Apesar de existir há mais de 30
anos e ao longo de seis filmes (contando este e os dois Alien vs Predador), a franquia Predador nunca conseguiu produzir
nada que superasse o primeiro filme estrelado por Arnold Schwarzenegger. Pois
este O Predador, dirigido por Shane
Black (que atuou no primeiro filme como o militar Hawkins), tenta devolver a
franquia a sua glória oitentista.
A trama começa quando o atirador
de elite Quinn Mackenzie (Boyd Holbrook) tem uma missão interrompida por uma
espaçonave trazendo um Predador. Ele consegue escapar com parte do equipamento
da criatura e, sabendo que o governo tentará encobrir tudo, envia a tecnologia
alienígena para uma caixa postal em seu nome. A encomenda, no entanto, acaba
sendo entregue na casa dele e seu filho autista, Rory (Jacob Tremblay), que
ativa o equipamento, atraindo a atenção das criaturas. Agora Quinn precisa
correr até o filho e chegar até ele antes dos alienígenas e dos agentes
governamentais liderados por Traeger (Sterling K. Brown), que estão dispostos a
tudo para manter toda a questão oculta.
Desde o início é possível
perceber que o filme investe seus personagens da mesma postura excessiva de
machão dos filmes de ação oitentistas, com direito a constantes frases de
efeito nos diálogos. O texto tenta contornar a pura celebração desse modelo
antiquado (e talvez anacrônico) de masculinidade ao tornar o esquadrão de Quinn
um bando de ex-militares mentalmente instáveis. Parece haver aí um comentário
subjacente sobre como essa exaltação à macheza e ao militarismo produz pessoas
pouco saudáveis, mas, ao mesmo tempo, as tentativas do filme em extrair humor
dos problemas mentais desses personagens nem sempre funciona. Estresse
Pós-Traumático ou Síndrome de Tourette são condições severas que afligem muita
gente e tratar tudo isso como um mero veículo para riso soa mais constrangedor
do que efetivamente engraçado.