muito aquém de seu trabalho e todo seu legado como cineasta.

O documentário começa com Friedkin examinando a história real que inspirou O Exorcista e o impacto que seu filme teve no imaginário pop, o que renderia um filme interessante, mas isso acaba sendo um breve preâmbulo e a verdadeira intenção do documentário a de mostrar o exorcismo de uma jovem italiana (que já passou por outros oito exorcismos que supostamente não resolveram seu problema) pelo padre Gabriele Amorth.

Em nenhum momento Friedkin questiona a natureza daquilo que aflige a mulher italiana. Do início ao fim ele está completamente convencido de que ela está possuída por alguma força demoníaca e por conta dessa extrema proximidade e deslumbramento com a ideia da possessão demoníaca o veterano diretor não percebe uma questão ética fundamental que emerge de seu registro. Como indivíduo ou mesmo documentarista, Friedkin é livre para pensar, crer e professar suas crenças com bem entender, mas a partir do momento que a tentativa dele em confirmar suas crenças envolve outras pessoas e exibe potencial para impactar suas vidas, um documentarista precisa pensar em que tipo de impacto seu trabalho pode causar sobre o sujeito filmado e se realmente vale a pena expor esses sujeitos sob o risco de um impacto negativo.

segunda-feira, 23 de julho de 2018

Lixo Extraordinário – Birdemic: Shock and Terror


Análise - Birdemic: Shock and Terror


Resenha - Birdemic: Shock and Terror
Eu já falei de muitos filmes ruins, mas é bem possível que nenhum até agora consiga ser tão técnica e artisticamente mal concebido quanto o pavoroso Birdemic: Shock and Terror. Se você sempre quis saber como seria Os Pássaros (1963) se Alfred Hitchcock fosse totalmente incompetente, esse filme oferece uma resposta para essa pergunta.

A trama é centrada em Rod (Alan Bagh), um jovem vendedor de software que acabou de fechar um grande contrato e está prestes a abrir sua própria empresa. Ele conhece a jovem modelo Nathalie (Whitney Moore) e ambos se apaixonam, mas o romance dos dois é interrompido quando os pássaros começam a atacar os seres humanos.

A primeira coisa que chama a atenção é a total falta de ritmo da montagem e quase ausência de decupagem das cenas. A maioria dos planos se alonga mais do que deveria sobre os rostos dos personagens e fachadas de prédios, com o filme demorando alguns segundos para cortar mesmo depois das conversas entre os personagens já terem terminado. O melhor exemplo de como o filme não tem a menor noção de decupagem ou como usar a montagem para conferir ritmo e dar andamento à trama deve ser a sequência que vemos Rod ir trabalhar. Normalmente um filme nos mostra um personagem saindo de casa e já corta para uma imagem dele chegando em seu local de trabalho, afinal, se nada relevante para a trama ou desenvolvimento do personagem acontece no trajeto, não há razão para gastar tempo e dinheiro filmando cenas que não irão servir para nada.